A Cápsula Espacial da 'Varda Space' Aterrissa na Austrália Com Dados Críticos Para Veículos Hipersônicos

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Foto de William Godwin, cortesia da Varda Space Industries
A nave W-2 é vista reentrando na atmosfera da Terra a partir da Koonibba Test Range, no sul da Austrália. Foto de William Godwin, cortesia da Varda Space Industries

Caros entusiastas das atividades espaciais, no dia 1º de março, o portal SpaceNews noticiou que a Varda Space Industries havia anunciado o êxito da aterrissagem de sua cápsula de reentrada na Austrália, realizada em 28 de fevereiro. Com isso, a empresa concluiu com sucesso sua segunda missão, que teve como objetivo coletar dados essenciais para a pesquisa militar sobre tecnologias hipersônicas, além de contribuir para os sistemas de proteção térmica da NASA.
 
De acordo com a nota do portal, a startup com sede na Califórnia, especializada na construção de espaçonaves para a fabricação de produtos no espaço, projetou a cápsula W-2 para avançar a pesquisa sobre condições de reentrada em alta velocidade. Após passar seis semanas em órbita, a cápsula aterrissou na Koonibba Test Range, no sul da Austrália, um marco tanto para a empresa quanto para o crescente papel da região nas operações espaciais comerciais.
 
A cápsula transportava uma carga útil com sensores especializados do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL) chamada OSPREE (Optical Sensing of Plasmas in the Reentry Environment). Este instrumento avançado, desenvolvido pelo Investigador Principal do AFRL, Capitão Ashwin Rao, foi projetado para registrar medições espectrais do ambiente dinâmico de plasma durante a reentrada.
 
“A química aerotérmica única do ambiente de reentrada é impossível de simular ou replicar em solo”, explicou Muk Pandian, diretor de parcerias estratégicas e conceitos avançados da Varda. Ele acrescentou que as metodologias de teste convencionais não conseguem fornecer condições extremas, como a formação sustentada de plasma.
 
De acordo com os oficiais da Varda, essa missão alcançou algo sem precedentes: medições ópticas in situ da emissão do ambiente de reentrada a velocidades superiores a Mach 15, fornecendo dados em tempo real que oferecem insights sobre como materiais e sistemas se comportam sob condições hipersônicas extremas.
 
Essa missão representa a primeira da Varda sob um acordo de vários anos com o AFRL.
 
“Ao fazer parceria com entidades espaciais comerciais como a Varda, o AFRL pode fornecer à comunidade governamental de ciência e tecnologia acesso ampliado a testes em condições verdadeiramente hipersônicas”, disse Erin Vaughan, líder do programa AFRL.
 
Crédito: Varda Space Industries
Capitão Ashwin Rao e a líder experimental Vanessa Murray, do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea, com a cápsula espacial W-2 da Varda.

A cápsula de 120 quilos utilizou um ônibus de satélite da Rocket Lab e incorporou um escudo térmico desenvolvido em parceria com o Ames Research Center da NASA.
 
A cápsula W-2 iniciou sua jornada em 14 de janeiro de 2025, quando foi lançada a bordo da missão de compartilhamento de carona Transporter-12 da SpaceX, a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.
 
As cápsulas de reentrada são projetadas para viajar para o espaço a bordo de um veículo de lançamento, onde completam sua missão — como realizar experimentos ou coletar dados — antes de serem desorbitadas e guiadas de volta à Terra por meio de uma reentrada atmosférica controlada, confiando em escudos térmicos para suportar temperaturas extremas e paraquedistas ou outros sistemas de frenagem para garantir um pouso seguro.
 
A aterrissagem da W-2 marcou a primeira espaçonave comercial a pousar em solo australiano. A Koonibba Test Range abrange 15.830 milhas quadradas no sul da Austrália.
 
A primeira cápsula W-1 da Varda, em fevereiro de 2024, foi a primeira espaçonave comercial a pousar em solo dos EUA, quando reentrou na Utah Test and Training Range.
 
Após a recuperação, a empresa afirmou que a cápsula W-2 passará por processamento nas instalações da Southern Launch, em colaboração com os parceiros de carga útil da Varda, antes de ser devolvida à sede da Varda em Los Angeles para análise abrangente.
 
Espera-se que os dados coletados durante esta missão ajudem a aprimorar sistemas de proteção térmica, designs de sensores e aerodinâmica para futuros veículos hipersônicos.
 
Aproveitamos para agradecer publicamente a nossa amiga e leitora Aline Aquino pelo envio dessa grande noticia.
 
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