O Telescópio Espacial James Webb Detecta Dióxido de Carbono na Maior Lua de Plutão

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Imagem: Space Daily

No dia de ontem (01/10), o portal Space Daily anunciou que Cientistas que utilizam o Telescópio Espacial James Webb detectaram, pela primeira vez, Dióxido de Carbono na superfície congelada da maior lua de Plutão, Caronte, conforme revelado em uma pesquisa na terça-feira.

De acordo com a nota do portal, a descoberta de CO2, juntamente com outro composto, o peróxido de hidrogênio (H2O2), pode oferecer novos insights sobre os mundos gelados nas misteriosas regiões externas do nosso Sistema Solar.

Plutão foi por muito tempo considerado o nono planeta a partir do Sol. No entanto, após a descoberta de outros objetos semelhantes em uma região além de Netuno, chamada Cinturão de Kuiper, ele foi rebaixado a planeta anão em 2006.

A forma de donut do Cinturão de Kuiper é pensada para abrigar milhões de mundos gelados.

Esses objetos são "cápsulas do tempo que nos permitem entender a formação do Sistema Solar", disse Silvia Protopapa, do Southwest Research Institute, no estado americano do Colorado, à AFP.

Caronte oferece uma visão rara desses mundos porque, ao contrário de outros objetos do Cinturão de Kuiper, incluindo Plutão, sua superfície não é obscurecida por ices altamente voláteis como o metano, explicou ela.

Protopapa é a autora principal de um novo estudo publicado na revista Nature Communications que descreve as novas descobertas do Webb sobre a maior das cinco luas de Plutão.

'Peça do Quebra-Cabeça'

Caronte, que tem cerca da largura da França e metade do tamanho de Plutão, foi descoberto pela primeira vez em 1978.

Quando a sonda New Horizons da NASA passou por Caronte em 2015, descobriu que a superfície era principalmente coberta por gelo de água e amônia, que se pensa serem responsáveis pela aparência avermelhada e cinza da lua.

Ela também mostrou que material sob a superfície do planeta às vezes estava exposto através de crateras.

Isso sugeriu aos cientistas que o CO2, um gás essencial para a vida na Terra, também poderia estar na superfície de Caronte.

Objetos no Cinturão de Kuiper, incluindo Plutão e Caronte, são pensados como formados a partir do disco protoplanetário — um círculo de gás e poeira que cercava o jovem Sol há cerca de 4,5 bilhões de anos.

Acredita-se que o disco protoplanetário — que também teria contribuído para a formação da Terra — continha CO2.

No entanto, a New Horizons não detectou o gás em Caronte.

O telescópio Webb agora respondeu a essa "questão em aberto", pois mede comprimentos de onda mais longos de luz, permitindo que ele investigue mais profundamente, disse Protopapa.

Se alguém hipoteticamente pisasse na superfície de Caronte, ela seria uma mistura de gelo de água e gelo seco — a forma sólida do CO2, afirmou.

Mais surpreendentemente, o telescópio Webb também detectou peróxido de hidrogênio, acrescentou Protopapa.

A presença do composto, às vezes utilizado como desinfetante na Terra, sugere que a superfície gelada de Caronte é alterada pela luz ultravioleta e pelo vento solar do distante Sol, segundo o estudo.

Descobrir e desvendar esses compostos em Caronte é mais uma "peça do quebra-cabeça" na busca para descobrir mais sobre esses mundos distantes — e, por sua vez, sobre o nascimento do nosso Sistema Solar, afirmou Protopapa.

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