Entrevista com Brig. Carlos Kasemodel, Diretor do IAE

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante entrevista com o atual diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Brig. Eng. Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel postada hoje (01/08) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski, abordando os projetos espaciais em curso atualmente no instituto.

Duda Falcão

Entrevista com Brig. Carlos Kasemodel,
Diretor do IAE

André Mileski
01/08/2012

Conforme informado no último domingo (29), como parte da série de entrevistas com os principais dirigentes do Programa Espacial Brasileiro, o blog Panorama Espacial entrevistou o Brig.-Eng. Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel, atual diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), de São José dos Campos (SP). O IAE é responsável pela maioria dos projetos espaciais do Comando da Aeronáutica, em particular na área de lançadores e foguetes de sondagem.

Desde o início de abril como diretor do IAE, o Brig. Kasemodel é engenheiro mecânico-aeronáutico pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), turma de 1980, com mestrado pelo Naval Postgraduate School, EUA, em 1999. Ocupou diversos cargos em sua carreira no Comando da Aeronáutica, inclusive vários no setor espacial, como gerente do Programa VLS e vice-diretor do IAE para a divisão de espaço. O blog agradece a atenção dispensada pela equipe de comunicação do IAE e pelo entrevistado.

Abaixo, reproduzimos a entrevista em sua íntegra, feita por e-mail durante a semana passada, abordando os principais projetos desenvolvidos pelo Instituto, em especial na área de lançadores.

Os planos para voos tecnológicos do VLS-1 continuam válidos? Quando ocorrerá a missão do VLS com a parte baixa, do primeiro e segundo estágios?

Sim, os planos para os voos tecnológicos do VLS-1 continuam válidos. O primeiro lançamento, somente com o primeiro e segundo estágios ativos, está previsto para 2013.  Este protótipo foi inicialmente denominado XVT-01, mas passou a ser denominado VSISNAV porque nesse voo também será testado o sistema de navegação SISNAV.

E o segundo voo, quando deve ocorrer?

O segundo voo deverá ocorrer no ano seguinte, mas sua confirmação depende do repasse de recursos financeiros pela AEB.

O senhor poderia falar um pouco sobre o projeto do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1)? Uma decisão sobre o seu desenvolvimento já foi tomada? Qual será a participação alemã na iniciativa?

O VLM-1 é um lançador de microssatélites que está sendo desenvolvido em parceira com o DLR e com forte envolvimento da indústria nacional desde a sua fase de concepção. Será um veículo de três estágios; na sua versão básica, todos os propulsores utilizam propelente sólido: no primeiro e segundo estágios será empregado o propulsor S50 (em fase de desenvolvimento) e no terceiro estágio, o propulsor S44, ora empregado no quarto estágio do VLS-1 e no segundo estágio do VS-40. Outras versões também estão previstas, com a substituição do propulsor S44 por um propulsor líquido.

No entanto, a primeira missão prevista para o VLM-1 não será de satelitização mas sim de realizar o experimento SHEFEX 3, previsto para 2015. A participação alemã, além da partição dos custos de desenvolvimento, envolve áreas como engenharia de sistemas, sistemas de controle e atuadores.

O senhor poderia falar um pouco mais sobre o envolvimento industrial no projeto do VLM? Quais empresas participarão?

O projeto do envelope-motor do propulsor S50, que será bobinado em fibra de carbono, já está sendo desenvolvido em parceria com a empresa CENIC, a qual também já é a fabricante do propulsor S44 (que será utilizado no terceiro estágio). Outras empresas ainda não estão definidas mas espera-se que o carregamento de propelente e o desenvolvimento das redes elétricas também seja realizado na indústria.

O VLM-1 será um lançador de três estágios, todos de propulsão sólida. Em termos técnicos, há quem afirme que para colocação de satélites em órbita, é mais adequado que o terceiro estágio seja de propulsão líquida, o que permitiria mais precisão nas missões. Qual é a sua opinião sobre esse assunto?

A utilização de propulsão líquida nos últimos estágios possibilita mesmo uma maior precisão para a inserção em órbita, considerando que o propulsor a propelente líquido possibilita re-ignições durante o voo. Conforme comentado anteriormente, já estão sendo previstas versões do VLM-1 com a substituição do propulsor S44 por um propulsor líquido.

Ainda em lançadores, muito se comenta sobre possibilidades de desenvolvimentos futuros, inclusive com participação estrangeira. O senhor poderia nos dizer quais são as perspectivas e demandas hoje consideradas pelo IAE para um novo projeto de lançador?

Além do VLM-1, as perspectivas atuais são de desenvolvimento do VLS-Alfa e do VLS-Beta, propostas inicialmente apresentadas no Programa Cruzeiro do Sul.

O desenvolvimento dos demais veículos da família Cruzeiro do Sul está sendo rediscutido, considerando que não teria sentido se desenvolver um veículo nacional para competir com o Cyclone IV (VLS-Delta) e a perspectiva de baixa demanda para os veículos VLS-Gama e VLS-Epsilon.

Qual é a expectativa para se ter uma definição sobre qual o caminho que o IAE seguirá [sobre um novo lançador]?

A proposta de se concluir o desenvolvimento do VLS-1 e do VLM-1, bem como o desenvolvimento do VLS-Alfa e Beta já foi encaminhada para a AEB e esperamos que esteja aprovada na revisão do PNAE, ora em andamento.

Em matéria de foguetes de sondagem, existem novos projetos sendo em consideração pelo Instituto?

Com relação aos foguetes de sondagem, o IAE estuda o desenvolvimento de uma versão modernizada do VSB-30 e o desenvolvimento do VS-50, um foguete de sondagem mono-estágio utilizando o propulsor S-50 do VLM-1.

Quais são os itens a serem modernizados do VSB-30?

Deverão ser otimizados alguns processos de fabricação, modificações nas proteções térmicas e também a incorporação de dispositivos de segurança eletro-mecânicos.

Quais são as perspectivas do IAE em termos de cooperação espacial, em particular com a Alemanha e Rússia, países que já cooperam há muitos anos com o Instituto?

Com a Alemanha, atualmente estamos cooperando no desenvolvimento do VLM-1 e na modernização do VSB-30. Com relação à Rássia, existem perspectivas de cooperação no desenvolvimento de propulsor líquido para emprego no VLS-Alfa.

No entanto, importante ressaltar que a cooperação com a Alemanha é a que entendemos ser uma “cooperação” no sentido correto da palavra: ambas as partes investem recursos humanos e financeiros, trocam experiências, na busca de um desenvolvimento tecnológico de interesse para os dois lados. Outras propostas de cooperação são basicamente propostas comerciais: um lado se propõe a vender o que o outro necessita.

Na área de satélites, o IAE desenvolve há quase dez anos o projeto SARA, de reentrada atmosférica. Em que momento o projeto se encontra?

O projeto SARA prevê o desenvolvimento de dois protótipos para testes suborbitais e dois modelos para voos orbitais. Atualmente, estão sendo finalizados os ensaios de qualificação do primeiro protótipo de voo suborbital, cujo lançamento está previsto para 2013 a bordo de um foguete VS-40.

Hoje, qual é a situação do IAE em matéria de recursos humanos?

Há alguns anos, o IAE vem sofrendo com a perda gradativa de recursos humanos em diversas áreas, a maior parte por aposentadoria de servidores experientes.  O DCTA tem realizado diversas gestões junto ao Ministério da Defesa e Ministério do Planejamento e aguardamos a autorização para a realização de concurso público para o recompletamento, pelo menos parcial, do nosso quadro de recursos humanos.

Outro campo que tem recebido atenção no Programa Espacial é a busca do País por autonomia em sistemas inerciais, tanto de satélites para lançadores. O IAE é um ator ativo nesse campo, participando do projeto Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial (SIA). O senhor poderia comentar um pouco sobre o atual estágio do projeto? Há planos para um voo experimental?

O objetivo maior do projeto SIA é consolidar no País a tecnologia de sistemas de navegação inercial.

Diversas etapas já foram vencidas. Em 2011, a implantação da infraestrutura laboratorial no IAE foi concluída com a inauguração do LINCS – Laboratório de Identificação, Navegação, Controle e Simulação. Com relação a sistemas de navegação, um protótipo denominado SISNAV já foi ensaiado, com sucesso, em solo e será testado em voo no próximo lançamento do VLS-1. Importante ressaltar que o SISNAV utiliza girômetros a fibra ótica desenvolvidos e produzidos no País.

Recentemente, o senhor foi indicado para representar o Comando da Aeronáutica no Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira (AEB). Qual é a sua visão sobre a restruturação institucional do Programa Espacial Brasileiro, com uma possível fusão entre a AEB e o INPE? Seria possível algum envolvimento do IAE nesse processo?

Todos os atores do SINDAE concordam que uma reestruturação institucional se faz necessária mas existem divergências de qual modelo seria o mais eficaz.

Uma fusão entre a AEB e o INPE certamente fortaleceria a AEB, considerando que atualmente a Agência não dispõe de um corpo técnico. Um envolvimento do IAE nesse processo seria difícil, principalmente por ser uma Organização Militar e vinculada a outro Ministério. Seu envolvimento deve permanecer como órgão setorial do SINDAE [Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais].


Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski

Comentário: Parabenizamos ao companheiro André Mileski pela iniciativa de realizar essa entrevista com o diretor do IAE, pois se há alguém capaz de nos passar informações mais precisas sobre o atual estágio dos projetos governamentais em curso no país na área de foguetes e tecnologias associadas, essa pessoa é o Brig. Kasemodel. Entretanto em nossa opinião, o companheiro Mileski esqueceu de fazer alguns perguntas que consideramos importantes, pois são crucias para o futuro do VLM-1 e dos foguetes VLS Alfa e Beta citados na matéria. Me refiro a notícias sobre o SAMF (Sistema de Alimentação Motor-Foguete), sobre o vôo teste do motor-L5, sobre o atual estágio de desenvolvimento dos motores L15 e L75, e principalmente na área de infraestrutura, sobre o projeto de construção do Banco de Testes para Motores Foguetes Líquidos de 400 kN que foi negociado com uma empresa russa e que é fundamental para o desenvolvimento do motor L75, já que no IAE o banco de testes existente só comporta motores de até 20 kN. Caso esse banco de teste não seja construído (o que é bem provável levando-se em conta o governo que temos), a única saída para os pesquisadores do instituto será testar o motor em outro país (Ex: Rússia ou Ucrânia), o que certamente dificultará ainda mais as coisas.

Comentários

  1. Como você colocou em outro comentário, parece que o Cruzeiro do Sul já nasce morto. Só nos resta torcer pelo VLM1.

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    1. Olá Anônimo!

      Pois é amigo, fora as dificuldades geradas pelo governo, parece que os objetivos também mudaram, perdendo assim a necessidade de se desenvolver foguetes de grande porte. Entretanto, não concordamos com essa visão, já que em nossa opinião o Brasil precisa de um programa espacial do tamanho do país. Mas enfim, temos também de concordar que acreditar nesse objetivo com o governo que temos é pura fantasia.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    2. Isso é uma vergonha, como pode um projeto desse que foi anunciado com pompas e muito luxo pelo governo, chegar a um estagio desta natureza, e como ficaram os gastos?Foi pro ralo!!
      O Brig. Carlos Kasemodel fugiu duas vezes do assunto, quando se comentou a Russia e ainda disse indiretamente que não considerava o acordo uma "cooperação".
      Eu não consigo entender a falta de continuidade e padronização alarmantes dos projetos do governo do PT.
      Duda, afinal tem ou não cooperação com os Russos?

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    3. Olá Membro Delegado Marcílio Farias!

      Tenha calma amigo, já que o Brig. Kasemodel está com a razão e eu já lhe explico, mas antes deixe-me opinar quanto ao que você disse em relação ao PT. Em minha opinião, PT, PSDB, PMDB, PSB e todos eles são só legendas, não existe partidos políticos de verdade no Brasil, na realidade o que existe é a luta pelo poder e essas legendas são usadas para dar legitimidades a essa luta. Em outras palavras, qualquer legenda que fosse a situação do PEB seria a mesma.

      Bom, quanto a sua pergunta, o envolvimento do Brasil com a Rússia na área espacial envolveu tanto a cooperação como a compra de equipamentos e teve início no final da década de 80 com a compra pelo Brasil (na surdina) de 4 computadores de bordo e controles de atitude russos para serem utilizados no VLS-1. Na segunda metade da década de 90 o ITA criou um curso de graduação ou pós-graduação (não me recordo) em parceria com o Moscow Aviation Institute (MAI) para formação de especialistas da área de propulsão líquida, acordo esse renovado na segunda metade da década passada e atualmente desfeito. Nesse mesmo período dados do antigo motor-foguete russo RD 0109 foram disponibilizados pelos russos (segundo dizem não completamente) para que os alunos do curso pudessem compreender melhor, facilitando assim o desenvolvimento do motor brasileiro L75.

      Posteriormente com o acidente do VLS-1 em 2003, uma empresa russa foi contratada para fazer uma revisão no projeto desse foguete o que foi feito.

      Nessa mesma época o Ministério da Defesa negociava com os russos um acordo para o melhoramento do VLS- 1 e o desenvolvimento conjunto de um novo foguete, projeto esse que foi abandonado devido a interferência política que geraria pouco depois esse acordo desastroso com a Ucrânia.

      O IAE chegou até encomendar (creio eu por 800 mil dólares) de uma empresa russa com nome de difícil pronuncia, um projeto de um banco de testes para motores-foguetes líquidos de até 400 kN (fundamental para o desenvolvimento do projeto do motor líquido L75 e de outros motores previstos) que ficou na dependência da ratificação pelo Congresso Brasileiro do acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre os dois países, coisa que veio acontecer em 2008 ou 2009, não sei precisar com certeza. Entretanto, até o momento esse projeto não foi à frente.

      Atualmente notícias não oficiais dão conta de que existe negociações para compra de motores-líquidos russos para serem utilizados nos futuros VLS Alfa e Beta, já que devido as dificuldades aqui apresentadas, o projeto do motor L75 ainda demorará algum tempo para ser concluído.

      Entretanto, sendo mais específico amigo, eu diria que andamento das negociações brasileiras e russas poderiam ter evoluído positivamente se não fosse o desastroso acordo assinado com a Ucrânia.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  2. Tendo em vista o atual quadro de decepções com o PEB vc não conseguiria fazer uma entrevista com o Bri para esclarecer os pontos que colocou?

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    1. Olá Anônimo!

      Já estava planejando algo assim quando o companheiro Mileski saiu na frente. Assim sendo, prefiro aguardar um pouco mais (talvez em outubro) para poder fazer uma entrevista ampla com o Brig. Kasemodel.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  3. Já vi discussão em um fórum gringo sobre a preocupação do uso do brasileiro VLM1 como ICBM.

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    1. Caro Anônimo!

      Apesar da tecnologia de foguetes ser dual (de uso civil e militar) o Brasil não tem interesse nenhum de desenvolver ICBMs, afinal não somos um país belicista, não sofremos ameaças de nenhuma espécie e espero sinceramente que continue assim. Entretanto, não resta dúvida que se for necessário tanto o VLS-1 com o VLM-1 podem ser convertidos em misseis. Em resumo: basta saber como fazer, o mesmo caso da bomba atômica que não temos, mas sabemos como fazer.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  4. Na entrevista, quando é citado o programa Cruzeiro do Sul é falado somente em VLS-Alfa e Beta. Oras, o Alfa é uma evolução quase que direta do VLS-1 e o Beta me parece ter uma configuração muito parecida com o VLM-1, portanto poderia ser sua evolução. Se for só isso mesmo, dá pra concluir que o Brasil abriu mão do seu programa de lançadores de satélites... é uma aspiração medíocre pra uma nação com governantes medíocres. Essa ACS é a síntese da maldição que nos assola por termos um "berço esplêndido": entramos com a "commodity" que nesse caso é a localização privilegiada e uma nação estrangeira carente de recursos naturais entra com a tecnologia. É nessas horas é que tenho vergonha de ser brasileiro.

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  5. Olá bobdirlei!

    Na realidade o VLS Beta é um foguete diferente, não tendo nada a ver com o VLM-1. Entretanto amigo, apesar de concordar contigo de que essa não seria a escolha ideal para o Brasil, temos de concordar com IAE que continuar sonhando com o Programa Cruzeiro do Sul não seria nada realista, já que o visão de nossos governantes são completamente distorcidas por outros interesses. Uma pena, mas é a realidade que temos de enfrentar.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  6. Falcão, uma questão que eu acho interessante para ser levantada na próxima entrevista é a seguinte..
    Os sistemas inerciais que estão sendo desenvolvidos agora, para VLS, satélites, mísseis, etc formam ainda uma demanda muito pequena, frágil até, se pensarmos nas empresas, que são privadas. Então a minha "curiosidade" é saber o que está sendo feito no sentido de diversificar a aplicação do SIA, em outros mercados, para o bem das empresas e da própria manutenção da independência nesta área.

    abraços

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  7. Olá Raul!

    Bem lembrado amigo, farei essa sua sugestão parte de minha pauta. Obrigado pela colaboração.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  8. Duda, eu não acho em lugar algum informações sobre o 14-X, você poderia trazer para o blog informações atualizadas sobre o projeto e se ele ainda vai ser lançado esse ano. Um projeto de extrema importância como esse não pode deixar passar em branco.

    Abraços.

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    1. Olá Anônimo!

      Não há ainda qualquer informação do andamento desse projeto amigo, mas muito provavelmente o mesmo não será lançado antes de 2013.

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  9. parabéns ao blog pela entrevista

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    1. Olá Anônimo!

      Nós lhe agradecemos amigo, mas os méritos são do jornalista André Mileski do Blog "PANORAMA ESPACIAL".

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  10. Pelo menos o desenvolvimento do VLS-1 ainda continua.
    Não é possível que depois de toda essa revisão russa do "nosso" VLS ele possa vir a falhar.
    Que seja realizado pelo menos o voo de qualificação do VLS e uma satelização bem sucedida, só para entrarmos no "clubinho espacial".

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    1. Olá Rondini!

      Tudo leva a crer que o VLS-1 se for lançado só fará um vôo de qualificação (fora os dois tecnológicos previstos) e então desativado. A aposta do IAE nos próximos três anos deverá ser mesmo o VLM-1, que quanto estiver qualificado deverá ser industrializado.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    2. Duda,
      O vls-1 não seria a base para o desenvolvimento do vls alfa?
      Quando voçe diz que o vls-1 não será continuado voçe está querendo dizer que ele seria descontinuado para dar lugar ao desenvolvimento do vls-alfa? É isso? Se for assim, menos mal.

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    3. Olá Rondini!

      Creio que esse seja o interesse do IAE, mas é como eu sempre venho dizendo, tudo depende do governo, pois sem recursos e atitude não se faz nada, ou se leva décadas fazendo.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  11. O VLM-1 tem características similares ao míssil de médio alcance israelense Jericho II ,este que é base para o o veiculo lançador Shavit ,existem vários lançadores que são ICBM desativados que foram convertidos como Start-1 que é versão para satélites do míssil RT-2PM Topol ,e o Shtil' que versão do R-29 Vysota ,ambos são lançados por submarinos. Dnepr-1 baseado no SS-18 Satan ,Minotaur que tem vários modelos são baseados no Minuteman e no Peacekeeper ,Rokot e o Strela versão do míssil UR-100,o Proton foi desenhado para ser o mais poderoso míssil já construindo felizmente esse projeto foi engavetado e hoje é uns dos melhores sistemas para lançamentos de satélites. Basicamente os primeiros lançadores de satélites americanos e soviéticos era baseados em ICBM, são duas tecnologias que pode ser usado para bem ou não ...

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    1. Olá André!

      Suas colocações tem fundamento, mas vamos deixar essa coisa de ICBMs para os países belicistas com problemas que justifiquem esse tipo de arma, não é o nosso caso, precisamos sim é desenvolver o nosso PEB.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  12. Interessante que ele fala em "perspectiva de baixa demanda para os veículos VLS-Gama e VLS-Epsilon"
    Estranho isto. Baixa para mim é a demanda para o Alfa e Beta.
    O Epsilon seria filé (maior capacidade que o Cyclone)
    Teria que desenvolver um motor de 150t de empuxo, o que seria saudável para desenvolver a engenharia nacional (no longo prazo)
    Abrs

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  13. Olá Iurikorolev!

    Eu acredito que o Brig. Kasemodel tenha dito isso por conta da tendencia mundial de miniaturização dos satélites, pelo tempo que ainda levará para que esses foguetes saiam do papel (isto é, se saírem), pelas incertezas geradas pelo próprio governo, e também pelo que está previsto no PNAE, já que o Programa Cruzeiro do Sul não consta desse documento, mas o VLS-2 e 3 consta.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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    1. Duda,

      Agora eu estou começando a entender, então as diretrizes deste governo e a entrevista do Brigadeiro:
      PNAE está direcionado para a plataforma PMM(otimizado para todos os satélites brasileiro na faixa de 500Kgs)e com enfase no lançador VLS-2 e 3 e já visando o mercado de micro satélites e e satélites militares táticos.
      ACS Cyclone-4 e 5(FORA DO PNAE)está direcionado para satélite de grande porte, como CBERS, que se imagina possa reduzir seu peso ao longo do anos dos atuais 1.500kgs para 1.000kgs e o demais mercado de lançamentos.

      Daí se conclui por que deixaram os russos na mão e excluíram o Cruzeiro do Sul!!!

      Será isso mesmo?

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    2. Olá Membro Delegado - Marcilio Farias!

      Na realidade o atual Plano Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) prevê o desenvolvimento do VLS-1, o VLS-1B (com a utilização de combustível líquido em seu terceiro estágio) para injeção de satélites de até 800 kg em órbita baixa - LEO - de até 750km.

      Além desses prevê o VLS-2, com a utilização de combustível líquido em todos os seus estágios, podendo utilizar combustível sólido nos propulsores auxiliares (boosters) do 1º estágio, de modo a colocar cargas úteis variando de 1.700 a 2.200 kg em órbita geoestacionária – GEO, de 36.000 km, e também o VLS-3, com previsão da utilização de combustível líquido em todos os seus estágios, de modo a atingir uma capacidade de injeção em órbita geoestacionária, de cargas úteis acima de 2.200kg.

      Entretanto, isso é o que prevê o PNAE, mas como o Brig. disse, os projetos agora são o VLM-1, o VLS Alfa e o Beta, do antigo programa Cruzeiro do Sul, que visam atender as demandas previstas do programa (satélites baseados na PMM) e outros que por acaso venha surgir nos próximos anos.

      Na visão do Brigadeiro e do governo a ACS irá atender os satélites maiores como os do Programa CBERS se utilizando do seu trambolho tóxico Cyclone-4.

      O Cyclone-5 é piada, pois depende do sucesso no mercado dessa mal engenhada empresa, coisa muito difícil de acontecer.

      Satélites como o SGB (5.000 a 6.000 kg) terão então de ser lançados por foguetes de outros países ou o Brasil terá de partir para desenvolver o seu.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  14. Duda, você tem alguma informação de como se saiu o experimento brasileiro abordo do vs40 junto com a missão shefex II?

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  15. Olá Carlos!

    Diretamente não, mais foi anunciado que a missão foi um completo sucesso.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  16. acredito que a baixa demanda citada para o VLS-Epsilon é também em função da disponibilidade de outros lançadores no mercado, como o Ariane 5, o Longa Marcha, etc.
    para pequenos satélites, realmente existe um nicho de mercado com poucos lançadores disponíveis para esse fim.

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    1. Olá Anônimo!

      Você está certo amigo, mas em nossa opinião apesar da miniaturização dos satélites, ainda sim haverá uma pequena demanda interna e externa, além é claro do lado estratégico de possuirmos um foguete desse porte. Além disso, apesar do mercado ter concorrentes fortes, nada impede de entrarmos no mesmo em busca de espaço, bastando para isso competência, seriedade, dinamismo e preço.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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