Brasil Ajudará a Construir Observatório com 100 Telescópios
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (21/09) no site
“Inovação Tecnológica” destacando que o Brasil ajudará a construir Observatório
com 100 Telescópios.
Duda Falcão
Espaço
Brasil Ajudará
a Construir Observatório
com 100 Telescópios
Com informações do IFSC
21/09/2012
Imagem: CTA
Raios Gama
Para
entender de que modo corpos celestes - como remanescentes de supernovas, galáxias
com núcleo ativo e quasares - emitem radiação gama, um grupo de 1.000
pesquisadores de 27 países vai construir o observatório Cherenkov Telescope
Array (CTA).
O
experimento, que tem participação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC),
da USP, contará com tecnologia de ponta, capaz de medir a radiação gama
produzida durante os fenômenos astrofísicos.
A
radiação gama tem energias extremamente elevadas, mas tudo indica que ela não é
gerada pela emissão termal dos corpos celestes.
Assim,
os cientistas acreditam que os raios gama atestam a existência de um
"Universo não-termal", onde outros mecanismos permitem a concentração
de grandes quantidades de energia em um único quantum de radiação.
Mas,
até agora, conhecem-se muito poucas fontes emissoras de raios gama, o que
dificulta esses estudos.
O
CTA usará uma rede de telescópios especiais capazes de detectar a radiação de Cherenkov, gerada pela cascata de partículas
relativísticas produzidas quando um raio gama de alta energia atinge a
atmosfera da Terra
100 Telescópios
O
CTA contará com 100 telescópios Cherenkov operados conjuntamente, o que
oferecerá a possibilidade de recolher dados mais refinados e imagens de mais
alta resolução do que os equipamentos atuais.
"Esse
será o experimento mais importante dessa área nos próximos anos,", afirma
o professor Luiz Vitor de Souza Filho, um dos pesquisadores envolvidos no
projeto.
O
CTA possibilitará avanços significativos na compreensão de como os raios gama
são produzidos e, portanto, de como os corpos celestes que os emitem funcionam.
"Por
ser a radiação de mais alta energia, ela traz informações diferentes daquelas
fornecidas pela luz visível", explica Luiz Vitor.
Neste
caso, qualidade e quantidade estarão em jogo, já que os 100 telescópios
permitirão visualizar fontes de baixa densidade que não são enxergados pelos
equipamentos atuais - a sensibilidade do CTA será 10 vezes maior do que
qualquer outro observatório em funcionamento.
Segundo
o professor, hoje apenas se conhecem 100 fontes extraterrestres emissoras de
raios gama de altas energias. Com o CTA, estima-se que esse número suba para
1.000.
Indústria Nacional
Além
de Luiz Vitor, mais sete pesquisadores brasileiros estão envolvidos no projeto
de construção do observatório. Eles são responsáveis pela construção de partes
do protótipo, sendo que uma versão experimental completa do equipamento já
começou a ser construída na Alemanha.
"Este
protótipo alemão servirá para que a tecnologia do equipamento seja
testada," conta o professor do IFSC.
A
colaboração brasileira no CTA está trabalhando por intermédio de parcerias com
a indústria nacional.
O
projeto do "corpo" do telescópio foi desenhado pela empresa Orbital
Engenharia, de São José dos Campos (SP), enquanto o revestimento dos espelhos,
que serve para refletir a luz e protegê-los de quaisquer intempéries, está
sendo desenvolvido pela empresa Opto Eletrônica, de São Carlos (SP).
"No
momento, temos um projeto desenvolvido pelas empresas nacionais e estamos
realizando testes dos protótipos. O objetivo é criar, em parceria com essas
empresas, um produto que atenda aos altos padrões do Observatório, de forma que
a indústria nacional possa participar da construção dos 100 telescópios
previstos", diz Luiz Vitor.
Localização do CTA
O
observatório, com inauguração prevista para 2015, tem dois locais favoritos
para sua instalação: Namíbia (sul da África) e Argentina.
A
escolha do local, que deverá acontecer no ano que vem, segue determinados
requisitos, como altitude e regularidade plana do terreno, céu muito limpo, sem
poluição e sem contaminação de luz.
"Não
foi encontrado no Brasil nenhum local que ofereça essas condições", afirma
o professor do IFSC.
O
projeto, iniciado em 2010, é financiado por agências de fomento à pesquisa do
mundo todo, inclusive do Brasil, como a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico).
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Comentário: Leitor, precisa dizer mais alguma coisa sobre
essa pequena e atuante Comunidade Astronômica Brasileira? Não tenho números,
mas creio que seja uma comunidade que hoje nem chegue a 2500 astrônomos,
astrofísicos e Cosmólogos, mas que mesmo sem o apoio adequado desse governo
desastroso está elevando o nome da astronomia brasileira no contexto
internacional e ajudando ao mesmo tempo a trazer a indústria brasileira do
setor espacial para esse novo mercado, como no caso da Orbital Engenharia e da Opto Eletrônica, de São Carlos
(SP). Parabéns a essa galera do IFSC da USP, vocês são “Gente que Faz”.
Realmente a comunidade Astronômica Brasileira é uma das mais articuladas e atuantes. Felizmente, os seus entusiastas dependem menos das ações governamentais. Temos até uma quantidade bem razoável de "observatórios particulares / amadores".
ResponderExcluirSeguindo nessa linha de raciocínio, me chama a atenção a completa ausência de Universidades particulares Brasileiras em todo e qualquer esforço científico de alto nível, principalmente a nível internacional.
São essas Universidades particulares que cobram, e cobram bem, dos seus alunos. No entanto, diferente de outras Universidades particulares pelo Mundo, aparentemente elas investem ZERO em laboratórios e pessoal de Pesquisa e Desenvolvimento.
Ou seja, só existem para o lucrativo mercado de ministrar aulas teóricas e emitir diplomas.
Não estou querendo comparar com os Americanos ou Inglêses que vivem uma outra evolução histórica, mas nenhuma, ZERO Universidades Privadas Brasileiras em TODOS esses projetos...
Instituições participantes do CTA
Lamentável e Vergonhoso.