Brasileiro Participa da Preparação da Missão da Apollo 11


Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada ontem (19/07) no site da Tribuna do Norte Online de Natal-RN sobre um potiguar que contribuiu com a NASA com informações rastreadas de satélites para a missão histórica da Apollo 11 em 1969.

Duda Falcão

Potiguar Abriu Trilha para Homem Caminhar na Lua


Antônio Albuquerque de Medeiros
Mostra Foto com a "Baker Nunn"
(Foto: Emanuel Amaral)

19/07/2009 - Tribuna do Norte

Carla França - Repórter

Provavelmente você não sabe quem é o senhor da acima e muito menos a contribuição dele para a realização de um dos maiores feitos da humanidade. Uma pessoa simples e extremamente apaixonada por tudo que se propõe a fazer, o norte-rio-grandense Antônio Albuquerque de Medeiros (68), ajudou na missão espacial, que há 40 anos, tornou real um dos mais antigos sonhos da civilização humana: levar o homem à Lua.

“Era como se a gente estivesse abrindo uma trilha para que alguém pudesse caminhar por ela. A diferença é que isso era feito no espaço e não em terra firme. E a trilha não levaria a qualquer lugar e sim à Lua”, conta emocionado, Antônio Medeiros. E esse é um dos grandes orgulhos do ‘Seu Toinho’, como é mais conhecido.

A função dele era rastrear os satélites no espaço. Passava 14 horas por noite operando uma máquina fotográfica, chamada Baker Nunn, de duas toneladas que tinha capacidade de fotografar um objeto do tamanho de uma bala, a cerca de 450 km de altitude. Assim, ele conseguia localizar a posição exata dos satélites. Essas informações eram mandadas para os Estados Unidos.

E foi a partir desses dados, coletados na Barreira do Inferno e em outras 28 estações espalhadas pelo mundo, que os EUA conseguiram, em 16 de julho de 1969, vencer a ‘corrida espacial’ contra a União Soviética e ser o primeiro país a mandar, com sucesso, uma expedição tripulada para a Lua.

No Brasil, eram 17h17min de 20 de julho de 1969, quando o módulo pousou na Lua e o astronauta Neil Armstrong desceu, em transmissão ao vivo para todo o planeta, e disse a frase que entrou para a história: ‘Este é um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade.’

Aqui os homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade’. No dia seguinte ao pouso, a equipe iniciou a viagem de retorno, que terminou com a descida no Oceano Pacífico em 24 de julho. Os astronautas trouxeram na bagagem amostras de solo e rochas lunares para experimentos na Terra. “A viagem do homem à Lua foi uma epopéia que marcou a transformação do mundo, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da ciência espacial”, diz o professor da UFRN, que assim como milhares de brasileiros, acompanhou o fato através do rádio.

Apesar de ter cooperado com a missão americana, ‘Seu Toinho’ confessa que não se lembra muito bem do 20/07/1969. “As lembranças já estão falhas, me recordo que estava em casa neste dia e que fiquei muito feliz”.

Orgulho e Desgosto pela Falta de Reconhecimento

Talvez o esquecimento de ‘Seu Antônio’ seja uma auto-defesa porque o ex-operador chefe da Baker Nunn guarda uma grande mágoa de ter sido esquecido depois de 14 anos de dedicação, teve que ganhar a vida como mecânico assim que a estação fechou, em 1980. “Eu tenho orgulho e desgosto de ser brasileiro e de ter feito o que fiz. Não reconhecem o valor do meu trabalho, na época ganhava Cr$12.800,00 e hoje sou aposentado com um salário mínimo”, lamenta.

Mesmo com a falta de reconhecimento, Antônio Medeiros se emociona sempre que fala sobre o seu trabalho na Barreira do Inferno. Uma das coisas que tem mais saudade é da máquina fotográfica Beker Nunn. Até hoje ele guarda fotos e filmes da máquina, que ele pensava ter se perdido.

Mas na tarde da última quinta-feira (16), a TRIBUNA DO NORTE o levou para rever a companheira de trabalho. Ao chegar à sede do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), que fica na UFRN, um misto de alegria e tristeza tomou conta do semblante de ‘Seu Toinho’, que chorou de emoção. “Meu Deus, eu não acredito que ela está aqui e nesse estado. Isso é um crime! Deveria ficar numa sala com tijolos de ouro e diamante, tamanha a importância dela”, diz Antônio.

O diretor do Inpe-RN, Manoel Joseane, reconhece o descaso com o equipamento e está estudando uma forma de colocá-la em uma sala que permite uma maior conservação, para evitar que o pouco que restou seja destruído pela ação do sol e da chuva.


Fonte: Site Tribuna do Norte Online - 19/07/2009

Comentário: Me solidarizo com as palavras do senhor Antônio Medeiros quando chego à conclusão do descaso que se tem nesse país com as pessoas que trabalham ou trabalharam no PEB. Fora o fator humano, o descaso com os equipamentos históricos é tão grande quanto ou se não maior ainda, o que é lastimável. Essa câmera pela sua importância histórica deveria estar protegida num museu e não ao relento como se encontra agora. Solicito ao diretor do INPE-RN, o senhor Manoel Joseane como cidadão brasileiro que sou, cumpridor de meu deveres, uma solução imediata para o descaso com a câmera “Baker Nunn” e também uma forma de ajudar ao senhor Antônio Medeiros a ter pelo menos melhores condições de vida.

Comentários

  1. Pô, que sacanagem. Provando que no Brasil o povo tem memória curta. Vc sabia também que a água do Brasil foi enviado a Lua nas missões Apollo ?

    Águas de Lindóia e a Missão Apolo 11
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    O Balneário Municipal exibe uma nota fiscal muito interessante (NF no 20.218), emitida em 02 de abril de 1969, três meses e meio antes do homem chegar a lua pela primeira vez a bordo da Apolo 11. Segundo este documento, foram embarcadas para Cabo Kennedy, a pedido da NASA, 100 dúzias de garrafas com 500 ml contendo água mineral de Águas de Lindóia.
    Algumas pessoas que trabalharam na empresa engarrafadora naquela época confirmam a história e acrescentam que a água enviada foi retirada da Fonte Santa Filomena, que ainda jorra no Balneário.
    O site da NASA comprova que a cápsula Eagle, onde os astronautas Neil A. Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins fizeram a viagem, possuía dois reservatórios para água, mas não especifica com qual água eles foram abastecidos.
    Os motivos que teriam levado a NASA a escolher a água mineral de Águas de Lindóia são a baixa acidez e rápida absorção pelo organismo.

    texto original: http://www.aguasdelindoia.com.br/curiosidades.asp

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  2. Olá Ricardo!

    Pois é amigo, o nosso pais é assim. Tenho esperança que algum dia isso mude, mas por enquanto são assim que são as coisas nesse país. Interessante esse fato das Aguas de Lindóia, mais interessante ainda porque naquela época poucos americanos sabiam onde ficava o Brasil, quanto mais Aguas de Lindoia. Valeu pela informação Ricardo e fica ai para os leitores esse fato ocorrido com a agua mineral brasileira.

    Abs

    Duda Falcão

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  3. Olá, Duda.
    Só hoje tive conhecimento dessa matéria com "seu" Toinho, através do seu blog. Estava procurando fotos da Baker-Nunn e o "google" apontou seu blog. Sou Carmem Spínola, jornalista, e, desde dezembro de 2010, bolsista do CNPq, trabalhando no projeto financiado pela AEB para a instalação do Museu da Barreira do Inferno. Em janeiro deste ano, conseguimos resgatar a Baker-Nunn do INPE, a partir de uma solicitação feita pelo Cel. Av. Guilherme Medeiros, diretor do CLBI, ao diretor do Instituto. Atualmente, a câmera está na oficina do CLBI, onde passará por uma árdua restauração, após o que integrará o Museu. Quando estivemos no INPE (e o "resgate" da BN foi demorado e difícil, devido ao precário estado em que estava) tivemos conhecimento de "seu" Toinho e entraremos em contato com ele para saber mais sobre a história da BN.
    Abraços!
    Atenciosamente,
    Carmem Daniella Spínola

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  4. Olá Sra. Carmem Daniella!

    Fico contente em saber que a Baker-Numm será restaurada e torço que algum dia eu possa conhecê-la pessoalmente no Museu da Barreira do Inferno. Entretanto falta agora o apoio ao "Seu Toinho" que não precisa ser restaurado, mas que certamente precisa de ajuda.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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