"Aqui tem espaço...." para chicanas!

Olá, leitor!

Seguindo na busca para encontrar os limites da falta de espírito público e de transparência reinantes na AEB, como já demonstrado em matérias anteriores publicadas pelo Brazilian Space, vamos apresentar o padrão de chicanas que a AEB adota para não cumprir com as suas obrigações legais quanto ao cumprimento dos princípios transparência como regra da Administração Pública.

Sem nos surpreendermos, temos agora um novo capítulo que vai entrar para os anais de maus exemplos no serviço público, mais uma vez protagonizado pela atual gestão da AEB.

Essa história começou quando, durante o levantamento das informações para a elaboração da matéria a "A farra dos cursos na AEB! (Parte I)", aguardem que a parte II vem mais estarrecedora ainda, identificamos via Currículos Lattes de alguns dos "selecionados" para o referido curso em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), que muitos dos comissionados que foram premiados com essa mamata eram oriundos (adivinhem.....) da Alcântara Ciclone Space (ACS).

Querendo saber mais sobre a qualidade, as competências e os atributos desses quadros que fizeram parte da ACS, solicitei da AEB informações complementares sobre essas pessoas, dado que a área de recursos humanos deveria ter esse mapeamento de competências, já que foi a mesma área de Gestão de Pessoas e Gestão Administrativa da AEB que propôs que essas pessoas participassem do Mestrado da Farra, ou seria isso tudo somente uma mera coincidência?

Segue abaixo o histórico desse pedido:

Data/HoraAçãoResponsávelInformações Adicionais
04/01/2021 08:42CadastroRui Carlos Botelho Almeida da SilvaRegistro dos dados da manifestação
04/01/2021 09:42CadastroSICAlteração da observação da manifestação
25/01/2021 10:50ProrrogaçãoSIC                Resposta de manifestação prorrogada de 25/01/2021 para 04/02/2021
04/02/2021 19:02Registro RespostaSICResposta Conclusiva
25/01/2021 10:5025/01/2021 23:5904/02/2021 23:59SICOutros motivosA Coordenação de Gestão de Pessoas, unidade responsável pela análise da demanda, solicitou prorrogação do prazo, mediante Ofício remetido à esse Serviço de Informação, tendo em vista que a CGP "encontra-se com o volume de demanda elevado e com o quadro de servidores reduzidos".

Como pode ser visto em 25/01/2021, a Coordenação de Gestão de Pessoas solicitou a prorrogação de prazo por estar com o "volume de demanda elevado e quadro de servidores reduzido", alterando o prazo para mais 10 dias.

Eis pois que, na noite do dia 04/02/2021, no apagar das luzes do prazo, recebemos a resposta tergiversada, como se segue:



Não vou tecer comentários sobre o despacho acima, pois deve ser difícil assumir por escrito dificuldade de interpretação de um pedido ou fingir não entender que as informações solicitadas dizem respeito ao mínimo que a gestão de pessoas exige que é conhecer o currículo e histórico profissional dos quadros tão diminutos como a AEB, desviando a pergunta original para a competência do Ministro Marcos Pontes que, coitado, só recebe bola nas costas desse pessoal.

Quanto ao pedido desarrazoado, ou o processamento ou consolidação dizem respeito ao mister da própria gestão de pessoas e a planilha sugerida serviu apenas para evitar o envio de informações não pertinentes ao pedido, quais sejam:

Imagem: Planilha encaminhada para a AEB para organização das informações solicitadas.
Fonte: O Autor (2021)

Será que a quantidade de pessoas que vieram da ACS é tão grande que uma busca pelos currículos entregues pelos mesmos nas respectivas posses na AEB não possam ser resumidos nesse formato?

Será que a quantidade de dados é tão grande que exige um processamento exaustivo de informações?

Considerando as alegações do referido gestor improcedentes e, essas sim, desarrazoadas, entramos com o recurso em 1o grau, conforme extrato abaixo:


Ato contínuo, seguindo a sugestão do gestor de RH da AEB, registramos o pedido de informações junto ao MCTI, conforme extrato abaixo:


Aguardamos que, em um ambiente de mais alto nível de gestão como o MCTI, as respostas de acesso à informação que qualquer cidadão tem direito venham com mais presteza e respeito, do que é de costume na AEB.

Mesmo assim, várias perguntas ficam no ar com esse comportamento repetitivo e previsível da AEB...

O que de tão perigoso pode haver no histórico profissional de quem trabalhou na ACS?

Que passado é esse que assombra essas pessoas?

A sociedade quer saber o quão competentes e capazes essas pessoas são e quais cargos exerceram na ACS para serem guindados aos maiores cargos ou outras funções comissionadas na AEB, o principal ente do PEB.

Rui Botelho
(Brazilian Space)

Comentários

  1. Prezado, Professor Rui,

    Boa noite,
    Creio que para chegar a alguns esclarecimentos viáveis o caminho seja esse mesmo. Uma instância não respondeu de forma satisfatória, escalar para a instância superior, com registro das evidências anteriores. É o jeito.

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  2. Professor Rui,

    Admiro seu esforço em obter os esclarecimentos da AEB. Mas, se a instância superior não colaborar, melhor esquecer que a AEB existe, ou pensam que existe. Melhor se concentrar na divulgação de ações e resultados de agências espaciais de respeito, mundo afora.

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  3. Caro Rui,

    Entendo a ineficiência e incompetência da AEB em atender à uma solicitação tão básica de acesso à informação, mas deixando isso de lado.
    O cerne dessa sua investigação é a associação "AEB paga mestrado para gente que não precisa, e ainda muitos deles participaram da ACS"
    Entretanto isso implica que alguém que se envolveu com a ACS é tacitamente suspeito de algo.
    Gostaria de lembrar que apesar de inúmeras conspirações do baixo clero do PEB a ACS ou seus membros/dirigentes nunca foram investigados ou condenados por nada, a Criação da ACS foi política e top down (o que pisou nos calos de muitos) e seu encerramento também o foi.

    Assumir culpa até que se prove o contrário é o código de processo criminal da Russia e não tem respaldo no regramento brasileiro.
    Sugiro uma mudança de rumos para o BS: Vamos investigar a ACS, ver se tinha corrupção mesmo jogar nova luz sobre essas histórias e se houve mesmo crime fazer as denuncias cabíveis ao MP.

    Brasil

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    1. Prezado Anônimo,
      Compreendo o seu ponto de vista. Pode ter certeza que todas as ponderações feitas por você, foram feitas por mim.
      Primeiro, não vai nenhum julgamento de valor se as pessoas que participaram da ACS são culpadas por algo ou não. A questão não é essa.
      A questão é que a ACS é o maior escândalo de mal-versação de recursos públicos, logo, existe um passivo moral inerente que se estende para o passivo político, na medida em que o Presidente e boa parte do gestores de maior nível são pessoas que vem de lá.
      Muita gente que trabalhou no Banco Santos não tem nada a ver com os desvios e problemas encontrados por lá, mas você nomearia para a presidência do banco central e para diretoria do banco central pessoas oriundas de lá? Que mensagem esse ato passaria para a sociedade? Se fosse só o presidente, já seria motivo de questionamento, imagina o quadro de altos gestores?
      Isso tudo se complica ainda mais pelo fato de um governo com um viés político totalmente diferente do anterior assumir, saber que a ACS foi o que foi e não abrir um inquérito para apurar nada. Na verdade, uma das primeiras medidas da atual gestão foi botar uma pá de cal na ACS, com uma velocidade jamais vista em articulações politicas do presente governo.
      Tive colegas servidores concursados da AEB que eram ex-empregados da ACS, todos muito bons tecnicamente falando.
      Agora, respeitando a livre nomeação, mas ponderando as competências técnicas, acadêmicas e profissionais, se você verificar os currículos dos gestores da AEB que vieram da ACS, é possível identificar que os mesmos são muito aquém academicamente e profissionalmente do que já se viu na AEB para esses cargos. Nenhum deles ocupou funções de chefia antes que justifiquem profissionalmente tal nomeação.
      Logo, somado a isso tudo essa bandalheira que está se vendo na AEB, podemos concluir o que? Que são pessoas capazes? Que prezam pela ética e pelo zelo com a coisa pública?

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