Olá, entusiastas!
Em mais uma publicação questionável, totalmente fantasiosa, senão desastrosa, a Agência Espacial Brasileira (AEB) publicou ontem (17/03/2025) uma nota vergonhosa nas suas redes sociais. Sem ter o que apresentar de concreto há muito tempo e vivendo de factóides, desta vez a AEB trouxe um texto extremamente desconexo e superficial sobre veículos lançadores e empresas estrangeiras, tendências do mercado de lançadores e projetos da indústria brasileira, tudo misturado em balaio só. A abordagem é marcada por uma falta de foco, falta de conexão entre as informações textuais e visuais, que nos faz perguntar: Para que se gastou tempo em produzir algo tão inútil?
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Um balaio de foguetes (Créditos: IA via prompt construído pelo BS). |
Veja essa pérola você mesmo (original aqui):
Dentre os diversos aspectos questionáveis sobre essa insólita publicação, destacamos:
Falta de Foco e Clareza:
A publicação mistura projetos de diferentes naturezas (VLN-Akaer, ML-BR e VLM-1) sem uma linha clara de argumentação. Enquanto os dois primeiros são projetos financiados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia - FNDCT e conduzidos por empresas privadas, o VLM-1 é um projeto governamental da AEB, DCTA / IAE e com o motor S-50 desenvolvido pela Avibras (em recuperação judicial) em parceria com a Alemanha (DLR), que está parado, depois de 20 anos de projeto e sem previsão de conclusão. Essa mistura de iniciativas privadas e projetos público, sem uma análise comparativa ou contextualização, gera confusão e suscita desinformação como o andamento dos projetos estivessem 'pari passu', o que não é verdade!
Ausência de Inovação:
Um dos maiores desafios da indústria de lançadores atualmente é a reutilização de veículos, algo que empresas como SpaceX e Blue Origin já dominam. No entanto, nenhum dos projetos brasileiros mencionados (VLN-Akaer e ML-BR, que são inovadores para o Brasil) aborda essa tendência, muito menos o VLM. A publicação ignora essa lacuna, dando a impressão de que o Brasil e estes projetos estão alinhados com as inovações globais, quando, na realidade, ainda estejam defasados nesse aspecto crucial.
Falta de Visão Estratégica:
A publicação não menciona como os projetos apresentados se inserem em uma estratégia nacional para o setor espacial. Qual é o plano do Brasil para competir globalmente? Como esses projetos contribuirão para a soberania tecnológica e econômica do país? Essas perguntas ficam sem resposta, deixando a impressão de que os projetos são iniciativas isoladas, sem uma visão de longo prazo, como na verdade são.
Imagem Descontextualizada:
A inclusão de uma imagem com foguetes de sondagem do Programa Governamental Brasileiro ao lado do VLM-1 é, no mínimo, despropositada. Foguetes de sondagem e veículos lançadores de satélites têm propósitos e complexidades completamente diferentes. Essa mistura de "alhos com bugalhos" demonstra falta de critério e rigor técnico, além de passar uma mensagem equivocada sobre o estágio atual da tecnologia espacial brasileira e desconexão total entre a mensagem textual e a mensagem visual da postagem.
Frase de Efeito Vazia:
A conclusão da publicação com a frase "O futuro é promissor!" soa como um clichê vazio, sem embasamento nos fatos apresentados. A mensagem não reflete os desafios reais enfrentados pela indústria brasileira, como a redução de custos, a sustentabilidade e a necessidade de inovação em veículos reutilizáveis. Uma análise mais profunda e honesta sobre os obstáculos e oportunidades seria muito mais útil do que um otimismo genérico e desconectado da realidade.
Novamente, a AEB se mostra desconectada da realidade, buscando promover-se a todo custo, tentando "pongar a onda (e o sucesso) dos outros". Essa postura resulta em uma comunicação confusa e superficial, que mais desinforma do que esclarece. A mistura de projetos de diferentes naturezas (VLN-Akaer e ML-BR junto com o VLM-1), misturada com conceitos de inovações como a reutilização de veículos e o uso de imagens descontextualizadas criam falsas impressões sobre o estágio atual da tecnologia espacial brasileira, "colocando tudo (inapropriadamente) em um balaio só".
Desse modo, a AEB perde a oportunidade de engajar o público em uma discussão honesta e produtiva sobre o futuro do programa espacial brasileiro. Assim, a publicação reforça a ideia de que a agência está mais interessada em criar narrativas superficiais, ou seja, um desserviço, confundindo o leitor e perpetuando a desinformação.
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