Veja Como a NASA Está Se Preparando Para Receber as Amostras do 'Asteroide Bennu', Que Estão Sendo Trazidas a Terra Por Uma Cápsula da 'Missão OSIRIS-REx'
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma interessante matéria publicada ontem (09/09)
no site “CNN Brasil”, tendo como
destaque um relato de como a NASA
está se preparando para receber na Terra
as amostras do ‘Asteroide Bennu’ que
a Missão OSIRIS-REx coletou e está
prestes a entregar. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
Asteroide - Espaço - NASA
Como a NASA Está Se Preparando Para Trazer Um Pedaço
de Asteroide Para o Deserto
Asteroides como o que está sendo explorado teriam
colidido com a Terra no início da sua formação, e amostras colhidas podem
revelar informações sobre o início do sistema solar
Por Ashley Strickland da
CNN
09/09/2023 às 18:03
Atualizado 09/09/2023 às 18:32
Fonte: Site CNN Brasil - https://www.cnnbrasil.com.br
Foto: Keegan Barber/NASA
Modelo de treinamento reproduz cápsula que será lançada, carregando amostras de asteroide, pela missão OSIRIS-REx da NASA. |
Uma amostra de asteroide armazenada dentro de uma
espaçonave da NASA
está prestes a chegar à Terra depois de viajar por quase dois anos e meio pelo
espaço.
É a primeira vez que a NASA coleta e volta com uma
amostra de asteroide do espaço.
Junto a outra amostra do asteroide Ryugu, trazida pela
missão Hayabusa2 do Japão, as rochas e o solo colhidos podem revelar
informações sobre o início do nosso sistema solar.
Em vez de pousar, a missão OSIRIS-REx vai lançar amostras
de rochas e solo aqui e continuar sua jornada para estudar outro asteroide.
As equipes têm ensaiado como recolher essas amostras,
originalmente coletadas do asteroide Bennu, próximo à Terra, quando ela cair no
deserto de Utah, em 24 de setembro.
A estimativa é que a OSIRIS-REx tenha coletado até 8,8
onças (aproximadamente 250 gramas), ou cerca de uma xícara, de material de
Bennu.
“Estamos agora a poucas semanas de receber um pedaço da
história do sistema solar na Terra, e o teste de lançamento bem-sucedido
garantem que estamos prontos”, disse Nicola Fox, administrador associado da
Diretoria de Missões Científicas da NASA, em um comunicado.
“O material primitivo do asteroide Bennu nos ajudará a
entender a formação do nosso sistema solar há 4,5 bilhões de anos, e talvez até
como a vida na Terra começou.”
Não é todo dia que uma espaçonave lança uma cápsula
carregando uma amostra rara de asteroide sobre o planeta e tenta entregá-la com
segurança em um local de pouso específico.
Anos de trabalho árduo de milhares de pessoas levam ao
momento em que a amostra de Bennu chegará à Terra.
Nos últimos meses, as equipes praticaram a recuperação da
cápsula da amostra e analisaram todos os cenários, bons e ruins, que podem
acontecer no dia de sua chegada.
O objetivo original da missão é recuperar uma amostra
intocada de asteroide. Se ao cair, porém, a cápsula abrir, o material pode ser
contaminado.
“Estou imensamente orgulhoso dos esforços da nossa equipa
nesta empreitada”, disse Dante Lauretta, investigador principal do OSIRIS-REx
na Universidade do Arizona em Tucson, em comunicado.
“Assim como o nosso planejamento e os nossos ensaios
meticulosos nos prepararam para coletar uma amostra de Bennu, eles ajudaram,
também, a aprimorar nossas habilidades para recuperação de amostras.”
Depois que deixou Bennu, a sonda deu, ainda, duas voltas
em torno do Sol para poder estar na trajetória correta para o encontro com a
Terra.
Em 24 de setembro, a NASA vai transmitir ao vivo o
lançamento da amostra.
A transmissão começará às 10h do horário local, e a
cápsula contendo a amostra entrará na atmosfera da Terra às 10h42 (11h42 no
horário de Brasília), a uma velocidade de cerca de 45 mil quilômetros por hora.
A cápsula será lançada quando a OSIRIS-REx estiver a 102
mil quilômetros da Terra, mirando uma área que abrange 650 quilômetros
quadrados – “é o equivalente a lançar em uma quadra de basquete e acertar o
alvo na mosca”, disse Rich Burns, gerente de projeto OSIRIS-REx no Centro de
Voos Espaciais Goddard da NASA, em Greenbelt, Maryland.
Assim que a cápsula for liberada, a OSIRIS-REx fará uma
manobra para se colocar de volta em uma rota ao redor do Sol, rumo a outro
asteroide, o Apophis, aonde deverá chegar em 2029, disse Burns.
Entrar na atmosfera da Terra fará com que a cápsula seja
envolvida por uma bola de fogo superquente, mas o escudo térmico do recipiente
protegerá a amostra em seu interior.
Paraquedas serão acionados para que a cápsula desacelere
e faça um pouso suave, a 18 quilômetros por hora.
As equipes de recuperação estarão prontas para recolher a
cápsula assim que for seguro, disse Sandra Freund, gerente do programa
OSIRIS-REx na Lockheed Martin Space, empresa que fez parceria com a NASA para
construir a espaçonave, fornecer operações de voo e ajudar a recuperar a cápsula.
A previsão é que o pouso aconteça 13 minutos após a
cápsula entrar na atmosfera terrestre.
Um helicóptero transportará a amostra e a entregará em
uma sala especial de controle temporário montada na área em junho.
Lá, uma equipe preparará o contêiner para o transporte da
amostra em uma aeronave C-17, até Centro Espacial Johnson Space da NASA, em
Houston, em 25 de setembro.
Detalhes do material serão revelados ao público por uma
transmissão da NASA, de Johnson, em 11 de outubro.
Ensaiando no Deserto
As equipes da NASA e da Lockheed Martin Space ensaiaram
todas as etapas possíveis para se preparar para o dia da entrega, contou
Freund.
Recentemente, a equipe utilizou uma aeronave para lançar
uma cápsula de amostra, coletá-la e prepará-la para transporte.
Também trabalhou em cenários desafiadores do centro de
comando, como o que fazer se a espaçonave for reiniciada, como tirá-la do modo
de segurança e como transferir comunicações entre diferentes centros em caso de
interrupções na rede.
A equipe também se preparou para diferentes cenários de
pouso, como um pouso forçado em que a cápsula com a amostra abra
inesperadamente. Nesse caso, a equipe deve avaliar se alguma amostra poderia
ser salva.
Outra possibilidade é que o pouso da cápsula na área
prevista não seja viável em 24 de setembro e a espaçonave não possa soltar a
amostra, disse Burns. Neste cenário, a amostra permaneceria a bordo e a
espaçonave só voltaria à Terra para tentar lançá-la novamente sobre Utah em
2025.
Estudando Uma Rocha Espacial
O Centro Espacial Johnson tem um histórico de
armazenamento, manuseio e análise de materiais extraterrestres, incluindo
amostras lunares das missões Apollo.
A NASA trabalhou durante anos na criação de uma instalação
especial em Johnson para a amostra de Bennu, disse Kevin Righter, vice-líder da
curadoria da OSIRIS-REx.
A sala dedicada à missão evitará qualquer potencial
contaminação cruzada com outras coleções enquanto os cientistas analisam o solo
e as rochas coletadas nos próximos dois anos.
Algumas partes do material devem ser menores que um grão
de areia, disse Christopher Snead, líder de manuseio de pequenas partículas e
curador adjunto da OSIRIS-REx em Johnson.
“Desenvolvemos ferramentas personalizadas para lidar
cuidadosamente com essas partículas preciosas em nossos contêineres”, disse
Snead em comunicado, referindo-se às caixas para manuseio de materiais
perigosos ou extraterrestres.
A amostra revelará informações sobre a formação e
história do nosso sistema solar, bem como o papel dos asteroides no
desenvolvimento de planetas habitáveis como a Terra.
Os cientistas acreditam que asteroides como o Bennu
colidiram com a Terra no início da sua formação, trazendo elementos como a
água.
A amostra será dividida e enviada a laboratórios em todo
o mundo, incluindo parceiros da missão OSIRIS-REx na Agência Espacial Canadense
e na Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial.
Cerca de 70% dela permanecerá intacto e armazenado para
que as gerações futuras, com melhor tecnologia, possam aprender ainda mais do
que o que é possível agora.
“Os asteroides que temos hoje no nosso sistema solar são
remanescentes da fase inicial da história do sistema solar”, disse Lauretta.
“Estamos literalmente olhando para materiais geológicos
que se formaram antes até de a Terra existir. Eu chamo esses corpos de “rochas
avós”, aquelas que realmente representam as nossas origens e de onde viemos.
Elas serão um presente para o mundo.”
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