Bolsistas do Ciência sem Fronteiras Fazem Estágio na NASA

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia publicada dia (02/08) no site do programa “Ciência sem Fronteiras (CsF)” destacando que dois jovens bolsistas do programa estão fazendo estágio na NASA.

Duda Falcão

Bolsistas de Graduação do Ciência Sem Fronteiras Fazem Estágio na NASA

Pedro Matos
CCS/Capes
02/08/2013

Os bolsistas de graduação-sanduíche do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), Bruno Jacob e Noemi da Rocha, estão desde maio deste ano realizando estágio na Agência Aeroespacial Norte-Americana (NASA). Os estudantes desenvolvem trabalhos no Jet Propulsion Laboratory, laboratório situado em Pasadena, California, centro de referência mundial em pesquisa e tecnologia espacial.

Foto: Arquivo Pessoal
Os estudantes brasileiros desenvolvem trabalhos
no Jet Propulsion Laboratory, laboratório
situado em Pasadena, California.

Bruno, estudante de graduação em engenharia mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), trabalha com modelos de dinâmica dos fluidos computacional e transferência de calor. "Minha pesquisa aqui é basicamente modelagem matemática computacional de fluidos presentes no interior de corpos celestes gelados (Icy moons), em especial duas das luas de Júpiter: Ganymede e Europa. A motivação desta pesquisa é o fato de que, devido à suposta composição química do núcleo, formação interna e temperatura superficial dessas luas, existe grande possibilidade de que haja água em estado líquido abaixo da superfície", explica.

A correta predição da existência ou não de camadas de água líquida no interior das luas é importante, pois se pressupõe como fator significativo para a presença de vida nesses locais. "Como não existem dados experimentais sobre as luas até o momento, temos então que tentar criar modelos computacionais que nos ajudem a prever o que há no interior dos corpos celestes (qual a quantidade de água líquida e qual a quantidade de gelo), utilizando o que a ciência moderna sabe sobre dinâmica dos fluidos e transferência de calor", continua o estudante.

Foto: Arquivo Pessoal
Noemi da Rocha realiza pesquisa na região
amazônica por meio de produtos de satélites de
alta resolução desenvolvidos pela NASA.

O bolsista destaca que os modelos matemáticos de mecânica dos fluidos computacional e transferência de calor utilizados nos EUA são basicamente os mesmos que ele trabalhava na minha pesquisa no Brasil, no laboratório de Mecânica dos Fluidos Computacional da UFU. "Isso para mim serve como um indicador sobre a excelente qualidade do curso de engenharia mecânica em minha universidade no Brasil", conclui.

Noemi, estudante de engenharia ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), trabalhando no grupo Water and Carbon Cycle. "Minha pesquisa é baseada em sensoriamento remoto, e estou analisando mudanças no ciclo da água em especial evapotranspiração e precipitação na região amazônica devido ao desflorestamento, queimadas e mudanças de uso e ocupação do solo. Utilizamos produtos de satélites de alta resolução desenvolvidos pela NASA", afirma.

Foto: Arquivo Pessoal
Bruno Jacob estuda por meio da modelagem computacional a
possibilidade de encontrar água no interior da luas de Júpiter.

A estudante explica que atualmente existem muitos trabalhos desenvolvidos na região amazônica que utilizam modelos matemáticos, porém há poucos estudos focados em evapotranspiração e em precipitação por meio de sensoriamento remoto. "Muito se fala na redução de chuvas e possível desertificação da Amazônia e essas inferências são em geral baseadas em modelos matemáticos. O principal ponto do meu estudo é verificar se isso está realmente acontecendo, por meio do monitoramento de imagens e produtos de satélite em alta resolução dos últimos 12 anos", enfatiza.

Crescimento e Conhecimento

O retorno dos conhecimentos adquiridos na NASA para a realidade brasileira é uma certeza dos estudantes. "A pesquisa espacial leva diretamente ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras, em todas as áreas da indústria, muito do que temos hoje só existe graças aos avanços obtidos na NASA e em outras agências. A pesquisa espacial não é somente mera curiosidade; ela é extremamente relevante para um país e gera uma infinidade de avanços científicos e novas tecnologias", afirma Bruno Jacob.

Foto: Arquivo Pessoal
Para os estudantes, o momento é de crescimento
acadêmico, profissional e de valorização do Brasil.

Para esse avanço, o bolsista acredita ser fundamental o investimento em formação de recursos humanos na área de pesquisa espacial. "Acredito muito no potencial do meu país na área de pesquisa espacial, mas para nos tornarmos uma referência científica e tecnológica, temos que ter pessoal capacitado nesta área. Por isso, acho extremamente oportunas as 300 bolsas do Ciência sem Fronteiras disponibilizadas para pesquisa espacial, fruto da parceria entre o CsF e a Agência Espacial Brasileira, divulgadas na semana passada", comenta.

O crescimento pessoal também é resultado da vivência no exterior, segundo Noemi. "Essa experiência me agregou uma grande bagagem pessoal e profissional. O crescimento e conhecimento adquirido durante esses meses são incomparáveis. Abri os olhos para um mar de oportunidades, de crescer academicamente e profissionalmente assim como buscar sempre o melhor para mim e meu país. Além de vislumbrar um mundo extremamente comprometido com o desenvolvimento tecnológico e cientifico de alta qualidade com investimento do governo que até então eu não conhecia", ressalta.

Foto: Arquivo Pessoal
O bolsista destaca a necessidade de formação de
recursos humanos na área espacial.

Noemi explica que escolheu pesquisar sensoriamento remoto voltado ao ciclo da água na Amazônia, hoje palco de interesse mundial. "Acredito que é hora do Brasil dar valor à Amazônia tanto quanto os outros países dão. O maior questionamento de todos pesquisadores é a falta de dados, baixa frequência e resolução de dados na região Amazônica, fato que impede ou limita avanços tecnológicos no Brasil. Espero que esse tipo de atividade que venho desenvolvendo fomente o estudo da região Amazônica pelos próprios brasileiros e incentive o governo a investir mais na floresta Amazônica. Poder retribuir diretamente para o meu país não tem preço.", afirma.

Aprendizado Valioso

Antes do estágio na NASA, Bruno foi como bolsista do CsF para a University of Illinois, em Urbana-Champaign. "Na universidade me senti muito motivado e tive a oportunidade de estudar com um dos maiores pesquisadores da área de dinâmica dos fluidos computacional, o professor emérito Pratap Surya Vanka. Foi um aprendizado muito valioso e me sinto privilegiado por ter sido seu aluno", conta.

Foto: Arquivo Pessoal
A estudante da UFPR espera que o trabalho realizado na
NASA fomente o estudo da região Amazônica
pelos próprios brasileiros

O laboratório da NASA, Jet Propulsion Laboratory, foi palco do desenvolvimento de diversas missões espaciais, como por exemplo o Mars Science Laboratory, que opera o robô Curiosity e aterrisou em Marte em agosto do ano passado. "A estrutura que tenho disponível aqui me dá suporte para realizar pesquisas com grande liberdade e independência. Vale ressaltar ainda que o laboratório me propicia grande proximidade com pesquisadores que são referência internacional, e que convivem comigo diariamente, como o Dr. Christophe Sotin e o Dr. Steven Vance, referências na minha área de estudo", explica Bruno.

Já Noemi foi para a North Carolina State University e elogia a recepção que teve. "A universidade propiciou tudo necessário para a nossa boa estadia, ensino de qualidade e um ótimo ambiente. De acordo com a estudante, a experiência a fez valorizar o ensino de sua universidade no Brasil. "Apesar da maravilhosa estrutura encontrada nos EUA, percebi que muito do que é ensinado e produzido aqui, o Brasil tem capacidade de produzir também. No curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná tenho aulas tão boas quanto as da North Carolina State University. O que falta para as nossas universidades é devido investimento em infraestrutura e reconhecimento da qualidade dos nossos professores", destaca.

Foto: Arquivo Pessoal
Bruno teve a oportunidade de estudar na University
of Illinois com um dos maiores especialistas na área
de dinâmica dos fluidos computacional

Os estudantes demonstram satisfação com a graduação-sanduíche nos Estados Unidos. "A experiência está sendo incrível, posso dizer que superou todas as minhas expectativas. Sinto que o programa Ciência sem Fronteiras está se consolidando cada vez mais e defendo a continuação do programa após 2015. Se o Brasil realmente quiser dar um salto científico e tecnológico, temos que continuar investindo no treinamento recursos humanos de alto nível.", conclui Bruno.

"Estagiar na NASA tem sido sem dúvida uma das maiores experiências da minha vida. Todos os dias me surpreendo, aprendo, e descubro algo novo", afirma Noemi.

Ciência sem Fronteiras

Ciência sem Fronteiras é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento - CNPq e Capes.

O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.

Até o mês de junho deste ano, foram implementadas 29.192 bolsas. Outros dados do programa podem ser consultados no Painel de Controle do CsF.


Fonte: Site do Programa Ciência sem Fronteiras - http://www.cienciasemfronteiras.gov.br

Comentário: Pois é leitor, não tenho nada contra aos jovens da matéria, afinal eles estão fazendo a parte deles, ou seja, buscando uma melhor formação em suas áreas. Entretanto, é o Brasil que está pagando a formação desses jovens e fica a pergunta: Onde eles serão utilizados? No PEB que caminha para o seu sucateamento? Nas empresas estrangeiras que estão tomando conta do mercado brasileiro com a omissão do governo? Ou nas sociedades de outros países?  Já disse uma vez e vou repetir para trupe da presidentA DILMA ROUSSEFF. Eu sou cidadão brasileiro e não sou palhaço, chega de hipocrisia.

Comentários

  1. Dois questionamentos.

    Primeiro não sei se alguém reparou, mas onde estão os estudantes que estudam, a área de foguetes, satélites e caças?

    Será que alguma instituição do mundo aceitaria passar esse tipo de conhecimento a um estrangeiro, mesmo sendo esse estudante?

    O ciência sem fronteira relacionado à área espacial até agora, pelo que sei não conseguiu colocar nenhum estudante brasileiro em uma instituição de pesquisa de ponta nessas áreas citadas anteriormente.

    OBS: Na ucrânia os estudantes brasileiros, aprenderam aquilo que estava no livro. Isso os pesquisadores brasileiros já sabem há séculos ou pelo menos deviam saber!

    Segundo,

    MANDAR ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO PARA ESTUDAR É UMA INICIATIVA LEGAL PARA ELES CONHECEREM OUTRA CULTURA, MAS O GOVERNO ESPERAR QUE ELES CONTRIBUAM COM O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS É MUITA RESPONSABILIDADE PARA PESSOAS QUE AINDA ESTÃO SENDO FORMADAS.

    EM UM CONGRESSO QUE PARTICIPEI DE ESPAÇO NA EUROPA, OS ESTUDANTES CHINESES (QUE PARTICIPAM DE UM TIPO DE C&SF), QUE APRESENTARAM TRABALHO NESSE CONGRESSO E ESTUDAM FORA, SÃO NO MÍNIMO ESTUDANTES DE DOUTORADO E PHD.

    SERÁ PORQUE OS CHINESES TEM ESSA POLÍTICA.

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  2. Não existe pais no mundo que vai ensinar tecnologia de propulsão por foguetes com todos os detalhes e mostrar o "segredo" o "pulo do gato" desta tecnologia.
    Eu como profissional da área aprendi muita coisa além dos livros construindo motores foguete, testando, errando, tentando de novo.....até conseguir o resultado esperado.
    O Brasil precisa aprender sozinho, seja copiando tecnologia seja desenvolvendo tecnologia própria......mas para isso necessitamos de investimentos sérios e pesados.....não este programa "Ciência Sem Fronteiras" que ao meu ver é ineficiente demais.

    Miraglia
    www.edgeofspace.com.br

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  3. o duda... Eu gostaria de saber quais empresas nacionais atualmente na área defesa e aerespacial que estão nas mãos de estrangeiros? só sei de uma empresa nacional do rio grande do sul que foi comprada por uma empresa ligada ao governo de israel,mas esqueci o nome agora..mas você conhece outras empresas nacionais que estão posse de estrangeiros nessas áreas?

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    Respostas
    1. Olá Unknown!

      A empresa que você se refere é a AEL Sistemas que era a antiga Aeroeletrônica. Entretanto existem outras, como a Optovac, a Equatorial Sistemas, a Omnsys entre outras. A próxima deve ser a Opto Eletrônica, o que se acontecer, será mais um desastre, mas enfim. BRA ZIL ZIL ZIL ZIL.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  4. Quando besteira dita acima. Inacreditável. O Ciência sem Fronteiras é umas das poucas coisas boas que esse governo lixo propiciou os estudantes.

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