Qualificação: Do Vale à Suécia

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada de ontem (31/03) do jornal “O VALE”, destacando que através do programa “Ciências sem Fronteiras” e da empresa sueca SAAB, profissionais do Vale do Paraíba estão tendo a oportunidade de estudarem em universidades do país nórdico.

Duda Falcão

NOSSA REGIÃO

Qualificação: Do Vale à Suécia

Programa desenvolvido pelo governo federal em parceria com
a empresa SAAB oferece bolsas de estudo em universidades
do país nórdico; experiência atrai um número cada
vez maior de profissionais da região

Chico Pereira
São José dos Campos
March 31, 2013 - 06:06

A professora do ITA Emilia Vilani, em Gotemburgo,
na Suécia; onde foi fazer pós-doutorado.

Que tal buscar qualificação a 10,5 mil quilômetros de distância do Vale do Paraíba, em um país altamente industrializado, de tecnologia de ponta e com excelentes indicadores de qualidade de vida?

A experiência vem se tornando realidade, com cada vez mais frequência, para moradores da região que escolheram a Suécia como destino para suas ambições profissionais.

A viagem tem se tornado realidade por meio de bolsas do programa Ciência sem Fronteira, dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, e do CISB (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro), fundado em São Bernardo do Campo pela empresa sueca SAAB.

Pesquisa - Edital conjunto do CISB e do CNPq levou a engenheira e professora do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Emilia Villani, 37 anos, ao país nórdico em novembro do ano passado.

Ela deixou São José para morar e trabalhar em Gotemburgo, segunda maior cidade da Suécia depois da capital, Estocolmo.

Doutora em Engenharia Mecânica pela USP (Universidade de São Paulo), Emilia faz pós-doutorado no departamento de Engenharia e Ciência da Computação da Chalmers University of Technology. Ela deve ficar um ano no país.

Emilia levou o marido e o filho de 6 anos para encarar o desafio de aprofundar-se na pesquisa de falhas em sistemas embarcados para projetos aeronáuticos e aeroespaciais. Os estudos consistem em provocar falhas nos sistemas para torná-los seguros.

“Estou muito satisfeita com a experiência”, diz Emilia. “A qualidade de vida é muito boa e, na universidade, há menos burocracia e alto grau de interação com as indústrias, o que facilita a inovação. Todos os projetos dos quais eu tomei conhecimento têm recursos do governo e da indústria”.

Transporte - Aos 54 anos, o engenheiro especializado em eletrônica e telecomunicações, Douglas Soares, doutor em Ciência e professor do ITA, se prepara para embarcar para a Suécia. Ele aguarda a avaliação de projeto feito ao CISB.

A escolha da Suécia, segundo ele, obedece a um só critério: desafio profissional. “O projeto é desafiador e tem sinergia com a minha linha de pesquisa, além de ter a Suécia um dos melhores índices de inovação do mundo”.

Soares vai ao país ampliar seus estudos sobre áreas essenciais para o futuro de São José, como energia, transporte público, controle de tráfego, qualidade de vida e impacto ambiental. “Minha ideia de projeto contempla a melhoria do sistema de transporte e tráfego na cidade, no qual o agente principal é o usuário”.

Competição Virtual Oferece Viagem e Estágio

Oferecendo 2.000 bolsas para brasileiros em 26 universidades, o governo da Suécia lançou um desafio aos estudantes da região, em parceria com o programa Ciência sem Fronteira, do governo federal.

Trata-se de uma competição online que premiará três universitários, dois deles com uma viagem de uma semana para a Suécia, com tudo pago, com visitas a empresas e universidades.

O terceiro vencedor ganhará um estágio remunerado de quatro semanas no CISB (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro), em São Bernardo do Campo.

Para participar do “Suécia-Brasil – Desafio sem fronteiras”, o estudante tem até 7 de abril para acessar o site (www.swedenbrazil.com).

É preciso se cadastrar e criar uma conta. Em seguida, responder a 10 questões sobre conhecimentos gerais e curiosidades sobre a Suécia e as relações sueco-brasileiras.

Há ainda 10 questões sobre indústria, educação e inovação na Suécia e um depoimento pessoal com, no máximo 300 palavras.

Seis finalistas serão escolhidos e gravarão um vídeo sobre uma invenção sueca. Eles apresentarão o vídeo na cerimônia de premiação, em São Paulo, no dia 18 de abril.

PONTO DE VISTA

Andréa Vernacci, gerente da NATURA

‘Precisamos de pessoas que transitem por várias áreas’

Andréa Vernacci, gerente de Educação Corporativa e Atração da NATURA, acredita que a qualificação dos profissionais nas empresas tende a ser cada vez mais completa, incluindo conhecimentos transversais aqueles da formação original do funcionário.

Entram aí capacidade de gestão de projetos integrados, trabalho em equipe e inovação. “Precisamos de pessoas que sejam capazes de transitar por todas as fases do desenvolvimento de um produto”, diz Andréa. “A inovação tende a ter um papel cada vez mais relevante nas empresas, como já acontece na NATURA”.

Milo Fonseca. gerente da MECTRON

‘Mão de obra qualificada na região é muito disputada’

Milos Fonseca, gerente de Marketing da MECTRON, em São José, aponta para um problema detectado pelas empresas: a mão de obra qualificada é muito disputada entre as companhias. Isso valoriza o profissional, mas impõem às empresas o desafio de buscar e manter o funcionário em seus quadros. “É cada vez maior a demanda por gente qualificada”, afirma. “Investimos em programas internos, parcerias e estímulos para atrair esses profissionais”.

SAIBA MAIS

Ciência Sem Fronteira

Ciência sem Fronteiras é um programa do governo federal que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio internacional

Bolsas

Serão 101 mil bolsas em quatro anos. Até 2013, o programa concedeu 22.646 bolsas no exterior, em 38 países, sendo 86 na Suécia. Lideram os Estados Unidos (5.027 bolsas), Portugal (2.935) e França (2.692)


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 31/03/2013

Comentários

  1. Hummm,

    101 mil bolsas em quatro anos. É ou não é um "bolsa família das ciências" ?

    Vamos ver quantas dessas vão ser convertidas em votos.

    Att.

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