[Artigo] Starlink inaugura fase beta com 10 mil usuários - veja os satélites no Brasil

Starlink inaugura fase beta com 10 mil usuários - veja os satélites no Brasil

por Kadu Penuela*

Imagem: Foto de SpaceX no Pexels


Cercado de muita exposição na mídia, o empresário norte-americano Elon Musk tem investido cada vez mais em companhias baseadas em engenharia e tecnologia de ponta, como a empresa Tesla de carros elétricos e, talvez mais impressionante, a SpaceX dedicada ao desenvolvimento de tecnologias aeroespaciais. 

Um dos frutos do trabalho da SpaceX, famosa por foguetes capazes de decolar e pousar novamente, é a rede de internet via satélites Starlink, que agora já conta com 10 mil usuários em uma fase de testes nos Estados Unidos. A promessa é uma expansão rápida e significativa para milhões de usuários em menos de 3 anos. 

Embora ainda não seja possível usar o serviço no Brasil, amantes da engenharia espacial em nosso país podem fazer observações dos pontos luminosos da rede de satélites em nosso céu. Ficou interessado? Acompanhe este artigo.

Internet via satélite

As telecomunicações via satélite já revolucionaram o mundo, desde sinais de televisão até a telefonia celular, os satélites fazem parte crucial da malha de informações do mundo. Enquanto por um lado o volume de satélites cria ameaças reais como lixo espacial e danos à missões espaciais, por outro a comunicação em tempo real transformou a realidade do século 21.


Imagem: mohamed Hassan from Pixabay


A internet via satélite já está disponível de forma teórica desde os primeiros satélites de banda K em 1995, mas só se tornou viável em 2011. A promessa da rede Starlink é vencer os desafios de velocidade e latência - o tempo de resposta entre o servidor e o computador, fator que pode ser minimizado aprendendo como usar uma VPN ou com melhor infraestrutura doméstica em redes tradicionais, mas que em redes via satélite, tende a ser muito alta para jogos ou programas que exigem comunicação rápida como compra e venda de ações. 

O beta da Starlink oferece, atualmente, uma velocidade de 100 Megabits por segundo, mais do que suficiente para a maioria das atividades domésticas, porém, a empresa promete aumentar a velocidade para 1 Gigabit por segundo no lançamento oficial e, eventualmente, atingir assustadores 10 Gigabits por segundo. Uma das vantagens da rede seria a possibilidade de acessar a internet em qualquer lugar do planeta, bastando possuir uma antena compatível, diminuindo o risco de ataques internacionais ou limitações governamentais na rede. 

Outro fator limitante desta tecnologia atualmente é o preço: custando mais dois mil reais apenas pela antena que recebe o sinal, fora a assinatura mensal, analistas calculam que o preço da rede Starlink ainda é caro demais para o número de consumidores que seriam necessários para sustentar a rede de satélites. De acordo com cálculos de mercado, a SpaceX precisa fidelizar 3 milhões de usuários para sustentar seu modelo de negócios. Por outro lado, a empresa não depende apenas da internet para funcionar, tendo diversas estratégias como investimentos no turismo espacial e transporte facilitado de carga. Não é à toa que Elon Musk se tornou o homem mais rico do mundo em 2020. 

Como visualizar os satélites no céu brasileiro

Agora para quem quer admirar os satélites no céu, a boa notícia é que conseguimos visualizá-los no céu brasileiro, desde que as condições de iluminação e material particulado do ar estejam adequadas. O aplicativo Find Starlink pode ser usado no Android, iOS ou navegador e mostra, para sua localização, as datas e horários, além das coordenadas e graus, para observar os traços luminosos dos satélites. 

O aplicativo separa as observações em boa e má visibilidade, ou seja, se é possível enxergar com o auxílio do zoom de uma câmera como o celular ou até a olho nu, ou se é necessário algum instrumento óptico como luneta com filtro de luz ou telescópio amador. Diversos outros aplicativos de observação do céu noturno também possuem acesso aos satélites da Starlink, e muitos usam a realidade aumentada para guiar o usuário enquanto aponta o celular para o céu até alinhar a visualização com o trajeto dos satélites. 

Ainda não há previsão de chegada do serviço em países como o Brasil e, atualmente, a empresa está lutando com órgãos de regulamentação norte-americanos devido à pressão de pequenos provedores de internet rural, principalmente pontos de internet à rádio ou distribuída, que afirmam que a SpaceX não oferece um serviço real e estaria apenas abusando da infraestrutura para realizar experimentos científicos. A resposta oficial da empresa é que seus dados não são teóricos, e que a tecnologia já está pronta para uso hoje mesmo. Aguardamos mais notícias quanto à expansão do serviço. E para mais notícias sobre a engenharia aeroespacial, veja como foguetes movidos a energia nuclear podem levar astronautas a Marte mais rápido.

Sobre o TechWarn e o Brazilian Space

O Techwarn.com foi fundado em março de 2014 por uma equipe de blogueiros apaixonados pelas últimas notícias de tecnologia de todo o mundo. O Techwarn cresceu e se tornou um defensor da segurança digital, alertando os usuários de tecnologia sobre os perigos do mundo digital e capacitando os usuários a assumir o controle de suas vidas digitais.

O Brazilian Space foi fundado em abril de 2009 por Duda Falcão, nosso Editor-emérito, um grande entusiasta das ciências e tecnologias espaciais, no mundo e no Brasil, que, como bom brasileiro, sempre sonhou com um Programa Espacial Brasileiro (PEB) pujante e a altura da importância e representatividade do Brasil no mundo. Esse trabalho fez do BS o mais importante e reconhecido veículo de comunicação independente do Brasil, especializado em ciências, políticas e tecnologias espaciais. Em 2020, Rui Botelho assumiu como Editor-chefe do BS, dando continuidade ao trabalho, sempre de olho no que está acontecendo na área espacial no Brasil, no mundo e no espaço.

O TechWarn e o Brazilian Space fecharam uma parceria de colaboração para a elaboração de conteúdos exclusivos sobre os temas do setor espacial que serão publicados pelos dois veículos, começando com essa primeira publicação do Kadu Penuelas do TechWarn.

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