Aeronáutica Quer Novo Foguete Nacional

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (10/12) no jornal “Folha de São Paulo” e postado no NOTIMP da FAB, destacando que a Aeronáutica quer um novo foguete nacional.

Duda Falcão

Aeronáutica Quer Novo Foguete Nacional

Ele substituiria, a partir de 2020, o VLS-1,
que pegou fogo em 2003, matando 21 pessoas na
base de lançamento. Alto custo do projeto entregue ao
ministro da Ciência e Tecnologia pode ser entrave
para a para a sua execução

Folha de São Paulo
10/12/2010

A Aeronáutica está planejando um novo foguete lançador de satélites brasileiro. O VLS-Beta, como está sendo chamado, deve substituir a partir de 2020 o malfadado VLS-1, que pegou fogo em 2003, matando 21 pessoas.

O VLS-Beta integra uma proposta entregue na semana passada à equipe do ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). Ela foi elaborada pelo DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial), da Força Aérea Brasileira, pelo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela AIAB (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil).

Seu objetivo é aproveitar o governo que entra para influir no rumo da política espacial, que sofre cronicamente de falta de planejamento, financiamento e integração entre seus atores. A conta apresentada a Mercadante é salgada: para o setor de satélites, seriam R$ 500 milhões por ano a partir de 2016. O desenvolvimento de foguetes nacionais precisaria de R$ 160 milhões ao ano, subindo para R$ 210 milhões de 2016 a 2017.

Para comparação, todo o PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais) terá em 2011 R$ 350 milhões. O que as três instituições prometem em troca é o desenvolvimento de um parque industrial de alta tecnologia - algo equivalente ao que a Embraer representa hoje.

CRUZEIRO DO SUL

O VLS-Beta integra a família de lançadores Cruzeiro do Sul, substituta do VLS. Ele representa uma inovação em relação ao VLS-1, um projeto da década de 1980 que caducou e é considerado um "beco sem saída tecnológico", incapaz de colocar em órbita cargas maiores que 150 kg (satélites de observação pesam dez vezes isso).

O VLS-1, cujo vôo inaugural será em 2015, tem um sistema de propulsão considerado antiquado, com quatro motores no primeiro estágio. A Aeronáutica quer concluí-lo como "demonstrador tecnológico", mas sabe que o foguete não tem futuro. O Beta teria só um motor no primeiro estágio e poderia colocar em órbita satélites já em desenvolvimento no país, como os da série Amazônia (de monitoramento da floresta) e Lattes (de pesquisa de clima espacial e de raios-X).

Antes de o Beta ficar pronto, porém, o DCTA quer usar uma evolução do VLS-1, batizada Alfa, para lançar satélites do INPE a partir de 2015.

A parte alta do foguete, crucial para transportar a carga útil, seria desenvolvida em parceria com algum país que domine a tecnologia. A Aeronáutica trabalha também, com a Alemanha, no desenvolvimento de um foguete pequeno, o VLM-1, a ser lançado a partir de 2015. Os dois foguetes são uma resposta dos militares à parceria Brasil-Ucrânia para lançar o foguete ucraniano Cyclone-4 a partir de Alcântara, com fins comerciais.

O ex-ministro Sergio Rezende (PSB) apostou nela para suprir a deficiência do VLS-1. A Aeronáutica nunca engoliu o Cyclone, que abocanha recursos que poderiam ser do foguete nacional.


Fonte: Jornal Folha de São Paulo - 03/01/2011 via NOTIMP da FAB

Comentário: Grande notícia. É bom ver que as instituições do PEB estão se movimentando para cobrar do governo atitude e não conversa mole. Vai dar resultado? Não sabemos, mas no caso do Programa Nuclear deu, e o comandante da Marinha vive sorrindo. É preciso atitude para mudar esta situação, chega de conversa. Já no caso da ACS, o problema não é só abocanhar os recursos que poderiam ser aplicados em veículos lançadores brasileiros, mas principalmente por ser um mau negócio, já que é dirigido por um político e incompetente, apoiado numa tecnologia ultrapassada e altamente tóxica, com uma engenharia acionária estritamente estatal e que não traz nenhum benefício tecnológico ao país. Um desastre anunciado que será responsável por um grande rombo no erário publico brasileiro, e pior, muito provavelmente sem que seus responsáveis sejam responsabilizados judicialmente por esse desastre.

Comentários

  1. Olá JJ!

    Não, ainda não há notícias atualizadas sobre esse programa. Teremos que aguardar.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

    ResponderExcluir

Postar um comentário