Experimento da UFRN Levará Cana para o Espaço

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada dia (26/11) pelo “Jornal Diário de Natal” destacando que um experimento da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) levará cana-de-açúcar para o espaço durante o vôo do foguete VSB-30 da “Operação Maracati II”.

Duda Falcão

Cidades

Experimento da UFRN
Levará Cana para o Espaço

Em estudo inédito no mundo, mudas terão
desenvolvimento avaliado em ambiente sem gravidade

Érika Damásio
Especial para o Diário de Natal
26/11/2010

Foto: José Renan de Medeiros/Divulgação
Pés serão enviados dentro de Foguete até uma altitude
acima de 110 Km

Um experimento espacial, pioneiro no mundo, está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) por meio do seu Instituto Nacional de Estudos do Espaço (INPE). Entre 12 a 14 de dezembro - dependendo das condições de tempo ideais - serão lançadas 12 mudas de cana-de-açúcar ao espaço, através do foguete VSB 30, na base de lançamentos de foguetes de Alcântara, no estado do Maranhão. O objetivo é apresentar informações e estudos sobre os efeitos dessas cepas quando expostas em regiões acima de 110km de altitude, onde já não há mais a ação da gravidade. Por meio dessa iniciativa, também serão avaliados futuros trabalhos com experimentos relacionados a bactérias e medicamentos.

O doutor da UFRN e astrônomo Renan Medeiros fala que o a espécie da cana-de-açúcar foi escolhida por causa de sua importância agronômica para a região Nordeste e ao país. "Além disso, já existem algumas bases de dados contendo informações sobre o genoma dessa espécie", ressalta o professor. As mudas estarão esterilizadas e serão contidas em duas caixas de alumínio herméticas.

Durante os testes elas deverão ser submetidas durante seis minutos a ausência da gravidade, chegando a altitude de 270km, quando finalmente a carga útil do foguete for lançada ao mar. "Após a carga útil ser recuperada, levaremos de seis meses a um ano para apresentar os primeiros resultados" informa o professor.

Desde fevereiro desse ano, o projeto Vegetal Gravity Product (VGP), que teve o custo inicial de R$ 200 mil, vem sendo acompanhado pelo Laboratório de biologia molecular e genômica da UFRN. Os estudos de análise molecular dessas plantas, além da identificação das mensagens produzidas durante o experimento, serão conduzidas pela a cientista bióloga Kátia Scortecci, do Departamento de Biologia Celular e Genética da UFRN. Para o astrônomo Renan Medeiros, as expectativas desse experimento pioneiro podem ser surpreendentes "Como cada planta é única, não dá para prevê os resultados" comenta.


Fonte: Site do Jornal Diário de Natal - 26/11/2010

Comentário: Apesar da matéria se equivocar em chamar o instituto ligado a UFRN de INPE (na realidade deve tratar-se do INEspaço - Instituto Nacional de Ciências do Espaço) a notícia demonstra o interesse das universidades brasileiras pelo ambiente de microgravidade. Infelizmente devido à falta de vôos mais regulares (esse levará mais de quatro anos para ser realizado) impede que essas universidades possam fazer suas pesquisas com a freqüência desejada e que as mesmas exigem. O “Programa Microgravidade” criado pela AEB não funciona como deveria e precisa urgentemente ser revisto pela Agência Espacial Brasileira. É inadmissível que se faça um vôo desse programa a cada quatro anos, enquanto a média mundial é três vôos por ano, e ao mesmo tempo em que esse foguete brasileiro é utilizado pelo DLR alemão e outras agências espaciais do mundo numa freqüência muito maior que no Brasil.

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