Da Missão Rosetta à Conquista da Lua
Olá leitor!
Trago agora para você leitor um interessante pequeno
artigo/relato escrito por um profissional que ainda não tive a oportunidade e
conhecer pessoalmente, mas que merece o nosso extremo respeito por ter deixado
uma carreira espacial promissora na Europa para voltar ao Brasil e tentar
estabelecer aqui uma empresa que ajudasse no desenvolvimento de nossas
atividades espaciais. Trata-se do Eng. Lucas Fonseca, cofundador da empresa
AIRVANTIS. Vale a pena dar uma conferida.
Duda Falcão
Da Missão Rosetta à Conquista da Lua
Por Lucas Fonseca
Cofundador da Airvantis
Após participar da missão Rosetta como parte da equipe da
Agência Espacial Alemã (DLR) responsável pelo módulo de pouso Philae, voltei ao Brasil em 2013
para fundar a Airvantis junto de outros sócios. Incialmente a empresa tinha
como principal objetivo o desenvolvimento de 2 projetos, denominados APUS e
ARGUS.
O projeto APUS era nosso projeto principal de
desenvolvimento de motores de propulsão líquida para integrar um lançador de
baixo custo. Pelo fato da complexidade do desafio, falta de interesse do
mercado (que pouco conhece do assunto) e questões orçamentárias, pouco
conseguimos prosseguir com o assunto. Além disso, o Brasil começou a
desenvolver o VLM (Veículo Lançador de MicroSatélites) e por se tratar de um
projeto muito similar em diversos aspectos, poucos esforços colocamos para
continuar com a iniciativa.
Já o projeto ARGUS era uma tentativa de trazer um projeto
Europeu de logística aeronáutica para o Brasil. Após diversas reuniões com os
responsáveis, chegamos a conclusão que ainda não era hora para seguir com a
ideia. Ao mesmo tempo, uma outra empresa brasileira recebeu um aporte
expressivo do BNDES para iniciar um projeto similar, genuinamente nacional, e
entendendo a dificuldade que é empreender na área no Brasil e a importância
desse tipo de projeto, desejo sucesso para essa iniciativa e espero que assim traga
novas oportunidades para outras empresas do setor.
Considero que 2013 foi um ano importante para a empresa,
pois pude constatar a realidade do mercado, estabelecer relações importantes e
perceber o quão difícil era empreender no Brasil. Ao mesmo tempo, vi diversas
pequenas empresas surgindo no EUA e Europa atuando em modelos de negócio muito
parecidos com o qual almejava. O modelo se mostrava sustentável e isso me
encorajava.
Ainda em 2013, começamos o projeto com os alunos da USP
de São Carlos com a intenção de colocar um Cubesat no espaço. Na verdade
comecei como um esforço pessoal para ajudar na formação dos alunos e não tinha
muito ideia no que isso resultaria. Fora os projetos Ad Hocs que executamos
atualmente, CubeSats se tornaram o Core Business da Airvantis e considero a iniciativa
educacional o principal Motto de nossa empresa.
Em 2014, diversos acontecimentos ajudaram a Airvantis a
se consolidar. Em paralelo ao projeto dos alunos da USP, começamos a atuar em
mercados diversos com projetos Ad Hocs de P&D. Realizamos também
trabalhos no ramo aeroespacial com institutos de pesquisa e algumas
universidades, mas tivemos a maior parte de nossa renda proveniente de outras
iniciativas, onde percebemos o potencial das tecnologias do segmento aeroespacial
sendo aplicadas em atividades diversas.
Com o sucesso da missão Rosetta e o pouso da sonda
Philae, minha carreira se tornou pública, sendo veiculada em diversas mídias.
Esse momento foi de fato importante tanto para meu pessoal, quanto para a
Airvantis. Com o reconhecimento, veio a vontade de entregar algo maior
para o Brasil, e está na hora de transformar a iniciativa educacional com a
USP, em um projeto sem precedência no Brasil.
Para 2015, a Airvantis segue com seus projetos Ad Hocs,
mas foca principalmente no desenvolvimento do mercado de CubeSats no Brasil.
Junto a USP e outros parceiros, iniciamos a caminhada para a conquista do
espaço num projeto ousado e extremamente desafiador: colocar uma pequena sonda
perto da lua.
2015 é o ano para estabelecermos de vez nosso modelo de
negócio e também lançar nossos primeiros testes para o projeto lunar. Ainda no
primeiro semestre, pretendemos colocar um experimento em alta altitude, e até o
final do ano, ter a plataforma que será a base para a missão lunar.
Fonte: Site da Airvantis - http://airvantis.com.br/wp/?p=320
Desejo sorte ao empreendimento e que consiga alcançar voos cada vez maiores e assim ajudar o Brasil nessa área ainda não desenvolvida no país.
ResponderExcluirAbs,
Felipe Dias
Qual a empresa recebeu o aporte do BNDES? Pode investigar que tem treta nisso aí, hein.
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