O Primeiro Cubesat Brasileiro - NONOSATC-BR

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada no site da revista Tecnologia & Defesa pelo companheiro jornalista André Mileski do renomado blog “Panorama Espacial” com maiores informações sobre o primeiro cubesat brasileiro, o NANOSATC-BR.

Duda Falcão

INPE e UFSM Trabalham no Projeto do Primeiro Cubesat Brasileiro

Escrito por André M. Mileski

O Pequeno Satélite Já Está Sendo Construído e Deve ser Lançado ao Espaço em 2011

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) trabalham no projeto do primeiro cubesat brasileiro, o NANOSATC-BR, iniciativa que envolve, além do desenvolvimento tecnológico, a qualificação de universitários em tecnologia espacial.

Como o próprio nome já indica, o cubesat nada mais é do que um pequeno satélite sob a forma de cubo, com massa aproximada de 1 kg, volume de 1 litro e 10 cm de arestas. A tecnologia é muito utilizada para a construção de satélites universitários, dada a sua simplicidade e baixo custo. Desde o final da década de 1990, dezenas de cubesats com propósitos científicos, de observação e de comunicações foram lançados ao espaço.

O projeto nacional foi idealizado há cerca de três anos, a partir de uma bolsa de iniciação científica de um aluno da UFSM, orientada por Otávio Durão, pesquisador do INPE. Logo após a sua apresentação e um contato com o Dr. Nelson Schuch, do Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais (CRS), do INPE, que assumiu a gerência da missão, o estudo acabou evoluindo para um projeto.

O ano passado marca de fato o início da missão NANOSATC-BR, quando foram concedidas várias bolsas de iniciação científica para alunos de graduação em engenharias mecânica, eletrônica e de computação da UFSM. Sob a orientação de especialistas do INPE, os bolsistas têm trabalhado nos projetos dos subsistemas do nanossatélite, além de estágios práticos, durante suas férias, no INPE ou em empresas fornecedoras de componentes para o satélite.

A missão e o satélite já foram completamente especificados e no momento trabalha-se na compra da plataforma do cubesat junto a uma fabricante holandesa, a ISIS, com recursos do INPE, avaliada em cerca de R$ 120 mil e que deve ser entregue no primeiro semestre de 2010. Em paralelo, estão sendo desenvolvidos o software de bordo e a parte-solo da missão.

Este ano, além do investimento do INPE, a UFSM está destinando aproximadamente R$ 200 mil para a montagem de uma "tenda" limpa em seu campus, local em que serão realizadas as atividades de integração e manuseio do nanossatélite e para a estação terrena que ficará localizada na UFSM. Os testes finais antes do envio para lançamento serão executados pelo Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos (SP).

O NANOSATC-BR contará com dois instrumentos científicos, um magnetômetro e também um detector de partículas de precipitação, para o monitoramento em tempo real do geoespaço, a precipitação de partículas e distúrbios na magnetosfera sobre o território brasileiro para a determinação de seus efeitos em regiões como a da Anomalia Magnética no Atlântico Sul (SAMA, sigla em inglês) e o setor brasileiro do eletrojato equatorial

"Esta anomalia [SAMA] é uma "falha" do campo magnético terrestre nesta região, que fica sobre o Brasil", explica Otávio Durão. Como consequência desta anomalia, há um maior risco da presença de partículas de alta energia na região, que podem afetar as comunicações, os sinais de satélites de posicionamento global (como o GPS), ou mesmo causar falhas de equipamentos eletrônicos como computadores de bordo. O INPE estuda esta anomalia há décadas, contando com vários pesquisadores de renome internacional que, inclusive, participaram da definição da missão e de sua carga útil.

A previsão é que o nanossatélite seja lançado ao espaço no primeiro trimestre de 2011. Inicialmente, trabalhava-se com a hipótese de colocá-lo em órbita por meio de um voo do foguete russo DNEPR, que não mais realiza este tipo de missão. "Hoje, o mais provável é que o lançamento seja de carona através do foguete indiano PLSV". "Há também a possibilidade de utilização do novo lançador de pequeno porte da European Space Agency, o Vega, também de carona", acrescenta. Acredita-se que, para o lançamento, serão necessários outros R$ 200 mil, que devem ser levantados no ano que vem.

Satélites Universitários

Embora seja o pioneiro cubesat brasileiro, o NANOSATC-BR não é a primeira iniciativa nacional em satélites universitários.

Desde 2005, acadêmicos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA/CTA), da Universidade de São Paulo (USP), e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio do INPE e recursos financeiros da Agência Espacial Brasileira (AEB), desenvolvem o ITASAT. O satélite terá massa total de 70 kg, órbita quase equatorial a 750 km de altitude, e contará com vários experimentos com finalidades tecnológicas espaciais, além de um transponder do Sistema de Coleta de Dados (SCD).

Antes, em 2002, estudantes de engenharia elétrica e de telecomunicações da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), de Londrina (PR) construíram o Unosat (Undergraduate Orbital Student Satellite), um nanossatélite experimental de aproximadamente 9 kg, cuja função seria enviar para uma estação terrena informações internas do satélite, tais como temperatura, corrente elétrica e tensão, além de transmitir para a Terra mensagens de áudio.

O Unosat era ligado mecanicamente ao satélite tecnológico SATEC, construído pelo INPE, e foi perdido no incêndio da plataforma e do lançador VLS-1 V03, em agosto de 2003, em Alcântara (MA), que acabou vitimando 21 técnicos e engenheiros do Programa Espacial.




Fonte: Site Tecnologia & Defesa

Comentário: Fico satisfeito por saber que esse projeto não parou como eu imaginava, pois na época que postei aqui no blog uma notícia sobre o desenvolvimento desse cubesat (veja aqui a nota NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro), entrei em contato via e-mail com um dos pesquisadores para buscar maiores informações e não obtive resposta. Não resta dúvida que uma iniciativa como essa é muito bem vinda e deveria ser estimulada com mais freqüência pela INPE/AEB, visando uma maior participação de alunos de universidades brasileiras em projetos como esses que possibilitem o desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias associadas a satélites.

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