A 'Evolução do Universo' Parece Estar Desacelerando e os Nossos Cientistas Ainda Não Sabem o Porquê Disso.
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (13/09) foi postado no site Inovação Tecnológica uma noticia
destacando que a chamada ‘Evolução do
Universo’ parece estar desacelerando e os nossos cientistas ainda não sabem
o porquê disso. Entendam melhor essa
história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Evolução do Universo Parece Estar Desacelerando e Não
Sabemos Por Quê
Redação do Site
Inovação Tecnológica
13/09/2023
[Imagem: Minh
Nguyen/Thanh Nguyen/University of Michigan]
Crescimento das Estruturas Cósmicas
Conforme a lista
de insucessos na busca pelas hipotéticas matéria escura e energia escura
cresce, fica cada vez mais claro que deve haver de algo errado com os nossos
modelos do cosmos.
Agora surgiu mais
uma evidência apontando nesse sentido.
À medida que o Universo
evolui, os cientistas esperam que grandes estruturas cósmicas cresçam em um
determinado ritmo: Regiões densas, como os aglomerados de galáxias, deveriam se
tornar cada vez mais densas, enquanto os vazios
do espaço devem se tornar cada vez mais vazios.
Isso porque, pelo
nosso entendimento atual, a evolução do Universo é largamente controlada por
duas forças opostas: A gravidade atua unindo a matéria, enquanto a elusiva
energia escura estaria forçando todo o cosmos a se expandir. De acordo com o
modelo de cosmologia mais amplamente aceito, chamado Lambda-CDM,
isso deveria significar que, com o tempo, a teia
cósmica de galáxias fica cada vez mais densa, enquanto os vazios cósmicos
se ampliam e perdem matéria.
Mas quando
Nhat-Minh Nguyen e colegas da Universidade de Michigan, nos EUA, reuniram um
grande volume de dados disponíveis sobre os dois mecanismos - de diversas
fontes observacionais - eles descobriram que, na verdade, a taxa de crescimento
dessas grandes estruturas é mais lenta do que a prevista pelas teorias,
incluindo a Teoria da Relatividade Geral de Einstein.
"A diferença
nessas taxas de crescimento que potencialmente descobrimos torna-se mais
proeminente à medida que nos aproximamos dos dias atuais," disse Nguyen.
"Essas diferentes sondas [telescópios e observatórios espaciais],
individual e coletivamente, indicam uma supressão do crescimento. Ou estamos
perdendo alguns erros sistemáticos em cada uma dessas sondas, ou estamos
perdendo alguma física nova e tardia em nosso modelo padrão."
[Imagem: ESA/Euclides/NASA-ESA-S.
Beckwith (STScI)-HUDF]
Tensão nas Teorias
Uma evolução da
estrutura em grande escala do Universo mais lenta do que as teorias apontam
pode indicar muitas coisas, incluindo a atuação de novas partículas ou de novas
forças, ainda desconhecidas. Mas, também pode mais simplesmente indicar que a
hipótese da matéria escura não está muito correta, como muitos outros estudos
têm demonstrado.
De modo mais
específico, os novos resultados impactam a chamada tensão
S8 na cosmologia. S8 é um parâmetro que descreve o crescimento das
estruturas, e a tensão surge quando os cientistas usam dois métodos diferentes
para determinar o valor de S8 e os resultados não batem. O primeiro método,
usando fótons da radiação cósmica de fundo (olha para o passado distante),
indica um valor S8 mais alto do que o valor inferido a partir de lentes
gravitacionais de galáxias e de medições dos agrupamentos de galáxias (olha
para períodos cada vez mais recentes).
Acontece que
estes novos resultados, mostrando uma supressão do crescimento das estruturas
cósmicas conforme nos aproximamos do presente, colocaram os dois valores S8 em
perfeita concordância. "Ficamos surpresos com a alta significância
estatística da supressão do crescimento anômalo," disse Dragan Huterer,
membro da equipe. "Honestamente, sinto que o Universo está tentando nos
dizer alguma coisa. Agora é função de nós, cosmólogos, interpretarmos essas
descobertas."
Bibliografia:
Artigo: Evidence for Suppression of Structure Growth in the
Concordance Cosmological Model
Autores: Nhat-Minh Nguyen, Dragan Huterer, Yuewei Wen
Revista: Physical Review Letters
Vol.: 131, 111001
DOI: 10.1103/PhysRevLett.131.111001
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