Depois de Esperar Quatro Anos, a Empresa MS Kepler Vence Pregão e Comissionará Imagens do CBERS-4

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada na edição de novembro do “Jornal do SindCT”, destacando que a depois de esperar quatro anos, a empresa MS Kepler vence pregão e comissionará imagens do CBERS-4.

Duda Falcão

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Depois de Esperar Quatro Anos, Kepler Vence
Pregão e Comissionará Imagens do CBERS-4

Jornal do SindCT
Edição nº 42
Novembro de 2015

Não é normal iniciar-se o processamento das imagens de um satélite após dez meses ou um ano de seu lançamento. Mas foi o que aconteceu com os dados do CBERS-4, os quais deveriam estar disponíveis e devidamente tratados pelo menos desde março de 2015, já que o satélite foi lançado em dezembro de 2014. Menos mal que esse assunto tenha sido finalmente encaminhado, no início de novembro, com a realização de um pregão, que teve como vencedora a empresa MS Kepler, e a assinatura do contrato.

À época do primeiro CBERS, a Kepler recebeu transferência de tecnologia da empresa Matra e até hoje tem sido a única a prestar esse tipo de serviço ao INPE. João Vianei, coordenador de Segmento de Aplicações CBERS, explica que a contratação da mesma empresa ocorre porque a indústria espacial brasileira é ainda muito pequena se comparada à de outros países, por consequência da baixa demanda de encomendas de satélites. Mas essa situação não é única, observa, pois também ocorre com as empresas de engenharia espacial e pelas mesmas razões.

Os dados do satélite são captados nas antenas receptoras da unidade do INPE de Cuiabá e enviados ao CPTEC de Cachoeira Paulista para serem decodificados por meio de software específico, desenvolvido exclusivamente para esta finalidade. Por esse motivo, antes mesmo de o satélite ficar pronto, é necessário contratar uma empresa para desenvolver esse software e,após o lançamento, realizar nele os devidos ajustes (“comissionamento”), agora com utilização de dados reais, de modo a permitir que as imagens sejam processadas.

Problema de Gestão

O atraso ocorrido com o processamento não foi tecnológico ou de desenvolvimento. Foi um problema de planejamento e gestão, porque o contrato com a MS Kepler encerrou-se em 2011, período em que o CBERS-4 ainda não estava pronto, surgindo então a necessidade de contratar uma empresa para dar continuidade ao serviço pós-lançamento.

Nesse intervalo, houve tempo hábil mais do que suficiente para resolver o problema, mas o fato concreto é que o pregão não foi realizado — o que se deve, em grande medida, à morosidade da burocracia estatal — e o satélite foi lançado sem que estivesse contratada uma empresa para executar o serviço.

Nenhuma imagem é perdida em razão desse atraso do processamento, porque, independentemente de estar tratando ou não a imagem, ela é gravada nas unidades de
Cuiabá e Cachoeira Paulista. Porém, o prejuízo é medido sob o aspecto de perda das imagens do momento. Neste sentido, houve uma grave falha, porque um terço da vida útil do satélite já foi perdido.

Atualmente o Brasil utiliza as imagens do americano Landsat-8 e do indiano Resourcesat-2, recebidas, em ambos os casos, por meio das antenas de Cuiabá.

O INPE disponibiliza gratuitamente, via Internet, o catálogo com imagens que ajudam na formulação de políticas públicas, através de monitoramento ambiental, desenvolvimento agrícola, planejamento urbano e gerenciamento hídrico.


Fonte: Jornal do SindCT - Edição 42ª - Novembro de 2015

Comentário: Pois é, note leitor neste ocorrido como a burrocracia dificulta as ações do PEB. No entanto, fica a pergunta: “Será que o que ocorreu só foi provocado pela burrocracia?”

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