Foguete Movido a Energia Nuclear Pode Levar Astronautas a Marte Mais Rápido
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (04/02) no site da
“CNN Brasil” destacando que Foguete Movido a Energia Nuclear pode levar astronautas a
Marte mais rápido.
Duda Falcão
TECNOLOGIA
Foguete Movido a Energia Nuclear Pode Levar Astronautas a
Marte Mais Rápido
Por Nell Lewis, da CNN
04 de fevereiro de 2021 às 01:26
Atualizado 04 de fevereiro de 2021 às 02:04
Foto: NASA
A ideia de motores de foguetes nucleares remonta aos anos
1940, mas a tecnologia só foi revisitada recentemente como uma solução para a
exploração do espaço profundo.
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Até 2035, a NASA quer levar humanos em Marte. Mas chegar
ao planeta vermelho, em média a cerca de 140 milhões de quilômetros de
distância, será um feito gigantesco.
Mais frio que a Antártica e com pouco ou nenhum oxigênio,
Marte é um ambiente hostil. Quanto mais tempo os astronautas levam para chegar
lá e quanto mais tempo eles ficam, mais eles correm riscos.
É por isso que os cientistas estão procurando maneiras de
reduzir o tempo de viagem. A empresa Ultra Safe Nuclear Technologies
(USNC-Tech), sediada em Seattle, propôs uma solução: um motor de propulsão
térmica nuclear (NTP) que poderia levar humanos da Terra a Marte em apenas três
meses.
Atualmente, a viagem mais curta possível para uma
espaçonave não tripulada é de sete meses, mas uma missão tripulada deve levar
pelo menos nove meses.
Michael Eades, diretor de engenharia da USNC-Tech, diz
que os foguetes movidos a energia nuclear seriam mais potentes e duas vezes
mais eficientes que os motores químicos usados hoje, o que significa que eles
poderiam viajar mais longe e mais rápido, enquanto queimam menos combustível.
"A tecnologia nuclear expandirá o alcance da
humanidade além da órbita baixa da Terra e no espaço profundo", disse ele
à CNN. Além de permitir a viagem espacial humana, pode abrir espaço para
oportunidades de negócios galácticos, diz ele.
Viagem Espacial Mais Rápida
A maioria dos foguetes hoje é movida por motores
químicos. Isso poderia levar humanos a Marte, mas levaria muito tempo - pelo
menos três anos para uma viagem de ida e volta - diz Jeff Sheehy,
engenheiro-chefe do Diretório de Missão de Tecnologia Espacial da NASA.
A agência espacial americana quer chegar lá mais rápido,
para minimizar o tempo da tripulação no espaço sideral, diz ele. Isso reduziria
sua exposição à radiação espacial, que pode causar problemas de saúde,
incluindo enjoo por radiação, aumento do risco de câncer ao longo da vida,
efeitos no sistema nervoso central e doenças degenerativas. Também diminuiria o
risco geral da missão. “Quanto mais tempo você fica lá fora, mais tempo há para
que as coisas dêem errado”, acrescenta.
É por isso que a agência espacial está procurando
desenvolver foguetes movidos a energia nuclear. Um sistema termonuclear (NTP)
usa um reator nuclear para gerar calor a partir de um combustível de urânio.
Essa energia térmica aquece um propelente líquido, geralmente hidrogênio líquido,
que se expande em gás e é disparado pela extremidade posterior, produzindo
impulso.
Foguetes NTP produzem duas vezes mais impulso por unidade
de propelente do que um sistema químico - o que é como dizer que "duplica
as milhas por galão", diz Sheehy. Isso significa que a tecnologia pode
levar os astronautas a Marte e voltar em menos de dois anos.
No entanto, um dos principais desafios para construir um
motor NTP é encontrar um combustível de urânio que possa resistir às altas
temperaturas dentro de um motor térmico nuclear.
A USNC-Tech afirma ter resolvido esse problema
desenvolvendo um combustível que pode operar em temperaturas de até 2.700 graus
Kelvin (cerca de 2.400 graus Celsius). O combustível contém carboneto de
silício, material usado na blindagem de tanques, que forma uma barreira
hermética que impede o escape de produtos radioativos do reator nuclear,
protegendo os astronautas.
Junto com outras empresas que desenvolvem tecnologia
semelhante, a USNC-Tech apresentou seu desenvolvimento à NASA.
Embora Sheehy não quisesse comentar sobre as
especificações de nenhum projeto individual, ele disse que os desenvolvimentos
mostram que os motores nucleares são viáveis e poderiam ser "uma boa
escolha para a exploração humana em Marte".
Foto: USNC-Tech NTP
Uma renderização dos sistemas USNC-Tech NTP em linha em
um hangar de foguetes. O sistema tem cerca de 13 pés (quatro metros) de
comprimento.
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A Opção Nuclear é Segura?
Missões mais curtas limitariam a exposição da tripulação
à radiação espacial, mas ainda há preocupação com a radiação emitida pelo
reator nuclear dentro da espaçonave.
Isso seria mitigado pelo design do foguete, explica
Eades. Os propelentes líquidos - armazenados entre o motor e a área da
tripulação - bloqueiam as partículas radioativas, agindo como "um escudo
de radiação tremendamente bom", diz ele.
A distância entre a tripulação e o reator também fornece
uma proteção, diz Sheehy, e qualquer projeto de NTP colocaria os alojamentos na
outra extremidade do foguete para o reator.
Para proteger as pessoas no solo, a espaçonave NTP não
decolaria diretamente da Terra, acrescenta Sheehy. Em vez disso, um foguete
químico normal o colocaria em órbita e só então dispararia seu reator nuclear.
Uma vez em órbita, pode causar poucos danos, diz ele, já que as explosões e a
radiação térmica não podem se mover através do vácuo.
Se o desastre ocorresse e o reator do foguete se
partisse, os pedaços não pousariam na Terra - ou em qualquer outro planeta -
por dezenas de milhares de anos, diz ele. A essa altura, a substância
radioativa teria "decaído naturalmente ao ponto de não ser mais
perigosa".
Exploração Espacial
Embora a meta atual da USNC-Tech para uma viagem só de
ida seja de cinco a nove meses, a tecnologia movida a energia nuclear tem o
potencial de reduzir as viagens da Terra a Marte para apenas 90 dias, diz
Eades.
Esses tempos de jornada mais rápidos podem abrir uma
grande variedade de oportunidades. A USNC-Tech espera desenvolver sua
tecnologia para agências governamentais como a NASA e o Departamento de Defesa,
e para o mercado espacial comercial. A empresa afirma que seu conceito pode
ajudar a impulsionar o turismo espacial e "serviços de logística orbital
rápida", como o transporte de satélites ou o fornecimento de espaçonaves
capazes de consertar satélites no espaço.
Sheehy concorda que foguetes movidos a energia nuclear
serão a chave para a abertura do sistema solar, mas adverte que pode levar pelo
menos duas décadas para que sejam amplamente usados. Numerosas demonstrações e
testes precisariam ser realizados antes que uma tripulação fosse enviada a
Marte em um foguete NTP, diz ele.
"Ninguém jamais pilotou propulsão nuclear", diz
ele. "Acho que vai ter que voar algumas vezes ... antes que alguém venda
passagens."
Fonte: Site da CNN Brasil - https://www.cnnbrasil.com.br
Comentário: Pois então leitores do BS, recentemente a
física Fatima Ebrahimi de origem iraniana/americana, do Laboratório Princeton
de Física do Plasma, nos EUA, apresentou um outro conceito de propulsão (reveja aqui), este de propulsão iônica magnética muito interessante também. Entretanto
caros leitores continuo achando que pelo menos para viagens tripuladas pelo
sistema solar e além, a propulsão nuclear continua sendo ainda a melhor escolha
apesar dos riscos.
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