Reformulação no PEB Garante Importantes Parcerias

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada na “Revista Espaço Brasileiro” (Jul, Ago e Set de 2011), destacando que reformulação garante satélites de comunicações e reativa importantes parcerias do PEB.

Duda Falcão

AEB

Reformulação Garante Satélites
de Comunicações e Reativa
Importantes Parcerias

Em pouco mais de seis meses à frente da presidência
da AEB, Marco Antônio Raupp dá nova cara
ao Programa Espacial Brasileiro

Leandro Duarte


Quando assumiu a presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB), em março desse ano, Marco Antônio Raupp, em seu discurso, disse que o Programa Espacial Brasileiro (PEB) passaria por possíveis mudanças. E elas chegaram. Após do Plano Plurianual (PPA) para o Programa Espacial (2012-2015) ficou decidido que o PEB seguirá três diretrizes: fomentar as indústrias do setor, reativar projetos importantes e obter autonomia no acesso ao espaço.

Em pouco mais de seis meses no comando da Agência, Raupp reafirmou importantes parcerias. Uma delas é com a China. Em agosto deste ano, o presidente da AEB viajou para Pequim junto com uma delegação brasileira chefiada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante. Após as reuniões, a comitiva confirmou o prosseguimento do Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, com o lançamento das versões 3 e 4 do CBERS e abriu discussão sobre a continuação da cooperação entre os países.

Graças a família CBERS, o Brasil tornou-se um importante fornecedor de imagens de satélite: já distribuiu mais de um milhão delas a milhares de usuários e instituições públicas e privadas. Os dados têm múltiplas utilidades, entre elas a de monitorar desmatamentos e expansão da agropecuária, planejamento urbano e gerenciamento hídrico.

O programa CBERS, no entanto, é essencial não apenas para o monitoramento ambiental. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre o perfil dos usuários do CBERS, a utilização das imagens desses satélites criou mais de dois mil empregos no país. As áreas englobam cartografia, agronomia, urbanismo, turismo, exploração florestal e geológica e uso da terra.

Além dos empregos gerados, o programa CBERS é, atualmente, o principal fomentador da indústria nacional do setor espacial. A construção de alguns equipamentos para os satélites 3 e 4 gerou aproximadamente R$ 330 milhões em contratos na industria brasileira, responsável pelo fornecimento de 50% dos componentes e sistemas dos satélites.

Cooperação Brasil-Ucrânia

Outra importante cooperação fortalecida foi com a Ucrânia. Em julho deste ano, uma comissão composta por técnicos da AEB, DCTA e INPE liderada por Raupp, foi aquele país para obter informações sobre o andamento do acordo que levou à criação da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). A sociedade tem o objetivo de comercializar e lançar satélites por meio do foguete ucraniano Cyclone 4 a partir da base de Alcântara (MA).

Segundo o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, Himilcon Carvalho, a delegação percebeu que eles estão cumprindo com todas as obrigações contratuais e seguindo o cronograma estabelecido.

Para ratificar a boa impressão gerada após a visita da delegação brasileira, o ministro da Defesa da Ucrânia, Mykhailo Bronislavovych Yezhel anunciou, em recente visita ao Brasil, que o principal impasse para o desenvolvimento da binacional, o repasse de recursos, será solucionado em outubro, com o aporte da ordem de R$ 250 milhões para integralizar a parte ucraniana da sociedade na ACS.

As conversas foram tão positivas que estão gerando novas possibilidades entre os países como o desenvolvimento conjunto da próxima versão do foguete, o Cyclone 5, inclusive com transferência de tecnologia. Além disso, no mês passado, uma delegação ucraniana composta por representantes da empresa SDO Yuzhnoye, liderada por seu diretor geral, Alexander Degtyarev, se reuniu com presidente da AEB e discutiu a possibilidade de desenvolvimento conjunto de satélites. Será estabelecido um plano de treinamento de técnicos brasileiros em sistemas e equipamentos fundamentais para lançadores e segurança de combustíveis.

Satélite de Comunicação

O outro aspecto que mudará o cenário do PEB será a fabricação do Satélite de Comunicação. Em reunião realizada no dia 23 de setembro, no MCTI, quando estiveram presentes representantes dos ministérios da Defesa (MD), ministério das Comunicações (MC), da TELEBRÁS e da AEB foi concluída a proposta de lançamento do satélite em 2014.

Orçado em R$ 716 milhões, como previsto no Plano Plurianual (PPA) enviado em agosto para votação no Congresso, o satélite será operado pela TELEBRÁS e atenderá ao Plano Nacional de Banda Larga, que tem como intuito levar internet mais rápida para a população a preços acessíveis.

Outro setor que se beneficiará co o satélite é a Defesa. Desde que a EMBRATEL foi privatizada as forças armadas contratam serviços satelitais, em especial de comunicações estratégicas, de empresas privadas.

Para acompanhar, pelo lado técnico, o desenrolar do projeto, foi montado um grupo de trabalho formado por especialistas do ministério da Defesa, da TELEBRÁS, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da AEB. Esse grupo de trabalho responderá a um comitê diretor que é formado pelos ministros envolvidos.

Para o projeto será criada uma empresa formada pela TELEBRÁS e parceiros privados nacionais. A empresa contatará os elementos do sistema (Satélite, segmento de solo e lançamento) nos mercados nacional e internacional e garantirá que a tecnologia absorvida permaneça no Brasil.

Como Será Feito o Satélite

O projeto estreará uma nova forma para desenvolvimento de sistemas espaciais. A figura do contratante principal favorecerá a organização da cadeia produtiva de fornecedores e serviços do setor espacial, orientada para os mercados interno e externo.

De acordo com o direto Himilcon Carvalho, a entrada de um contratante principal ajudará no desenvolvimento mais rápido e barato dos produtos. “Uma empresa tem mais flexibilidade e capacidade de negociação. Some-se a isso a agilidade da contratação de pessoal especializado”, explicou.

Apesar de ser criada para fornecer, primeiramente os satélites de comunicação, a empresa não se limitará apenas a este segmento. Segundo o dirigente da AEB a intenção é que a contratante forneça, também, satélites de observação da terra, meteorológicos e científicos, desde que não haja grande risco tecnológico.

No período coberto pelo PPA, outros projetos importantes serão concluídos como o satélite Amazônia 1, previsto para ser lançado em 2013, o Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) com lançamentos em 2012, 2013 e 2014 e o Veículo Lançador de Microssatélites previsto para 2015.


Fonte: Revista Espaço Brasileiro - Num. 12 - Jul, Ago e Set de 2011 - págs. 08 e 09

Comentários

  1. parece o papo furado de sempre
    dinheiro o Brasil tem
    Deveria investir em casa
    ou arrumar parceiros sérios para desenvolver
    é vergonhoso estar fora desse grupo
    dos brics só Brasil e Africa do sul estão fora
    acorda meu pais existe quem conheça do assunto dentro de casa
    leiam "O Homem que fugiu para a Lua"

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  2. Olá Anônimo!

    Olha, existem boas parcerias no PEB, como a com a CHINA no Programa CBERS e a com o DLR, mas infelizmente mesmo elas são prejudicadas pelas ações do governo.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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