NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro

Olá leitor!

Segue abaixo uma descrição do projeto do primeiro CubeSat brasileiro (nanossatélite) que esta sendo desenvolvido por alunos da Universidade Federal da Santa Maria - UFSM, no Rio Grande do Sul, em pareceria como o INPE/MCT. Essa descrição foi apresentada durante a realização do "II Simpósio Brasileiro de Geofísica Espacial e Aeronomia - SBGEA-2008", que ocorreu entre os dias 08 e 11 de setembro em Campina Grande na Paraíba. Segundo a nota, o mesmo tem a previsão de lançamento para esse ano através de um foguete estrangeiro que até aquele momento não havia ainda sido definido.

Duda Falcão

NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro


O NANOSATC-BR será o primeiro "CubeSat brasileiro" e está sendo desenvolvido através da cooperação entre o Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais – CRS/CIE/INPE - MCT, onde alunos dos cursos de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Ciências de Computação do Centro de Tecnologia – CT, e do Curso de Física do Centro de Ciências Naturais e Exatas – CCNE, da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, desenvolvem trabalhos de iniciação científica e tecnológica.

O CRS está localizado no campus da UFSM, em Santa Maria, RS. O CRS é parte do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. No INPE/MCT há engenheiros, tecnólogos e pesquisadores que dão apoio técnico e científico a esses alunos.

A missão tem o propósito de obter dados do campo magnético terrestre na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul – AMAS, nas regiões Sul e Sudeste, e do Eletrojato Equatorial, na Região Norte Brasileira.

A carga útil do satélite será um magnetômetro e, possivelmente, um detector de partículas. O controle de atitude será bastante simples, visto que a carga útil não necessita de nenhum tipo de apontamento, planeja-se um sistema passivo por meio da rotação que é dada ao satélite pelo lançador.

Um kit para a montagem do satélite esta sendo adquirido de fornecedor especializado. Esse kit é composto por uma plataforma base para um CubeSat padrão, com os principais equipamentos necessários ao seu funcionamento, necessitando a adequação da carga útil e o desenvolvimento de programas computacionais específicos para que o satélite fique completo para o lançamento.

A estação terrena para a telemetria, recepção dos dados, obtidos pela carga útil será construída e operada em Santa Maria, RS.

O planejamento do lançamento do satélite está previsto para o final de 2009. O lançador esta sendo determinado e negociado internacionalmente entre os dois disponíveis atualmente: Kosmos-3M (que lançará um satélite na mesma data planejada para o NANOSATC-BR) ou um lançador indiano, utilizado pela Calpoly University, USA, para lançar CubeSats, que pode fornecer a interface com o lançador, conhecida como P-POD.


Fonte: Rafael Lopes Costa (rlc0147258@gmail.com)

Comentário: Apesar da opção pelos seus realizadores do uso de um kit (plataforma) estrangeira em detrimento do desenvolvimento de uma plataforma nacional, essa iniciativa é de grande importância para o programa espacial, pois demonstra o interesse das universidades brasileiras no desenvolvimento de pequenos satélites e a necessidade extrema da conclusão do VLS-1 e até mesmo pelo o desenvolvimento de um foguete (tipo o antigo projeto do VLM), capaz de colocar esses nanossatélites em órbita com custos relativamente baixos. Outra iniciativa de desenvolvimento por universidades no Brasil esta sendo realizada pelo ITA - Instituto de Tecnológico da Aeronáutica em parceria com a USP - Universidade de São Paulo, UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas com o apoio do INPE/AEB. Trata-se do projeto do ITASAT (veja aqui no blog a nota ITASAT - Satélite Universitário Brasileiro) que provavelmente será lançado pelo VLS-1 (caso o cronograma seja cumprido) por volta de 2012 durante a realização de seu quarto vôo de qualificação. Não podemos esquecer que o primeiro satélite universitário brasileiro foi o UNOSAT - Undergraduate Orbital Student Satellite (veja aqui no blog a nota Sucessos e Insucessos do Programa Espacial Brasileiro), que foi desenvolvido pelos alunos da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, e que deveria ter sido lançado no terceiro vôo que qualificação do VLS. Porém, o mesmo acabou explodindo ainda na plataforma de integração no dia 22 de agosto de 2003, três dias antes do lançamento, matando 21 técnicos brasileiros, destruindo o satélite e registrando talvez o maior acidente com perdas de vidas na história das atividades espaciais humanas até hoje.

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