Cel. Reformado Negocia com a EADS criação de Holding


Olá leitor!

A revista ISTOÉ que começou a circular este final de semana publica a reportagem “A Volta da Engesa” que é muito interessante e fala sobre um acordo secreto entre o coronel reformado Oswaldo Oliva Neto, ex-diretor do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República e o grupo europeu EADS, visando a criação de uma empresa holding que se envolverá no desenvolvimento de projetos nacionais na área de defesa, incluindo ai projetos da área espacial.

Essa empresa holding segundo a revista inicialmente aproveitará a capacidade instalada de, ao menos, cinco empresas do setor de defesa: Imbra Aerospace e Mectron Engenharia, Akaer, Atmos e Gigacom, cujos presidentes coordenarão diferentes núcleos de negócios, como engenharia, aeroestrutura, sistema de armas e comunicação. Com esse modelo de produção, uma empresa torna-se fornecedora da outra, eliminando a verticalização do imposto.

Ainda segundo a revista, a participação acionária do grupo europeu EADS estará limitada a 20%, visando assim evitar que o negócio seja visto como "invasão estrangeira". O restante será aberto a investidores nacionais, como fundos de pensão. O governo federal, por sua vez, terá uma golden share, como ocorre com a Embraer, a fim de exercer o controle estratégico das operações.

Foto Leopoldo Silva da Revista ISTOÉ

A holding que embora seja focada no setor militar e que será chamada “Engesar Planejamento e Engenharia” (nome que parece ter sido inspirado na antiga empresa brasileira Engesa), poderá também se envolver com projetos espaciais, como por exemplo o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), como fica claro na reportagem quando o autor Cláudio Dantas Sequeira diz: "Além de helicópteros, a holding também construirá satélites de controle de tráfego aéreo e sistemas para a área de segurança pública". Veja a reportagem na integra pelo link abaixo:

Link: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2075/artigo148021-1.htm

Duda Falcão


Fonte: Revista ISTOÉ

Comentário: Confesso que minha primeira impressão (antes de ler a matéria na íntegra) era de preocupação, pois se essa participação da EADS não ficasse restrita a 20% eu seria uma dessas pessoas que veria o negócio como uma "invasão estrangeira”. É interessante notar que segundo se comenta além do interesse no SGB, a EADS estaria também interessada em parcerias para o desenvolvimento de foguetes lançadores, de satélites de sensoriamento remoto, entre outros projetos. Em minha opinião é preciso ter muito cuidado para que esses interesses não entrem em choque com os projetos já em andamento com outros paises (russos e alemães) fazendo com que se perca o foco e atrase ainda mais o programa espacial do governo. Se esses interesses ficarem restritos ao desenvolvimento de projetos exclusivamente privados ou complementares (compras governamentais), serão muito bem vindos e um marco para o desenvolvimento de uma empresa privada com tecnologias aeroespaciais em várias áreas.

Comentários

  1. A EADS europeia, formada em 2000 é uma resposta a união americana de empresas aeroespaciais como Boeing, McDonnell Douglas e Lockheed Martin. O capital maior de acionista é francês, pois é a união da Aérospatiale-Matra Francesa, DaimlerChrysler Aerospace AG (DASA) da Alemanha e Construcciones Aeronáuticas SA da Espanha. Tem participações também sobre a empresa aeronática portuguesa. É um super conglomerado, que tem disputado pau a pau o setor aeroespacial com as gigantes americanas e russas. A AEAS é responsável pela Dassault Aviation, que fabrica os caças Mirage que o Brasil possui e Rafale que o Brasil pode adquirir. Controla também a AIRBUS, a gigante do setor de aviação, cuja TAM brasileira é uma das grandes compradoras. Tem controle sobre fábricas de helicopteros, como o Eurocopter Tiger. No setor espacial, contrala a Aerospatile e a Arianespace que fabrica os foguetes Arianes e tem como principal sócio, a ESA. Junto com a ESA, que controla a base concorrente de Alcantara, Kourou na Guiana Francesa, tem fabricado peças para a ISS incluíndo o módulo de carga até a estação espacial, o Julio Verne.

    Sobre o Brasil montar uma empresa com eles, mesmo eles tendo 20%, o investimento estrangeiro seria grande, mas tenho medo de termos DEPENDÊNCIA de um gigante estrangeiro, que vendo o Brasil como concorrente no setor de lançamento de satélites, pode atrasar o nosso programa espacial. É UMA FACA DE DOIS GUMES !!!

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  2. Olha só a Coreia do Sul se preparando a se tornar a 10° nação a colocar um satelite em orbita por conta própria:

    http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1269524-5603,00-COREIA+INSTALA+SEU+PRIMEIRO+FOGUETE+ESPACIAL+PARA+LANCAMENTO+ESTA+SEMANA.html

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  3. Olá Ricardo!

    Suas informações sobre a EADS estão corretíssimas, e compartilho contigo o seu temor. No entanto, caso essa empresa tenha total controle brasileiro e participe dentro da lei de editais para suprir as necessidades do PEB, não há problema algum, pois será apenas mais uma empresa participando desses editais como qualquer outra empresa da área aeroespacial brasileira. O que não pode acontecer é essa empresa ser constituída para assumir o programa espacial do país com algum projeto que venha destruir o que já se foi feito, isso será inaceitável. Quanto aos coreanos, agradeço-lhe pelo envio do link da notícia sobre o programa espacial deles, aproveitando para parabenizá-los pela iniciativa, esperando que a mesma sirva de exemplo para as chamadas “autoridades” de nosso Programa Espacial. Na verdade Ricardo, não posso deixar de negar que, no caso dos coreanos a incerteza constante sobre uma possível guerra com os norte coreanos, deve ter auxiliado muito o programa espacial deles, devido necessidade de se investir em mísseis de longo alcançe. No entanto, aqui no Brasil temos outras necessidades civís que justificam tanto quanto as necessidades militares coreanas e nem por isso alcançamos o mesmo desenvolvimento, apesar de estarmos nessa praia há bem mais tempo.


    Forte abraço

    Duda Falcão

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