AEB Recua e Extingue Criação da Agência Espacial Latino Americana
Olá leitor!
Segue abaixo mais uma artigo postado ontem (21/05) no
site do “defesanet,com” tendo como o
rema o recuo da AEB que extinguiu a criação da Agência Espacial Latino-Americana.
Duda Falcão
COBERTURA ESPECIAL - ESPECIAL
ESPAÇO - TECNOLOGIA
AEB Recua e Extingue Criação da
Agência Espacial Latino
Americana
21 de Maio, 2015 - 17:00 ( Brasília )
Júlio Ottoboni
Especial DefesaNet
Foto - Associação Brasileira de Direito Aeronáutico
José Monserrat, Assessor de Cooperação Internacional da
AEB.
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O
Brasil continua a dar as costas para a América Latina, principalmente na área
espacial. Quando há indicativos que o país possa liderar uma somatório de
esforços nas atividades espaciais em parceria com países vizinhos, novamente
surge a desorientação que norteia a Agência Espacial
Brasileira (AEB), que não consegue
impor uma política eficaz para o setor e muito menos explicar o mega
investimento perdido na aventura da empresa binacional Alcântara Cyclone
Space com os ucranianos, que sorveu mais de R$ 1 bilhão dos cofres
públicos sem um mísero resultado prático em mais de uma década de existência.
Outra
questão, a amazônica, seria trabalhada no aspecto científico em conjunto
e as ações espaciais seguiriam o mesmo curso, inclusive com a distribuição de
tarefas e de custos e investimentos junto aos países Panamazônicos. A criação
de uma agência espacial regional é dos anos 90.
“O
Brasil foi contra desde o primeiro dia por entender que seria um órgão que
renderia muita burocracia e poucos resultado a exemplo da
"confederação" proposta pelos EUA e nunca deu em nada”, conforme
informação da Assessoria de Cooperação Internacional, que é chefiada pelo José
Monserrat e quem acompanha o tema pela AEB.
Para
Monserrat, a proposta do Brasil no momento é que haja um trabalho integrado das
universidade para a produção de satélites de pequeno porte, o que renderia
frutos em um prazo bem menor.
Algo
que foi feito pelo INPE ainda nos anos 80, na antiga Missão Espacial Completa
Brasileira (MECB). Praticamente a grande maioria dos especialistas em
sensoriamento remoto dos países vizinhos foram pós-graduados nos cursos de
mestrado e doutorado do INPE e vários integraram o segmentos de pesquisa e
desenvolvimento dos satélites da missão.
Segundo
o diretor da AEB, o Brasil também já propôs o estabelecimento de um órgão que
congregue os presidentes das agências espaciais latino-americanas. Esse
colegiado discutiria propostas de ações como, por exemplo, a compra de imagens
de sensoriamento remoto, o que sairia mais em conta para todos e também não
seria necessário a criação de mais um organismo para se gastar dinheiro.
O
que é entendido por muitos especialistas como um recuo no tempo e uma falta de
memória por parte da AEB, pois a tentativa de se comercializar as imagens dos
satélites CBERS, feito em parceria com a China, para os países vizinhos se
demonstrou inócua e sem qualquer progresso. Tanto que as imagens foram
distribuídas gratuitamente. O mesmo ocorreu com os dados ambientais recolhidos
pelos satélites brasileiros, tanto os sino-brasileiros como os da MECB.
“Uma
agência espacial regional acabaria reverberando no bolso brasileiro que, pelas
necessidades em função de seu tamanho territorial, acabaria ficando com a maior
parte da fatura para pagar”, comentou o assessor da AEB.
Segundo
a visão do Monserrat, que acompanha esta questão de perto, essa ideia de uma
agência regional não vai sair do mundo das intenções. Ele mesmo já participou
de vários encontros para essa finalidade e de outros onde a questão foi
ventilada e conclui que o volume de contras é muito maior do que dos prós.
O
pesquisador do INPE e chefe do departamento de distribuição de imagens de
satélites para os países interessados, Paulo Roberto Martini, criador da
proposta e ex-assessor da AEB, não vê desta maneira.
“A
tese que defendi no ano sabático cumprido junto à Escola Superior de Guerra
tratou de um exercício do que poderia ser uma Agência Espacial Sul Americana. O
eixo para se chegar a tal empreendimento seria a cooperação regional entre as
diversas agências, mas com a liderança daquelas mais plenamente estabelecidas:
a brasileira e a argentina.”
Para
Martini, o modelo sugerido foi aquele da Agência Espacial Europeia (ESA),
na qual a Alemanha (DLR) e a França (CNES) constituem as principais lideranças
e funcionam como verdadeiras locomotivas. Mas ainda congrega a Itália, Espanha,
Reino Unido, Portugal, Dinamarca entre os 21 países integrantes e com imenso
sucesso em projetos conjuntos.
“A
ESA atualmente é uma potência, atuando em pé de igualdade com as agências
espaciais de Estados Unidos, China e Rússia. A situação dos principais pares
sul-americanos atualmente é muito melhor do que aquela dos europeus de então. E
já era quando escrevi meu estudo, ao final de 1999”, explicou Martini.
No
projeto apresentado a Escola Superior de Guerra, a cooperação regional seria
cimentada pelo monitoramento satelitário de dois temas centrais e
importantíssimos ao meio ambiente sul-americano: as águas e as florestas.
Os
satélites seriam desenvolvidos em forma complementar, seguindo vocações já
antecipadas pelos programas espaciais correntes nos países envolvidos.
O Brasil seguindo a linha de instrumentos com maior resolução
espacial e espectral, como os satélites CBERS. A Argentina com sua linha de
satélites de maior repetitividade e de média resolução, ou mesmo aqueles
dotados de sensores ativos (RADAR).
“O
Chile tem mostrado também uma firme disposição para não ficar de fora na
ciranda de satélites de Sensoriamento Remoto. Sua linha de atividades está
focada no âmbito de satélites de alta resolução. O Peru e a Venezuela tem se
valido do exemplo brasileiro e buscam cooperação com a agência chinesa “,
observa Martini.
A
Colômbia e a Argentina tem mantido o tema de uma agência regional em suas
agendas. O Brasil retirou o assunto da mesa e colocou um ponto final na questão.
O
pesquisador do INPE relembra que na última reunião dos representantes das
agências espaciais ao sul do Rio Grande (EUA) foi realizada em Bogotá, na
Colômbia, em 2013, quando ele ainda atuava na AEB. “ Naquele encontro, foram
adotadas várias ações no sentido de se mobilizarem esforços para convergir, em
futuro próximo, para a criação de uma agência espacial regional”.
“A
presidência da nossa agência acabou desautorizando qualquer tipo de acordo ou
compromissos formais. Diante da recusa do Brasil, os demais países tiveram que
recuar, mas pelo menos a Argentina e a Colômbia não estão deixando cair a
peteca e, provavelmente, poderão assumir papéis de liderança nos novos cenários
que se avizinham. Pior para nós”, salientou o pesquisador e pai da Agência
Espacial Latino Americana.
Foto - Alcantara Cyclone Space
Alcântara Cyclone Space |
Fonte: Site www.defesanet.com.br
Comentário: Veja bem leitor, sempre defendi aqui no BLOG a criação
da Agência Espacial Latino-Americana (AELA), isto é, quando ainda acreditava na
possibilidade de um Programa Espacial Brasileiro (PEB) sério, forte, coeso, bem
gerido e compromissado. Entretanto, esta não é a realidade do PEB e por mais
que eu não queira, e muito provavelmente não pelos mesmos motivos, tenho que dessa
vez de concordar com o Sr. José Monserrat Filho. O Brasil participar neste momento de uma
iniciativa como esta seria uma temeridade e uma divisão ainda maior de algo já
extremamente fragmentado, sem rumo e mal gerido, e o Sr. Paulo Roberto Martini
do INPE está literalmente viajando na maionese, e até na minha maneira de ver,
de forma irresponsável quando propõe algo assim. Acho até que a Argentina, o
Chile e o México e mais alguns países da região aonde a questão espacial vem
sendo tratada com mais seriedade e competência, poderiam dar inicio a esta iniciativa caso
realmente haja compromisso e o desejo dessas nações, para então num futuro, quem
sabe, quando o Brasil arrumar a casa, possa então ter a adesão brasileira. Sr.
Martini, a ESA deu certo muito por conta da seriedade e da competência que existe basicamente em
duas agências espaciais europeias que comandam todo esse esforço europeu, ou
seja, o DLR alemão e a CNES francesa, fora a ASI italiana que tem contribuído
significamente nos últimos anos. No Brasil a nossa agencia espacial é uma
piada, sem rumo, gerida por um fantoche e norteada exclusivamente por questões
políticas de interesse desse governo desastroso sob o comando desta “Ogra”
debiloide. Não há seriedade nenhuma, não há política espacial, não há
planejamento espacial algum em médio e longo prazo, e o PNAE é uma piada, e ainda por
cima, para completar este quadro desastroso, existe uma desunião muito grande
entre os profissionais que trabalham no setor, onde o EGO parece ser maior do
que o próprio programa. Qualquer programa para dar certo Sr. Martini precisa da
união de esforços sob uma gestão eficiente, planejamento coeso, determinado,
responsável e competente e o nosso programa (se é que se pode chamar de
programa) está muito longe deste quadro. Portanto Sr. Martini, se queres realmente ajudar, ou pelos menos não atrapalhar ainda mais o que já é um caos, esquece
esta história. Aproveitamos para agradecer ao leitor Felipe Dias pelo envio
deste artigo.
Concordo com todo o seu comentário. Nós primeiros temos que arrumar o nosso próprio programa para depois podermos pensar em integração com outras agências.
ResponderExcluirabs,
Felipe Dias
eu acredito que a AEB em parcerias com Agências Espaciais iguais ou Superior a nossa AEB, a exemplo da DLR , CNES, ESA, Rússia e China dão mais frutos positivos e futuros êxitos, já se a AEB formar parceria com países com programas mais atrasados que o nosso , seria perda de tempo, coisa que o Brasil já faz a décadas.
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