O Iran Avança e o Brasil Dorme em Berço Esplêndido

Olá leitor!

Recentemente postamos aqui duas notas em Inglês e espanhol respectivamente (veja as notas: “Iran To Put Monkey Into Orbit” e “Irán Lanza con Éxito al Espacio un Satélite” que demonstram claramente o grande avanço alcançado por esse país na área espacial nos últimos dez anos, apesar das dificuldades de todas as ordens vividas pelo mesmo nesse período.

Vale lembrar leitor que o "Programa Espacial Iraniano" a dez ou quinze anos atrás se encontrava bem aquém do "Programa Espacial Brasileiro" e hoje apresenta resultados que o nosso programa jamais alcançou em 50 anos de existência.

Hoje o Brasil faz parte do grupo econômico conhecido como “BRICS”, formado também pela China, Rússia, Índia e a África do Sul, sendo que dentre os programas espaciais dos países do grupo o brasileiro é o único que não decolou até hoje (já que o "Programa Espacial Sul-Africano" só prevê o desenvolvimento de satélites de pequeno porte (microsatélites e tecnologias associadas) e de forma até agora bastante exitosa), apesar de ser o segundo mais antigo de todos, só atrás do da Rússia.

Infelizmente apesar da luta inglória de grandes profissionais brasileiros (técnicos, engenheiros e pesquisadores civis e militares) em 50 anos de programa não conseguimos sequer nesse período colocar por nossos próprios meios um simples "parafuso em órbita", apesar da área de satélites ter alcançado alguns resultados através de foguetes estrangeiros.

É extremamente frustrante além de preocupante para toda comunidade espacial do país (composta por menos de 3000 integrantes e diminuindo rapidamente por falta de reposição – a Índia tem 16 mil) que após esse tempo todo o resultado alcançado seja "pífio" se comparamos com os resultados alcançados por outras nações do mundo em um período bem menor de tempo.

Desde o início da década de 90 do século passado que essa comunidade vem se mobilizando ingloriamente para esclarecer aos "d...loides" de governos subseqüentes a importância do programa espacial para um país das dimensões territoriais do Brasil. Durante esses período foram realizadas reuniões reservadas com autoridades, audiências públicas, seminários, workshops, congressos, visitas oficias de autoridades do governo e do Congresso as instalações das instituições envolvidas com o programa e elaboração de documentos que até hoje não resultaram em nada, a não ser muito blá-blá-bla e promessas mirabolantes.

Assim sendo leitor, o resultado não poderia ser outro, e em nossa opinião o PEB vive hoje o pior momento de toda sua história (apesar da melhora dos recursos financeiros durante a segunda metade do Governo LULA, ainda que insuficientes) já que a classe política brasileira se recusa a entender o grande erro histórico e estratégico para nossa sociedade que esta sendo cometido por "omissão".

Certamente isso gerará grandes conseqüências no futuro de nossa sociedade, já que o país está perdendo a competência tecnológica que resta adquirida nesses 50 anos num programa não só crucial para o país como para toda a humanidade.

O mundo já identificou há décadas que a tecnologia espacial é crucial para o desenvolvimento de suas sociedades, bilhões de dólares são investidos anualmente e outros bilhões são gerados por esses investimentos que trazem benefícios incalculáveis em todas as áreas do conhecimento humano.

Infelizmente só mesmo os "d..loides de Brasília" não enxergam ou se recusam enxergar (o programa espacial devido a ignorância da sociedade brasileira não dá voto, e sendo assim não é interessante para a classe política) o caminho adotado por esses países em direção dessa nova fronteira.

Países como a Argentina, que mesmo com grandes dificuldades financeiras, literalmente já ultrapassou o Brasil na área de desenvolvimento de satélites e se confirmadas as ultimas notícias divulgadas pela mídia, caminha seriamente para nos ultrapassar na área de foguetes.

Vale lembrar leitor, que desde o início da década de 70 (1971) os argentinos já tinham colocado um ser vivo (um macaquinho) no espaço em um vôo suborbital (veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=zhgyMTrTD-U) e se não fosse pelo inconseqüente ex-presidente argentino Carlos Menem que cedeu as pressões do governo americano cancelando o “Projeto Condon” (hoje isso não ocorre no governo da Cristina Kirchner que tem apoiado incondicionalmente o programa espacial do seu país) a Argentina hoje certamente faria parte do fechadíssimo clube espacial, formado por países que detém a tecnologia espacial de acesso ao espaço.

Abaixo leitor trago para você o vídeo da câmara abordo do foguete iraniano Safir que foi lançado exitosamente dia 15/06 com o satélite Rassad-1.

Câmara abordo da Missão Safir/Rassad-1

Aproveitamos para agradecer ao Eng. José Miraglia do grupo “Edge Of Space” pelo envio desse vídeo incentivando-me com isso a escrever esse artigo na esperança que nossa classe política acorde e rápido.

Duda Falcão

Comentários

  1. Duda posso publicar seu artigo no meu blog?

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  2. Parabéns pelo texto, Duda. Concordo com o seu ponto de vista sobre os nossos "queridos" politicos, que pouco se importam com o desenvolvimento do país, só com os votos e o salário que podem receber. Estamos pelo menos uns 50 anos atrasados na ciência aeroespacial, graças a uma dezena de pessoas sem o minimo de visão. Torço para o programa iraniano, chines e argentino darem bastante certo, e um dia, tavez a nossa classe politica perceba a burrada que fez e tente voltar atras, mas já será tarde.
    Cabe a grande imprensa divulgar essa vergonha que se tornou o nosso programa espacial, mas eles estão mais preocupados em mostrar com qual fulano determinada celebridade está saindo. Por isso parabenizo o seu blog que tenta ser uma luz no fim desse escuro túnel chamado Brasil. Conte comigo!

    Um abraço, Heverton Freitas!!

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  3. Olá Mensageiro!

    Citando a autoria e a fonte não tem problema algum amigo. Fique a vontade.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  4. Olá Heverton!

    Obrigado pelo reconhecimento ao nosso trabalho amigo e quanto à situação do PEB, infelizmente ela é bastante ruim. Claro que o Rauppjet vem tentando botar ordem na casa, mas como ele mesmo disse na reunião com a classe científica dias atrás no LIT, tudo dependerá da Presidente DILMA para a implantação das idéias que ele apresentará em breve ao Mercadante. O que eu sei é que se as mesmas não forem implantadas até dezembro desse ano, comprometerá todos os cronogramas de projetos em curso, principalmente o do VLS-1, atrasando ainda mais essa novela.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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