União Repr. Contratos de R$ 51,9 Mi Entre INPE e FUNCATE

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (01/05) no site do jornal “O VALE” destacando que a União reprovou contratos de 51,9 milhões entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (FUNCATE).

Duda Falcão

NOSSA REGIÃO

União Reprova Contratos de R$ 51,9 Mi
Entre INPE e FUNCATE

AGU dá parecer jurídico desfavorável a quatro contratos em
consulta obrigatória que é feita antes da concretização dos
acordos; pela lei, instituto não é obrigado a acatar
parecer, mas deve justificar motivo

Tânia Campelo 
Editora do BOM DIA
01 de maio de 2012 - 03:00

Quatro contratos firmados entre o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e a FUNCATE (Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais), que somam R$ 51,9 milhões, tiveram pareceres desfavoráveis da Consultoria Jurídica da União, em São José dos Campos.

A informação foi dada ontem pela assessoria de imprensa da AGU (Advocacia-Geral da União), de Brasília, e contraria nota do INPE encaminhada a O VALE.

Em reportagem no último domingo (veja a nota “Diretor Demissionário do INPE Assina Contratos Milionários”, O VALE revelou que o diretor demissionário do INPE, Gilberto Câmara, assinou os contratos milionários com a FUNCATE em dezembro, ao apagar das luzes de sua gestão.

Segundo a assessoria de imprensa do instituto, “todos os contratos firmados com a FUNCATE possuem base legal, tiveram parecer jurídico e são auditados pelo TCU \[Tribunal de Contas da União\] e CGU \[Controladoria Geral da União\]”.

Ontem, a AGU informou que os pareceres jurídicos dos advogados da União foram “desfavoráveis às contratações noticiadas”.

Legislação - A lei obriga os órgãos públicos a solicitarem pareceres jurídicos de advogados da União para efetuar contratos de valores altos. Os administradores públicos não são obrigados a acatar esses pareceres, mas precisam fundamentar os motivos da recusa.

A AGU não informou os motivos que levaram a Consultoria Jurídica da União de São José a considerar as contratações contrárias à legislação. Mas ressaltou que o argumento apresentado pelo INPE, de que a FUNCATE é uma fundação de apoio credenciada, não seria suficiente para respaldar a sua contratação, sem licitação. Segundo a Advocacia-Geral, a legislação em vigor restringe a atuação das fundações em alguns casos.

Briga jurídica - Nos dois últimos anos, o diretor demissionário do INPE e os advogados da União que atuam em São José travam um verdadeira batalha. “Os advogados não respeitam os compromissos do INPE em cumprir suas missões e não levam em consideração as restrições em que o INPE opera”, desabafa Câmara em um ofício enviado à AGU, solicitando substituição dos profissionais de São José (leia texto ao abaixo).


Instituto Diz Que Parcerias Têm Amparo em Legislação

O diretor do INPE, Gilberto Câmara, está de férias no exterior e só retoma suas funções no dia 7 de maio, segundo informou a assessoria de imprensa do instituto.

Com relação à parceria e serviços contratados da FUNCATE, a assessoria informou que ‘os contratos firmados com a fundação não poderiam, por lei, ser feitos de outra forma’.

De acordo com o instituto, a FUNCATE ‘é a única fundação credenciada pelo MEC (Ministério da Educação) e MCTI para o estabelecimento de contratos relacionados a desenvolvimento institucional’.

Gilberto Câmara pediu demissão da direção do INPE em agosto do ano passado com a intenção de deixar o cargo em dezembro, no entanto, permanece no comando do instituto à espera de um substituto.

A nomeação do novo diretor é aguardada desde janeiro passado, quando Marco Antonio Raupp assumiu o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).

A FUNCATE não comentou os contratos com o INPE.

TCU e Promotoria  Questionam Contratos

No ano passado, o TCU (Tribunal de Contas da União) publicou acórdão condenando um contrato firmado entre o INPE e a FUNCATE em 1999, sem licitação. O processo começou na análise da prestação de contas do INPE. Todos os recursos apresentados pelo instituto e pela FUNCATE ao longo de 10 anos foram negados pelo TCU.

Segundo o acórdão publicado em agosto último, não havia correlação entre o objeto contratado com as atividades de competências da FUNCATE, houve subcontratação para execução do serviço e irregularidades na forma de pagamento.

CGEE - No ano passado, a Justiça Federal acatou denúncia do Ministério Público, que considerou ilegal um contrato sem licitação,do INPE com a CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), por suspeita de favorecimento.

A assessoria do INPE informou que o Instituto forneceu todas as informações solicitadas pelo processo e ressalta a legalidade do contrato.


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 01/05/2012

Comentário: Como já não bastasse todos os problemas vividos pelo PEB, agora mais essa.

Comentários

  1. A FUNCATE é definida como uma fundação sem fins lucrativos, mas sendo uma fundação privada sabe-se que isso não é bem assim.
    Não duvido que existam problemas nestes contratos, mas também não duvido que exista uma certa "implicância" da parte do jurídico da União.
    Todo gasto do governo faz parte de um contexto muito maior. Várias pessoas são envolvidas, muitos interesses são buscados incluindo os pessoais. Nos últimos meses o governo só pensa em COPA e Olimpíadas. Tecnologia é a última coisa que o governo quer gastar.
    Toda licitação passa pela Lei 8666, mas em casos emergências ou de interesse esta lei é esquecida pelo próprio governo.
    Dá pra confiar?

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  2. Olá Anônimo!

    Seja você que for suas colocação fazem sentido e também acredito que seja mais ou menos por aí.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Não é que a lei é esquecida, é aplicado seu artigo 24 que permite dispensa de licitação em certos casos.
    Como por exemplo :

    XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).

    Normalmente as autoridades que colocam a culpa na lei 8666 pelo atraso em seus projetos de defesa e espaço estão mentindo.

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