Site Canaltech Realiza Entrevista Com o Novo Presidente da AEB. Confira!
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue agora uma entrevista com o novo presidente de nossa
piada espacial (AEB) publicada ontem (15/08) no site ‘Canaltech’.
Confiram e avaliem por vocês mesmos, e vejam a nossa opinião na próxima edição da
nossa coluna Espaço Semanal.
Brazilian Space
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O Que Será do Programa Espacial Brasileiro? Presidente da AEB Fala
ao Canaltech!
Por
Danielle Cassita
Editado
por Patricia Gnipper
15 de
Agosto de 2023 às 18h54
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: Divulgação/AEB
Em julho, Marco Antonio Chamon assumiu a presidência da Agência
Espacial Brasileira (AEB), instituição dedicada ao programa espacial do nosso
país. A cerimônia de posse marcou o início de uma nova fase tanto na AEB quanto
nas atividades espaciais que o Brasil vai realizar nos próximos anos.
O presidente tem uma longa experiência no setor, representada por
atividades de destaque no programa espacial brasileiro. Entre elas, estão a
coordenação do programa de satélites científicos do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e a gerência da missão SABIA-Mar, voltado para o
sensoriamento de sistemas aquáticos com satélites.
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Hoje, a AEB trabalha para destacar o Brasil no cenário espacial mundial
— e o novo presidente está alinhado com esse objetivo, atuando para desenvolver
e promover atividades espaciais no país, impulsionando nosso programa espacial.
Para os próximos anos, a expectativa é que o Brasil desenvolva
novos projetos em parcerias com nações como China e Argentina, faça acordos com
outros países, avance no uso comercial da base de Alcântara e mais.
Entrevista Com o Presidente da Agência Espacial Brasileira
Para saber mais sobre esta nova etapa, quais projetos estão em
andamento e o que está por vir, o Canaltech conversou com o presidente
Chamon.
Quando questionado sobre os planos para a nova gestão e se há
projetos já definidos, ele respondeu:
Tem muita
coisa definida, muita coisa que é na continuidade natural do programa espacial.
Há coisas novas, sem dúvida, há uma transição da própria AEB e do próprio
governo, mas há uma continuidade. A gente sempre tenta passar a ideia de que o
programa espacial é um programa de Estado simplesmente porque, muitas vezes, os
projetos são tão longos que atravessam governos, então tem que haver essa
coordenação.
Um dos projetos que vai ter continuidade é o programa
Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), iniciado no fim da
década de 1980. Além de proporcionar uma ferramenta importante para o
monitoramento do território do Brasil com satélites próprios, o programa trouxe
também autonomia significativa para o país nesta área.
(Imagem: Reprodução/AEB)
Cinco satélites CBERS já foram lançados e os mais recentes deles
são o CBERS-4 e CBERS-4A, que seguem ativos. Segundo o presidente, o programa
não estava suspenso, mas sim em uma fase de exploração de dados. O que será que
vai mudar? Ele explica:
Na
continuidade desse grande projeto que temos com a China desde 1988, que faz 35
anos neste ano, vamos retomar [o projeto] com novos satélites. Vamos fazer uma
nova série de satélites com a China na continuidade do programa, mas bastante
diferentes daqueles que têm sido feitos, ou seja, bastante novos.
Esse
[novo] satélite não vai ser óptico [como são os anteriores], vai ter tecnologia
de radar. [...] E qual é a vantagem de fazer radar no lugar de fazer o óptico?
Tem um caráter de complementaridade muito grande. Primeiro, você consegue fazer
imagens de radar à noite, se precisar — você não faz imagens ópticas à noite,
você precisa do Sol para iluminar a cena. [...] Mais importante do que isso,
talvez, é que ele pode atravessar as nuvens, coisa que o óptico não faz.
Sobre o uso destes recursos, o presidente Marco Antonio Chamon
descreveu diferentes possibilidades:
A
principal aplicação desse satélite é em vegetação, mas ele também tem uma
utilização secundária em observação de oceanos. [...] O monitoramento do
desmatamento com radar não é uma coisa que se faz, e nós temos experimentos que
mostram que é possível fazer, e vamos fazer. Nós queremos fazer isso em grande
escala, e provavelmente vamos novamente ser pioneiros no mundo nessa área de
aplicação. Digo novamente, porque na atividade anterior óptica para o
desmatamento, o Brasil é uma grande referência no mundo. Provavelmente, vai
acontecer a mesma coisa com o radar, e espero, porque acho que seria algo
bacana para o país.
A AEB vai também retomar o projeto SABIA-Mar, conduzido em
parceria com a Argentina. Trata-se de um sistema de observação da Terra com
dois satélites, focado em sensoriamento remoto de sistemas
aquáticos oceânicos e das águas interiores.
Devido a dificuldades como falta de recursos, a iniciativa ficou
suspensa por parte do Brasil, mas a Argentina seguiu nas atividades. Com a
retomada do programa, os países vão desenvolver dois satélites.
O satélite brasileiro já está em desenvolvimento no Laboratório de
Integração e Testes, um dos laboratórios do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) em São José dos Campos, no interior paulista. Se tudo correr
bem, o lançamento pode acontecer até 2026.
O presidente Chamon detalhou o trabalho que vai acontecer por meio
da parceria:
A
Argentina vai fazer um satélite, e o Brasil, o outro. Vou ter o dobro de informações
porque tem dois satélites, então posso olhar o dobro de áreas, mas cada um paga
o seu e desenvolve o seu satélite. Estamos analisando o tempo e os custos, e
talvez a gente lance os dois satélites juntos, mas talvez não. Em princípio, é
possível que isso aconteça, mas isso ainda vai ser discutido.Basicamente, o
importante agora é que, primeiro, vamos fazer o nosso satélite e a Argentina
vai fazer o deles. Eles têm funções similares para a gente coletar os mesmos
tipos de informações ou complementares, e os dois países utilizam todos os
dados. Essa é a parte importante: nós temos acesso aos dados coletados pelos
argentinos e vice-versa. Esses são satélites com o mesmo tipo de tecnologia da
que vai ser usada com a China, é um satélite pequeno, na classe dos 700 kg.
Quando iniciar suas operações, o que o satélite brasileiro
SABIA-Mar vai poder oferecer? O presidente apontou diferentes aplicações:
Então, o
SABIA-Mar é um satélite que vai olhar as águas interiores e vai olhar
principalmente águas oceânicas, tanto do mar aberto quanto a área costeira. São
águas com características muito diferentes. Uma utilização desse satélite, por
exemplo, é você entender como é o ciclo de carbono no oceano. [...] Outra
aplicação é a floração de algas em reservatórios, que pode afetar a saúde da
população que utiliza aquele reservatório. A água é uma questão fundamental no
mundo todo, e também estamos preocupados. Então, a hidrologia e suas derivações
são as aplicações do SABIA-Mar. São duas aplicações diferentes, mas elas se
conectam, elas conversam, tanto com os chineses quanto com os argentinos. Esses
são dois grandes projetos que nós temos.
Já que mencionamos colaborações com outros países, talvez você
esteja se perguntando sobre os avanços que aconteceram após o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) assinar
os Acordos Artemis, em 2021
Na época da assinatura, o Canaltech conversou com o então
presidente da AEB, Carlos Moura, para saber o
que esperar da participação brasileira no programa. Segundo o atual
presidente, houve grandes avanços desde então:
Nós
assinamos o acordo e começamos a prospectar no que podemos participar, para não
ser apenas um acordo no papel. [...] Já localizamos e já assinamos, ou estamos
para assinar, um memorando de entendimento com a EMBRAPA [Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária]. Eles estão entusiasmados e querem entrar nessa, nós
queremos que eles entrem. Nós estamos prospectando outras coisas — a Petrobras,
podemos imaginar, poderia ajudar em alguma coisa na área de mineração.
O Brasil
está no meio do caminho: tem programa espacial, mas é um programa espacial
modesto, se comparado com o orçamento da NASA.
Mas nós temos tradição, nós sabemos fazer e essa tradição é conhecida dos dois
lados, tanto do americano quanto do lado dessas nações emergentes que querem
participar.
É mais
fácil para elas se agregarem em torno do Brasil, o diálogo é mais fácil, porque
os Estados Unidos estão muito longe no sentido de estar tecnologicamente
avançados. Nesses dois anos, nós trabalhamos no sentido não de formar um
subgrupo dentro do Artemis, mas sim de como essas nações se organizam, como
elas aprendem com a experiência do Brasil, por exemplo, para começar.
No momento, a AEB planeja firmar um acordo preliminar com a
EMBRAPA, empresa pública criada para desenvolver tecnologias com foco na
agropecuária do Brasil. Tal acordo sinaliza que ambas têm interesse em propor
atividades em determinadas áreas no programa
Artemis. O presidente revelou mais sobre tais áreas e a situação do acordo:
Agricultura
no espaço, porque é a especialidade da EMBRAPA, e porque nós somos o ponto
focal do programa Artemis no Brasil, e também porque teremos espaço. [...] [A
etapa de captura de recursos] ainda não começou, nós estamos na primeira etapa,
que é uma exploração e leva um tempo. O que eu posso dizer é que há um
interesse, e o interesse é focado em space farming.
Quando questionado sobre como estes vários projetos e acordos vão
ajudar a consolidar a presença do Brasil no cenário espacial internacional,
Chamon respondeu:
A expressão
que é utilizada no anúncio [da cerimônia de posse] é a consolidação, não
estamos começando nada. Nós já estamos lá há bastante tempo, e já fazemos
coisas sérias com países sérios. É a consolidação de certo protagonismo. Algum
protagonismo nós já temos, o acordo Brasil-Argentina já foi considerado o maior
acordo espacial sul-sul já assinado, e que permanece até hoje. O acordo tem 35
anos, vários governos passaram nos dois países e o acordo permanece. Eu
consolido o protagonismo de duas maneiras. Primeiro, eu desenvolvo minha
própria tecnologia, meu próprio programa espacial. Isso mostra certa presença
na área internacional, porque os temas com os quais o programa espacial
brasileiro está centrado não são temas exclusivamente brasileiros, são temas
que dizem respeito ao mundo como um todo.
Por fim, ele trouxe alguns pontos que mostram como o Brasil tem
tal protagonismo no setor espacial, bem como o que vai ser feito para expandir
esse papel de destaque:
Outra
coisa, mesmo que os nossos recursos sejam limitados comparado a outros países,
nós conseguimos ao longo do tempo produzir tecnologias que sejam de interesse
mundial pelo serviço que elas produzem. A prova disso é que nós conseguimos
parcerias com países de grande reputação na área espacial.
Conseguimos
parcerias com a Argentina, mas é um tradicional parceiro nosso. Conseguimos
parcerias com a Índia, que é uma potência no espaço, conseguimos parceria com
os EUA e estamos no Artemis. Nós temos essa presença internacional, o programa
espacial permite a presença internacional. Os projetos dos quais eu estava
falando consolidam essa presença espacial. E mais: como a gente avança, como a
gente faz mais? Um exemplo é o [programa] Artemis, a gente não estava nisso e
agora está.
Uma outra
coisa, que eu mencionei antes, é o uso comercial da base de Alcântara, porque é
a base mais bem localizada no mundo para lançamentos. [...] A base, agora,
avança para a sua comercialização. Já houve um primeiro lançamento, foi
experimental, mas a gente começa de algum lugar. [...] Nós temos a base de
lançamento em uma posição geograficamente privilegiada, e que atrai agora —
estamos tentando e acho que conseguimos — novos negócios. Isso tudo é presença
consolidada.
Agora, resta acompanhar o andamento tanto destes e de outros projetos
que estão por vir, além dos resultados que vão trazer para nosso país.
O Sr. Marco Antonio Chamon é o atual presidente da "Agência Espacial Brasileira - AEB".
ResponderExcluirFoi nomeado para comporta figurativamente no quadro de "presidente" da "Alegria Espacial Brasileira - AEB".
-> Com direito de viagens no território Nacional e Internacional, diárias, super salário e outros benéficos.
Assim segue o BRASIL....
Enfim.