O Lançamento do 'Foguete Europeu Ariane 6', Foi Adiado Poucos Minutos Antes da Sua Decolagem Devido a Uma "Anomalia" Detectada

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Imagem: Space Daily

No dia de hoje (04/03),  o portal Space Daily noticiou que poucos minutos antes de ser programado para decolar nesta segunda-feira (03), a primeira missão comercial do novo foguete de lançamento pesado da Europa, o Ariane 6, foi cancelada devido a uma "anomalia" no solo.
 
De acordo com a nota do portal, este foi o mais recente de vários adiamentos para o foguete, enquanto a Europa busca garantir acesso independente ao espaço em meio a uma surpresa reaproximação entre Moscou e Washington.
 
"Foi detectada uma anomalia... uma válvula foi encontrada com defeito em um dos tubos que abastecem o lançador", disse o chefe da Ariane, David Cavailloles.
 
O lançamento estava programado para decolar do centro espacial da Europa em Kourou, na Guiana Francesa, às 13h24 (16h24 GMT) na segunda-feira (03).
 
Embora tenha chovido de forma esparsa em Kourou, as equipes no solo haviam recebido sinal verde até poucos minutos antes da decolagem.
 
"A única decisão possível agora é adiar o lançamento", disse Cavailloles.
 
"Não tenho dúvida de que teremos outro voo em breve", acrescentou.
 
O lançamento foi adiado enquanto a Europa busca reduzir sua dependência dos Estados Unidos para segurança — e a indústria espacial europeia luta para permanecer competitiva com a SpaceX de Elon Musk.
 
O foguete seria utilizado para colocar um satélite militar francês em órbita a uma altitude de cerca de 800 quilômetros (500 milhas) acima da Terra.
 
A Europa não tem mais acesso aos foguetes Soyuz da Rússia desde a invasão da Ucrânia em 2022, enquanto o Ariane 5, que era o principal foguete da Europa, foi aposentado em 2023.
 
'Devemos Estar Unidos'
 
A missão adquiriu maior significado simbólico depois que a administração do novo presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou uma surpresa reaproximação com a Rússia, o que levou as nações europeias a se unirem.
 
"A Europa deve garantir sua própria segurança", disse o diretor de transporte espacial da ESA, Toni Tolker-Nielsen, em uma coletiva de imprensa em Kourou antes do adiamento ser anunciado.
 
"Devemos estar unidos", disse Cavailloles, enfatizando a importância de "não depender de mais ninguém" para lançar satélites "no mundo de hoje".
 
A indústria espacial tem enfrentado grandes turbulências — e mais mudanças são esperadas após o bilionário fundador da SpaceX, Elon Musk, ter se tornado recentemente um importante conselheiro de Trump.
 
"O conceito de autonomia estratégica, antes zombado como um capricho francês, está no coração da Europa do amanhã", disse o ministro de Pesquisa da França, Philippe Baptiste, à mídia local.
 
"O número de lançamentos explodiu — não apenas os americanos, mas também os chineses", disse o general francês Philippe Steininger, consultor do instituto de pesquisa espacial CNES.
 
Inicialmente planejada para dezembro, a missão do Ariane 6 foi adiada para 26 de fevereiro e depois para 3 de março. A próxima data de lançamento ainda não é conhecida.
 
A missão levará o satélite CSO-3 ao espaço. O CSO-3 completará uma rede de três satélites de imagem militar franceses, sendo que os dois primeiros foram lançados em 2018 e 2020 em foguetes Soyuz.
 
Segurança Reforçada
 
Os satélites possuem "câmeras orbitais que tiram imagens em luz visível e infravermelha em todo o globo, o que é muito importante para operações militares", disse Michel Sayegh, chefe da agência de armamentos do governo francês, DGA, à AFP.
 
Dada a função militar do satélite, precauções de segurança rigorosas foram tomadas para limitar o acesso ao centro espacial na costa norte da América do Sul, com caças franceses sendo enviados para patrulhar os céus ao redor.
 
O foguete menor Vega-C da Europa foi anteriormente suspenso por dois anos devido a um acidente que resultou na perda de dois satélites, retomando os voos apenas em dezembro de 2024.
 
O contratempo deixou a Europa sem uma forma de lançar satélites ao espaço por um ano, após os adiamentos do Ariane 6 e o fim da cooperação com a Rússia.
 
A Europa possui apenas um punhado de satélites militares, em comparação com os centenas dos Estados Unidos e da China.
 
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