O Brasil Fora do Ar
Olá leitor!
Trago agora para vocês um artigo/opinião escrito pelo
Senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e publicado dia (23/12) no site do Jornal O
GLOBO.
Duda Falcão
OPINIÃO
O Brasil Fora do Ar
Por ALOYSIO NUNES FERREIRA
23/12/2015 - 0:00
Para
o Brasil, desenvolver satélites e colocá-los em órbita não é questão de
prestígio, mas de sobrevivência. Defesa, segurança, meteorologia e
infraestrutura de telecomunicações dependem do setor aeroespacial. O governo
Dilma, como em outras áreas, patina e não foi capaz de apresentar uma pauta
mínima para o setor aeroespacial. A crise passará e não justifica a
negligência. Outros países dão sinais de vitalidade. Argentina e México
atingiram objetivos que o Brasil inexplicavelmente ainda não alcançou. A Argentina
lançou um satélite geoestacionário fabricado por empresa que faz também radares
e reatores nucleares. Nossas Forças Armadas, acertadamente, favorecem o maior
grau de autonomia. Mas, para participar de uma corrida espacial, o Brasil não
pode caminhar sozinho.
Situado
da linha do Equador, o Centro de Lançamento de Alcântara permite colocar
satélites em órbita a custo competitivo. Isso poderia ser um bom negócio. Os
franceses, na Guiana, têm há 40 anos uma base de lançamentos que alavancou a
localização próxima ao Equador de tal maneira a favor da França que a Agência
Europeia a adotou para suas atividades científicas. A localização de Alcântara
não é tudo, mas pode ser elemento comercial facilitador. Lançar satélites é
tarefa desafiadora: a tecnologia é controlada por um grupo reduzido de países e
sujeita a salvaguardas.
Na
indústria aeroespacial, as compras governamentais têm papel-chave. Atrasos nos
contratos públicos podem pôr tudo a perder: as empresas quebram ou mudam de
ramo. O presidente Fernando Henrique negociou com o presidente Clinton o
aproveitamento comercial da nossa base, o que incluía a celebração de acordo de
salvaguardas tecnológicas. O governo Lula enxergou no acordo de salvaguardas
uma capitulação à soberania.
Nesse
mundo do irreal, o Brasil teria condições de construir e lançar seus próprios
satélites sem precisar de ninguém. Entretanto, a maior parte dos satélites
comerciais lançados no mundo é de empresas americanas, e, gostemos ou não, a
ausência de acordo com os EUA inviabiliza parcerias com quem quer que seja.
Todos os países que participam do mercado mantêm acordos que incluem salvaguardas
tecnológicas.
O
governo Lula tentou driblar essas realidades selando parceria com a Ucrânia.
Ingenuamente, assinou acordo com aquele país, mais palatável para o governo do
PT porque não envolvia os EUA. Palatável, mas inútil. O contribuinte pagou por um
projeto que não saiu do papel. Motivo: para lançar satélites comercialmente,
independentemente da Ucrânia — ou de qualquer outra parceria —, nenhum projeto
de lançamento comercial de satélites pode avançar sem um acordo de salvaguardas
com os EUA.
Sonhar
é de graça. Chegar a resultados é outra coisa. Países como a Coreia do Sul já
nos ultrapassaram. A Índia chegou a Marte. Nos anos 60, estávamos no mesmo
patamar. A aprovação do acordo com os EUA que tramita na Câmara daria novo
alento ao programa espacial brasileiro.
Aloysio
Nunes Ferreira é senador (PSDB-SP)
Fonte: Site do jornal “O Globo” - 23/12/2015
Comentário: Bom leitor o Senador Aloysio Nunes (creio eu presidente
da CRE - Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal) escreveu este artigo tendo como intenção enaltecer o Desgoverno de Fernando Henrique Cardoso e denegrir a imagem do Desgoverno
do humorista LULA, utilizando como pano de fundo o PEB. Na verdade dois Desgovernos de Merda que juntos com o Desgoverno desta debiloide não contribuíram em nada para o
Programa Espacial Brasileiro, muito pelo contrário. Inclusive considero o FHC como o grande responsável pelo acidente com o VLS em 2003, sendo que o humorista LULA também teve sua parcela de culpa, pois poderia ter evitado o ocorrido caso tivesse interesse. Vale dizer que o acordo assinado com os EUA pelo Desgoverno FHC era leonino
e estupidamente mal elaborado, e o acordo assinado pelo Desgoverno LULA com a
Ucrânia tinha cunho político e era um completo desastre pré-anunciado. Isto no
entanto não invalida o que disse o Senador Aloysio Nunes quanto à necessidade do Brasil de
assinar um acordo de Salvaguardas com os EUA, caso o nosso território tupiniquim queira realmente atuar
neste mercado internacional altamente competitivo de serviço de lançamentos de
satélites comerciais. No entanto há décadas esses vermes estão colocando a
carroça na frente dos cavalos e eu creio hoje de forma proposital. Afinal, antes
de pensarmos em atuarmos neste mercado, o Desgoverno Brasileiro precisa parar de contar
estórias e consolidar de vez o nosso lançador de satélites, e assim primeiramente
atender as nossas necessidades internas, para então tendo o lançador industrializado
e consolidado, participar deste mercado. Não se faz lançadores de satélites
somente por questões comerciais leitor, a razão principal é estratégica e de
soberania tecnológica e de defesa. A questão comercial é importante, sem dúvida
nenhuma, mas não tanto quanto a estratégica.
Duda está na hora de cobrar o resultado do tal grupo de estudo de uma nova governança para o PEB, instituído pelo MCTI.
ResponderExcluirCaro Sr. Heisenberg!
ExcluirSegundo o Art. 5º da portaria interministerial que criou este “GTI - Setor Espacial”, o mesmo deverá concluir suas atividades até 31 de dezembro de 2015. Portanto ainda está dentro do prazo.
Entretanto o Art. 4º desta portaria diz que cada um dos ministérios (MCTI e MD) deveriam expedir a sua portaria própria designando os seus representantes no “GTI - Setor Espacial” em até dez dias após a publicação desta Portaria Interministerial.
Entretanto, segundo matéria da edição de dezembro do Jornal do SindCT (veja aqui - http://brazilianspace.blogspot.com.br/2015/12/debate-reve-erros-do-peb-e-sugere-nova.html) os trabalhos do GTI-Setor Espacial vêm sendo conduzidos pelas direções do INPE e DCTA de maneira nada transparente, uma vez que nem mesmo a Portaria que criou este colegiado tem sido respeitada. Segundo o jornal até o fechamento desta edição de dezembro e passados dois meses da publicação da Portaria, os nomes para compor o grupo sequer foram oficializados. Enfim...
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Duda fiquei sabendo que o DCTA já enviou um parecer sobre o assunto. Feito por um grupo que, na minha opinião, não representa os interesses do PEB. Usando suas palavras, de maneira nada transparente, muito menos representativo...
ResponderExcluirCaro Heisenberg!
ExcluirNa realidade eu nunca considerei esta iniciativa realmente seria e não poderia ser diferente. Afinal a raiz é podre e conseguentemente esta árvore só pode gerar frutos podres.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)