Brasileiro Analisa Efeitos da Grav. Zero em Células do Câncer
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessantíssima matéria postada dia
(14/04) no site “G1” do globo.com, destacando que cientista brasileiro analisa efeitos da Gravidade Zero em Células do Câncer.
Duda Falcão
CIÊNCIA E SAÚDE
Cientista Brasileiro Analisa Efeitos da
Gravidade Zero em Células do Câncer
Expressão de proteínas e citoesqueleto podem sofrer
alteração, diz estudo.
Estudar modificações em células no espaço ajuda a criar novas tecnologias.
Rafael
Sampaio
Do G1, em São Paulo
14/04/2013 - 06h30
Atualizado em 14/04/2013 - 06h30
(Foto: Divulgação/NASA)
Células de tumor no ovário cultivadas a bordo da Estação Espacial Internacional |
Um estudo divulgado nesta
sexta-feira (12) na "Nature Reviews Cancer", que conta com um
pesquisador brasileiro como um dos autores, analisa dados divulgados nos
últimos 40 anos sobre os efeitos da ausência de gravidade e de viagens ao
espaço na biologia das células humanas. O artigo foca em células cancerígenas e
no que ocorre com elas - alteração no citoplasma, na expressão das proteínas e
outros fenômenos.
As primeiras análises
celulares no espaço ocorreram nos anos 1970, diz o estudo. Desde então, além da
famosa avaliação do sangue de astronautas que mostrou uma redução na quantidade
de glóbulos vermelhos e alteração no formato destas células no período em
órbita, outros experimentos foram feitos.
Por
exemplo, uma análise de 2011 citada no artigo da "Nature Reviews
Cancer" aponta o que ocorreu com células de câncer cervical (de colo de
útero) cultivadas na Estação Espacial Internacional (ISS), em um ambiente sem
gravidade. Foi identificada alteração na expressão de genes que regulavam o
ciclo celular, a morfologia da célula e a apoptose (morte celular programada,
processo pelo qual células problemáticas causam a própria morte).
Isso
não quer dizer que viagens espaciais causem câncer ou reduzam a propensão a ter
um tumor, diz o pesquisador Glauco Souza, pós-doutorado em físico-química pela
Universidade do Texas e um dos autores da pesquisa. "Não há evidência de
que os dois fatores [viajar ao espaço e ter câncer] estejam ligados",
pondera.
Revisão
O estudo produzido por Souza e a pesquisadora americana
Jeanne Becker é uma revisão, ou seja, uma nova análise de dados que já foram
apresentados. Efeitos da "gravidade zero" que podem surgir nas
células incluem alterações no volume celular e no citoesqueleto (conjunto de
proteínas responsável por manter a forma da célula e conter seu citoplasma e
organelas), ressalta o pesquisador.
(Foto: Divulgação/NASA)
'Sacos' de cultura para células cancerígenas a bordo da estacão espacial |
Souza
avalia que estudar células cancerígenas em "gravidade zero" pode
ajudar a desenvolver medicamentos para certos tipos de tumor.
"Uma
proteína do citoesqueleto, a tubulina, em alguns casos passa por alteração no
espaço. Então é um ambiente único para estudar o efeito de drogas contra o
câncer que afetem essa proteína, por exemplo", afirma Souza. Alterações na
tubulina devido à falta de gravidade seriam dificílimas de serem reproduzidas
na Terra, diz o pesquisador.
Tridimensional
Outra
questão é que o cultivo celular na Terra ocorre de forma bidimensional - as
células são depositadas em uma placa e acabam "achatadas" pela
interação com a superfície do objeto e a força da gravidade, explica Souza. Já
no espaço, pela ausência da força gravitacional, as células crescem e se
multiplicam de forma tridimensional em equipamentos projetados para a cultura.
Este formato permite ter novas visões sobre a divisão celular, a composição de
aglomerados de células e a interação entre elas, de acordo com Souza.
"Você
tem um ponto de vista diferenciado com relação à formação das células. Elas têm
mais espaço para crescer, permite estudá-las de forma diferente do que estamos
acostumados", explica ele, referindo-se às células que crescem em ambiente
3D. O pesquisador avalia que as células do corpo se reproduzem num ambiente com
três dimensões, parecido com o que ocorre nestas culturas no espaço - mas com a
existência, na Terra, da força gravitacional.
Tecnologias
estão sendo desenvolvidas para copiar um ambiente sem gravidade, diz Souza. Ele
é presidente da Nano3D Biosciences, empresa que no seu surgimento foi
"incubada" na Universidade Rice, nos EUA, e que hoje atua em
colaboração tanto com essa instituição quanto com a Universidade do Texas para
estudos e desenvolvimento de tecnologia na área.
"Queremos
mostrar a importância da ciência espacial, que não é só focada em colocar as
pessoas em órbita. Os frutos das pesquisas espaciais terão impacto grande na
ciência biológica", pondera o pesquisador.
Usar
células que cresceram em um ambiente tridimensional, por exemplo, permite
entender a interação com um medicamento novo de formas diferentes, além de
garantir uma avaliação inovadora da toxicidade do remédio, diz Souza. A análise
fica mais previsível e parecida com o que ocorre no corpo humano em um ambiente
3D, na opinião do cientista. Só foi possível pensar nisso e criar máquinas que
simulem este ambiente graças aos experimentos com células ocorridos no espaço.
(Foto: Divulgação/NASA)
Equipamento para cultivar células a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS); células de tumor no ovário foram cultivadas por 14 dias |
Fonte: Site G1 do globo.com
Comentário: Pois é leitor, mais uma vez a ignorância do
povo brasileiro quanto aos benefícios de um Programa Espacial é confrontada
nessa interessante matéria. Estamos muito longe ainda de termos um Programa
Espacial efetivo e que dê o retorno esperado a nossa sociedade, devido ao desinteresse
e ao boicote anual protagonizado pelos energúmenos que nos representam no
Governo DILMA ROUSSEFF, mas a luta continua e talvez meu bisneto possa colher
os frutos dessa nossa luta de hoje. A esperança continua, apesar de ela ser
cada vez menor. Aproveitamos para agradecer ao leitor Ricardo Melo pelo envio
dessa notícia.
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