Chip SAMPA Será Fundamental em Experimento do LHC
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (18/05) no site da “Agência
USP” destacando que Chip SAMPA desenvolvido por cientistas do Instituto de
Física (IF) e da Escola Politécnica (Poli), ambos da USP, será fundamental em
experimento do maior acelerador de partículas do mundo, o LHC (Large Hadron
Colider).
Duda Falcão
TECNOLOGIA
Chip SAMPA Será Fundamental
em Experimento do LHC
Por Antonio Carlos Quinto
Publicado em 18 de maio de2015
Fotos: Marcos Santos / USP Imagens
Segunda versão do protótipo do chip
será entregue em
julho deste ano.
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Em meados de julho deste ano, cientistas do Instituto de
Física (IF) e da Escola Politécnica (Poli), ambos da USP, deverão concluir a
segunda versão do protótipo de um chip que será fundamental em um dos
experimentos do maior acelerador de partículas do mundo, o LHC (Large Hadron
Colider). Apelidado de SAMPA, o chip será uma estrutura de apenas 9 milímetros
(mm) x 9 mm, feita em silício, que integrará o experimento ALICE (A Large Ion
Collider Experiment) do LHC, que envolve cerca de 1.300 cientistas
de diferentes países e de mais de 30 instituições de pesquisas.
O LHC
está situado entre a França e a Suíça e foi inaugurado em 2008. A estrutura
forma um anel subterrâneo com 27 quilômetros de circunferência onde circulam
prótons em direções opostas e que são acelerados a velocidades próximas da luz,
colidindo entre si e provocando uma grande liberação de energia na escala
microscópica. Esta energia é transformada em massa na forma de partículas. Uma
delas é o Bóson de Higgs — partícula que explica a origem da massa das
partículas elementares — cuja existência foi comprovada em 2012. Desde então, o
LHC teve suas atividades interrompidas para melhorar o seu desempenho.
“No
início deste ano, o LHC retomou suas atividades e está previsto um novo upgrade
para o ano de 2020”, conta o professor Marcelo Gameiro Munhoz, do Departamento
de Física Nuclear do IF. Ele, o professor Marco Bregant, também do IF, o
professor Wilhelmus Van Noije, do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli, e
os engenheiros Hugo Hernandez e Brunos Sanches, também do LSI, são os
responsáveis pelo desenvolvimento do protótipo.
De
acordo com o pesquisador, no experimento ALICE serão realizadas medidas de
colisões de íons pesados (mais especificamente, o chumbo) para se estudar o
chamado Plasma de Quarks e Gluons, que corresponde a um novo estado da matéria
composto pelos elementos mais básicos da matéria. No ALICE, estes elementos não
estariam mais confinados nos hádrons, formando um plasma (ou uma “sopa”) de
partículas. “A ideia é reproduzir em laboratório um novo estado da matéria que
teria existido poucos micro-segundos após a grande explosão ou Big Bang”,
explica Munhoz. E é justamente nesta estrutura que o chip SAMPA será
fundamental para compor os equipamentos que irão registrar (fotografar) com
precisão o momento exato de tais colisões. Além do ALICE, o LHC possui outros
três experimentos: ATLAS, CMS e LHCb.
80 Mil Chips
Estrutura feita em silício, que integrará
o ALICE mede 9
mm x 9 mm.
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“Até o
ano de 2018 deveremos produzir e entregar 80 mil chips que serão utilizados em
dois detetores do experimento ALICE”, avisa Munhoz. Segundo ele, o
desenvolvimento dos primeiros protótipos conta com um investimento da ordem de
R$ 1 milhão, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP). “O primeiro protótipo foi entregue no final do ano passado. O
novo, que é a segunda versão, deverá ser produzido em julho e ainda aguardamos
a aprovação do projeto para a produção dos chips finais”, informa Munhoz. Toda
a produção dos protótipos é feita em Taiwan, já que no Brasil ainda não existem
indústrias capazes de produzi-los. “A expectativa é que o protótipo definitivo
seja concluído em 2016”, avalia o pesquisador. O experimento ALICE representa
um investimento da ordem de US$ 200 milhões. As cifras dão ideia do tamanho da
responsabilidade dos pesquisadores brasileiros no empreendimento.
O SAMPA
também vem sendo estudado pelo grupo de cientistas para outras aplicações, como
na medição de nêutrons emitidos em reatores nucleares, e na utilização para
sistemas de raios-X “coloridos”, onde uma imagem “à cores”, ou seja, que
registra a frequência do raio-X emitido, é obtida. O sistema estudado, que
utilizará o chip SAMPA, tem a grande vantagem de propiciar imagens grandes em
um curto intervalo de tempo, o que significa uma baixa exposição à radiação, ao
contrário dos sistemas mais comumente utilizados atualmente para essa
aplicação.
Mais informações: (11) 3091-6678, com o professor Marcelo
Gameiro Munhoz
Fonte: Site da Agência USP
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