Nova Câmara do CBERS 3 Seguirá para Testes na China
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia publicada na Revista FAPESP de agosto sobre a nova câmara desenvolvida pela empresa brasileira Opto Eletrônica para o satélite CBERS 3.
Duda Falcão
Tecnologia Engenharia Aeroespacial
Olhar Brasileiro
Nova câmera de monitoramento feita pela Opto
para o Cbers-3 será testada na China
Dinorah Ereno
Edição Impressa 162 - Agosto 2009


O processo para chegar à câmera capaz de suportar o foguete lançador, funcionar no ambiente espacial, em gravidade zero, no vácuo e submetido ao bombardeio contínuo de radiação, compreende várias etapas. “Foram feitos dois modelos de engenharia e serão construídos ainda mais um modelo de qualificação e depois os três modelos de voo.” Mas antes de começar a trabalhar no desenvolvimento do projeto a empresa teve que vencer uma licitação internacional, promovida pelo Inpe, em dezembro de 2004. O projeto preliminar da câmera foi apresentado em outubro de 2005 e em dezembro de 2007 foi entregue o primeiro modelo de engenharia, que teve de ser totalmente refeito após o boicote. O novo modelo de engenharia entregue ao Inpe será avaliado em vários ensaios para comprovar a funcionalidade bem como a resistência ao ambiente espacial. Só depois de cumprida essa etapa é feito o modelo de qualificação e depois os modelos de voo, previstos para ficarem prontos em julho de 2010 e que vão integrar a carga útil do satélite Cbers-3 e também o do Cbers-4, previsto para ser lançado em 2014.

Desde a criação da Opto em 1985, pelos professores Milton Ferreira de Souza e Jarbas Caiado de Castro, além de outros quatro pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, a empresa e suas afiliadas foram apoiadas com oito projetos na modalidade Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP, que financiaram especialmente estudos nas áreas de aplicação industrial e de equipamentos oftálmicos para uso médico. O primeiro deles, concedido em 1988 para desenvolvimento de um medidor de distâncias longas a laser para uso industrial, foi coordenado por Stefani. O produto ficou pronto dois anos depois, mas não decolou comercialmente. Foram vendidas só oito unidades do medidor, sete para a Vale do Rio Doce e uma para a Firestone. “Apesar do fracasso comercial, o projeto criou para a empresa uma capacidade tanto humana como instrumental, criando uma bagagem tecnológica que resultou no desenvolvimento de um laser para uso em cirurgias de retina muito competitivo”, diz Stefani. Até hoje a empresa fabrica esse laser – um grande sucesso comercial que garantiu à empresa uma posição forte no mercado internacional com as mesmas pessoas, instrumentos e equipamentos utilizados no primeiro projeto financiado pela FAPESP. Atualmente a Opto, que atua nas áreas de equipamentos médicos oftalmológicos, tratamento antirreflexo para lentes, equipamentos de medição e controle, defesa e produtos aeroespaciais, conta com 450 funcionários, 58 dos quais são pesquisadores. O investimento em pesquisa e desenvolvimento é de cerca de 15%, em média, do faturamento, que no ano passado foi de R$ 50 milhões.
Quando as câmeras estiverem no espaço, a Opto vai ajudar o Brasil a fazer parte de um restrito grupo de países que fabricam sistemas de imageamento para uso orbital, composto por Estados Unidos, Rússia, França, Israel, Índia e China. A participação no projeto MUX assim como nos projetos Pipe possibilitou à empresa criar uma infraestrutura de ponta, com máquinas e sala limpa para os testes espaciais. Com isso a Opto pode desenvolver uma segunda geração de retinógrafos, aparelhos que mapeiam a retina, em condições de competir com gigantes internacionais. “O programa espacial funciona como um poderoso aperfeiçoador da capacidade industrial do país, que passa a ser competitivo em áreas importantes”, diz Stefani.
Fotos: Eduardo Cesar
Fonte: Revista Pesquisa FAPESP - núm. 162 - agosto de 2009
Comentário: Parabéns a Opto Eletrônica por demonstrar que tudo feito com seriedade, dedicação e trabalho (mesmo com grandes obstáculos tecnológicos a serem transpostos) sem ingerência política danosa só pode nos levar ao sucesso. Infelizmente não é o que acontece com o nosso programa de foguetes, que se assim continuar, resultará num fracasso sem precedentes na história da astronáutica mundial. Lembre-se leitor que o recorde de acidente com o maior número de mortes já é nosso e a busca de recordes tão sombrios quanto esses são contínuos dentro do PEB. Não sou religioso e nem acredito em deuses, mais se realmente existe algum deus, que ele venha proteger os cientistas, engenheiros e técnicos comandados por esses políticos irresponsáveis.
Comentário: Parabéns a Opto Eletrônica por demonstrar que tudo feito com seriedade, dedicação e trabalho (mesmo com grandes obstáculos tecnológicos a serem transpostos) sem ingerência política danosa só pode nos levar ao sucesso. Infelizmente não é o que acontece com o nosso programa de foguetes, que se assim continuar, resultará num fracasso sem precedentes na história da astronáutica mundial. Lembre-se leitor que o recorde de acidente com o maior número de mortes já é nosso e a busca de recordes tão sombrios quanto esses são contínuos dentro do PEB. Não sou religioso e nem acredito em deuses, mais se realmente existe algum deus, que ele venha proteger os cientistas, engenheiros e técnicos comandados por esses políticos irresponsáveis.
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