Projeto Espacial Brasileiro Fortalece Setor Privado, diz AEB

Olá leitor!

Segue abaixo mais uma matéria postada dia (14/09) no “Portal EXAME.com” destacando que segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, o Programa Espacial Brasileiro deve fortalecer o setor privado.

Duda Falcão

Satélites

Projeto Espacial Brasileiro Fortalece
Setor Privado, diz AEB

"Os nossos desenvolvimentos na área aeroespacial sempre
foram feitos por universidades, mas queremos que nosso
setor privado se capacite para isso", diz presidente

Samuel Possebon,
do Teletime
14/09/2012 - 10:38

Ilustração mostra órbita dos satélites: presidente da
Agência Espacial Brasileira acredita que país
deve consolidar e fortalecer sua base industrial

São Paulo - Para José Raimundo Braga Coelho, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), a atual política espacial do país, a partir do desenvolvimento do Satélite Geoestacionário Brasileiro (Br1Sat), sofrerá uma mudança importante: ela terá forte participação do setor privado.

"Os nossos desenvolvimentos na área aeroespacial sempre foram feitos por universidades, mas queremos que nosso setor privado se capacite para isso, que o desenvolvimento se dê no setor privado. Temos que consolidar e fortalecer a nossa base industrial, sem prejuízo para nossos institutos de pesquisa".

Ele lembra a relevância e o papel da Visiona (joint-venture entre Telebrás e Embraer) para absorver a tecnologia de construção do satélite contratado e integrado por ela, na condição de "prime contractor" do satélite brasileiro.

"Essa é uma área de grande complexidade tecnológica e o Brasil precisa absorver esse conhecimento". Ele destaca ainda que a carteira de projetos do Programa Nacional Aeroespacial (Pnae), não só com os dois satélites geoestacionários (o que estará no ar em 2014 e outro que está planejado para 2019), mas também com o Cyclone 4 e com todos os satélites de uso científico, observação meteorológica e sondagem.

Ele destaca a ampliação do orçamento do setor, que deve ganhar grande reforço em função da previsão de gastos com o Br1Sat. O orçamento médio investido pelo setor público no segmento aeroespacial é de R$ 300 milhões ao ano, o que deve chegar a um pico de R$ 1 bilhão em 2014, já que está previsto um orçamento adicional da Telebrás de R$ 250 milhões em 2013 só com o segmento espacial e mais R$ 400 milhões em 2014.

O presidente da AEB participou nesta quinta, 13, do Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado pela Converge Comunicações no Rio de Janeiro.


Fonte: Pontal EXAME.com - 14/09/2012 - http://exame.abril.com.br/

Comentário: A matéria é um pouco antiga, mas serve para pontuar algumas opiniões minhas. Concordo com o presidente da AEB, desde que isso seja feito sobre um controle efetivo do governo. Entretanto, é preciso dizer que para que esse processo aconteça será necessário essencialmente que o governo tenha um total e irrestrito comprometimento com o programa e que seja feita modificações no modelo político de gestão e legislativo permitindo uma operacionalização dinâmica, ponto fundamental para qualquer programa de desenvolvimento, principalmente na área espacial. O que não pode é continuar investindo recursos públicos em projetos com empresas privadas sem o devido controle da situação, já que com a fome que os grandes grupos do setor (principalmente europeus) estão pelas pequenas empresas brasileiras de alta tecnologia (veja o exemplo da AEL, da Optvac e de tantas outras, exemplos não faltam) isso é suicídio, perda de recursos e de conhecimento e crime contra o patrimônio tecnológico em qualquer país do mundo. Trabalhar com a iniciativa privada, sim, mas com regras bem elaboradas e sustentadas por leis efetivas e dinâmicas. Nada contra que as empresas brasileiras desenvolvam suas próprias tecnologias e as venda para quem quer que seja, desde que seja com recursos próprios, mas no caso do uso de recursos públicos, deverão seguir regras bem estabelecidas pelo governo. Agora, quanto a expectativa do presidente da AEB, em minha modesta opinião ele está viajando na maionese, mas espero e torço que esteja enganado. Aproveitamos para agradecer ao leitor Israel Pestana pelo envio dessa matéria.

Comentários

  1. Não é exatamente sobre isso, mas tem a ver com o que o Duda observa sobre o interesse estrangeiro em empresas de alta tecnologia nacionais.

    Vendo esta notícia, eu pergunto.

    Qual o motivo de uma empresa Brasileira de alta tecnologia ir montar uma fábrica fora (onde quer que seja), privando a nação de 600 postos de trabalho direto e 1.400 indiretos?

    O mundo todo parece estar em crise, e enquanto os outros países criam barreiras para os Brasileiros trabalharem lá, aqui nós abrimos as portas até para trabalho não especializado, e quando existe o mercado para profissionais de um nível maior, eles vão criar empregos lá fora.

    Considerando que a Embraer já foi uma empresa estatal um dia, alguém consegue explicar esse fato?

    Eu me lembro de uma notícia a algum tempo atrás de demissões na Embraer devido a retração do mercado aeronáutico.

    Alguém vai argumentar que produzir em Portugal com mão de obra ganhando em Euros é mais barato que produzir aqui?

    Lamentável.

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  2. Marcos Ricardo, li a noticia que postou e concordo com você. Morei em Portugal alguns anos, e não creio que se empenharão em levar adiante esse empreendimento com a paixão que alguns funcionarios brasileiros levariam (sem contar que temos universidades de tecnologia melhores, e estariamos capacitando mais profissionais dentro do Brasil).

    Não quero parecer preconceituoso, mas já vi portugueses barrarem empresas e projetos brasileiros lá (e de outras ex-colonias), e existe um certo clima de desconfiança portuguesa no avanço brasileiro. Talvez o tal plano estratégico seja aproximar a empresa no mercado Europeu, e espero mesmo que traga frutos.

    Sobre a nota do Duda, o governo tem que estar em cima mesmo dessas iniciativas caso participe, e sem seriedade política continuaremos nesse "stop and go" no programa espacial. Espero também que as noticias nessa area sejam felizes.

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  3. Eu ainda iria um pouco mais além.

    Em minha opinião, não devemos acreditar que esse e futuros governos é que devam "fiscalizar" essas atividades privadas. Eu por exemplo, não confio nesses governos nem para gerir o sistema nacional de saúde pública, que é como o nome indica uma coisa VITAL para a população, que dirá fiscalizar esse tipo de interesse bem mais comercial.

    Por exemplo: duvido muito que o Governo Americano precise se preocupar que a Boeing (só um exemplo), vá montar uma fábrica na Bolívia (só um exemplo), apenas para diminuir os custos de produção, ou atender algum interesse político espúrio.

    Os americanos produzem muita coisa em fábricas na China, mas reparem nos dizeres: "Made in China, created in U.S.".

    É uma questão de EDUCAÇÃO e CIVISMO, algo que é desenvolvido ao longo de muitos anos de confiança e aperfeiçoamento do sistema de gestão pública. Será que os empresários patriotas só existem no hemisfério Norte?

    Isso faz TODA a diferença...

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