Simulação da Formação dos Planetas Realizada Por Astrofísicos de Universidade Japonesa, Mostra que 'Poeira Cósmica' Não se Agrega Como Se Acreditava
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, foi publicado uma notícia dia (15/08) no site Inovação Tecnológica destacando que segundo um estudo de uma equipe de
astrofísicos da Universidade Tohoku,
no Japão, a Poeira Cósmica não se agrega como se esperava e simulação
da formação de planetas foi frustrada. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Poeira Cósmica Não se Agrega e Frustra Simulação da
Formação dos Planetas
Redação do Site Inovação Tecnológica
15/08/2023
[Imagem: JAMSTEC]
Partículas de poeira em escala micrométrica nos discos protoplanetários precisam se agregar para formar planetesimais, os blocos de construção dos planetas. |
Como os Planetas Se Formam?
Segundo as teorias atuais - bem como todos os dados
observacionais de que dispomos - micropartículas de poeira cósmica reunidas em
gigantescos discos
protoplanetários colidem e se aglomeram para formar agregados de poeira
maiores, que eventualmente se combinarão até se transformarem em planetas
inteiros.
Comprovar que isto ocorre na realidade requer a
construção de modelos numéricos que caracterizem com precisão as condições
necessárias para que os agregados de micropartículas em colisão se unam, em vez
de se separarem ao se chocarem.
Indo na contramão desses resultados tão esperados, porém,
as simulações mais recentes indicam que os agregados de poeira têm menos
probabilidade de se unir após uma colisão à medida que o tamanho dos agregados
aumenta.
Sota Arakawa e uma equipe de astrofísicos da Universidade
Tohoku, no Japão, realizaram simulações numéricas de colisões de agregados de
poeira variando entre 10.000 e 140.000 micrômetros (1 a 14 cm) de diâmetro,
usando métodos de elementos discretos de esfera macia.
O sistema de modelagem discreta considerou cada partícula
dentro do agregado, em vez de tratar o agregado como uma entidade única, e a
simulação de esfera macia assumia a rigidez de cada partícula do agregado, mas
permitia deformações que poderiam ocorrer durante a colisão.
Partículas Quicam em Vez de Se Aglomerar
Os resultados indicam que aumentar o diâmetro dos
agregados de poeira de micropartículas diminui a probabilidade de aderência, ou
a probabilidade de que dois agregados se juntem e formem um agregado maior após
a colisão.
[Imagem: Sota Arakawa et al. -
10.3847/2041-8213/acdb5f]
À medida que crescem, as partículas passam mais a quicar umas nas outras, fragmentando-se, em vez de colarem umas nas outras. |
"O processo de formação de corpos de tamanho
quilométrico, planetesimais, a partir da poeira cósmica, que é o estágio
inicial da formação do planeta, tem sido um dos maiores problemas na teoria da
formação dos planetas. O presente estudo mostrou que os aglomerados de poeira,
que são a matéria-prima dos planetas, param de crescer quando atingem um
determinado tamanho, já que grandes aglomerados são difíceis de aderir uns aos
outros," disse o professor Hidekazu Tanaka.
As simulações indicam que o rebote nas colisões entre
grandes agregados de micropartículas diminui a probabilidade de formação dos
planetesimais, que são os blocos de construção dos planetas - a teoria propõe
que planetesimais em escala de quilômetros formam planetas através da fusão
colisional via gravidade.
"Nossos resultados tornaram o problema da formação
de planetesimais ainda mais difícil. O crescimento adesivo de aglomerados de
poeira é um processo chave no processo de formação dos planetas," concluiu
Tanaka.
Bibliografia:
Artigo: Size
Dependence of the Bouncing Barrier in Protoplanetary Dust Growth
Autores: Sota
Arakawa, Satoshi Okuzumi, Misako Tatsuuma, Hidekazu Tanaka, Eiichiro Kokubo,
Daisuke Nishiura, Mikito Furuichi, Taishi Nakamoto
Revista: The
Astrophysical Journal Letters
Vol.: 951,
Number 1
DOI:
10.3847/2041-8213/acdb5f
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