INPE Promove Workshop para Discutir Relatório do IPCC
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (01/08) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o INPE e a
FAPESP irão promover de 16 a 17/08 um workshop para discutir
Relatório do IPCC Sobre Riscos de Extremos Climáticos e Desastres nas Américas
do Sul e Central.
Duda Falcão
INPE e FAPESP Promovem Workshop
para Discutir Relatório do IPCC Sobre
Riscos de
Extremos Climáticos e
Desastres nas Américas do Sul e
Central
Quarta-feira, 01 de Agosto de 2012
Nos dias 16 e 17 de agosto, a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) vão realizar um workshop para discutir o resultado das
avaliações feitas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC) no Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Extremos Climáticos e
Desastres (SREX, na sigla em inglês) nas Américas do Sul e Central.
Organizado em parceria com o IPCC, o Overseas Development
Institute (ODI) e a Climate and Development Knowledge Network (CDKN), ambos do
Reino Unido, o evento reunirá em São Paulo líderes empresariais, acadêmicos,
pesquisadores e organizações da sociedade civil cujas políticas e programas
possam ser afetados por eventos climáticos extremos.
Denominado “Gestão dos Riscos dos Extremos Climáticos e
Desastres na América Central e na América do Sul - O que podemos aprender com o
Relatório Especial do IPCC sobre Extremos - SREX?”, o workshop visa divulgar
informações científicas sobre os possíveis impactos de riscos dos extremos
climáticos – como ondas de calor, recordes de temperaturas altas e forte
precipitação de chuvas – e dos desastres a eles relacionados, bem como as
opções disponíveis para o gerenciamento desses impactos, especificamente nas
Américas do Sul e Central.
Com o apoio da Agência de Clima e Poluição e do
Ministério de Relações Exteriores da Noruega, do CDKN e do IPCC, o workshop tem
por objetivo reunir os chamados tomadores de decisão – líderes empresariais,
acadêmicos, pesquisadores e organizações da sociedade civil cujas políticas ou
programas possam ser afetados por eventos climáticos extremos.
Durante o encontro serão abordadas questões como
exposição e vulnerabilidade no contexto do relatório, com observações sobre
extremos climáticos, impactos e perdas, opções de gerenciamento de riscos para
a melhoria de práticas atuais e futuras.
Composto por nove capítulos e quatro anexos, o Relatório
Especial sobre Gestão dos Riscos de Extremos Climáticos e Desastres (SREX) do
IPCC foi preparado durante dois anos por 220 autores de 62 países, envolvendo
os grupos de trabalho I e II do próprio painel do IPCC. Foram recebidos 18.784
comentários de governos, de especialistas e agências internacionais durante as
três rodadas de revisão.
O workshop em São Paulo faz parte de uma série de eventos,
com caráter de discussão regional, realizados em 2012 em diferentes partes do
mundo, com o objetivo de fornecer informação sobre possíveis impactos dos
extremos climáticos e desastres por região, além de opções de gerenciamento dos
potenciais riscos deles decorrentes, conforme as avaliações do IPCC.
O evento incluirá uma coletiva de imprensa, apresentação
do Relatório Especial por seus autores, sessões especiais para discussão sobre
a política nacional e regional e um conjunto de mini-workshops, destinados a
promover o diálogo e a partilha sobre as implicações do Relatório Especial para
as partes interessadas e formuladores de políticas em níveis local, regional e
nacional.
Fatores Ambientais e Sociais
De acordo com informações divulgadas pelo IPCC, as
alterações no clima do planeta têm sido responsáveis por padrões de eventos
extremos, em diversas partes do mundo. As consequências desses eventos poderiam
ser reduzidas, pois vulnerabilidades sociais e exposição a riscos também
contribuem para seu impacto, embora nem sempre eventos climáticos levem a
desastres.
O SREX é resultado de um esforço multidisciplinar entre
os cientistas que estudam os aspectos físicos das mudanças climáticas, e de
suas experiências em impactos, adaptação e vulnerabilidade, bem como de peritos
em gestão de risco de desastres. Os dados e informações contidos no relatório
permitem, portanto, que os formuladores de políticas possam aprofundar as
discussões, com base nos resultados e no exame do material em que o IPCC baseia
suas avaliações. O relatório identifica as lições aprendidas com a vasta
experiência no gerenciamento de riscos de desastres, com foco crescente na
adaptação para mudanças climáticas.
O relatório destaca períodos prolongados de altas
temperaturas e ondas de calor em diversas regiões do mundo. Indica o provável
aumento na frequência de eventos de precipitação intensa ou aumento na
proporção do total de chuvas intensas em muitas áreas, em especial nas
latitudes elevadas e em regiões tropicais, e no aumento do rigor do inverno nas
latitudes médias do Norte do planeta. O documento também aponta para um aumento
na duração e intensidade das secas em algumas regiões do mundo, incluindo o Sul
da Europa e do Mediterrâneo, Europa Central, América Central e México, além da África
Austral e em diferentes áreas da América do Sul.
Especialistas da academia prepararam um documento de 592
páginas, com base nas mais recentes informações técnicas e científicas, e o
submeteram a duas rodadas de revisões, feitas por especialistas e governos. “Há
muitas opções atualmente disponíveis que poderiam melhorar a preparação para
uma resposta eficaz aos eventos climáticos extremos e catástrofes, e aumentar a
recuperação a partir deles”, diz Vicente Barros, vice-presidente do Grupo de
Trabalho II.
José Marengo, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre
(CCST) do INPE, um dos autores do Relatório do IPCC SREX e um dos organizadores
do evento, destaca a importância do relatório para as Américas Central e do Sul
nas ações dos governos para enfrentar os desastres naturais associados
principalmente a chuvas intensas e períodos secos. “O aumento já observado dos
extremos de chuva no Sudeste da América do Sul mostra um forte impacto em
sistemas naturais e humanos, em áreas urbanas e rurais, incluindo áreas
vulneráveis da cidade de São Paulo, que são afetadas pelas intensas chuvas e
enchentes, todos os anos”, diz. Esta tendência poderá piorar no futuro, caso
não sejam tomadas medidas para a adaptação, pois as projeções mostram uma
tendência de aumento nos extremos de chuva em regiões densamente povoadas, como
o Estado de São Paulo, entre outros.
O workshop “Gestão dos Riscos dos Extremos Climáticos e
Desastres na América Central e na América do Sul - O que podemos aprender com o
Relatório Especial do IPCC sobre Extremos - SREX?” será realizado nos
dias 16 e 17 de agosto no Centro de Convenções Albert Einstein – Auditório
Moise Safra, situado na Av. Albert Einstein, 627, em São Paulo (SP).
Mais informações sobre o evento, incluindo a programação
de palestras, estão disponíveis no site www.fapesp.br/ipccsrex.
O relatório completo e um sumário com os pontos
principais do documento estão disponíveis para download no endereço http://ipcc-wg2.gov/SREX/.
Fonte:
Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
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