INPE Suspende Atividades de 107 Pesquisadores Por Falta de Verba
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (03/02) no
site “G1” do globo.com, destacando que o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) suspendeu as atividades de 107 Pesquisadores
por falta de verba.
Duda Falcão
VALE DO PARAÍBA E REGIÃO
INPE Suspende Atividades de 107 Pesquisadores Por Falta
de Verba
Profissionais atuam como bolsistas de capacitação, que
reúne especialistas para atuarem em funções dentro da instituição.
Pesquisadores atuam em áreas que vão do lançamento de satélite ao monitoramento
de desastres.
Por Poliana Casemiro, G1 Vale do Paraíba e Região
03/02/2021 16h45 Atualizado há 15 horas
Foto: Wilson Araújo/TV
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) suspendeu o trabalho de
107 pesquisadores por falta de verba para o programa de bolsas da instituição.
O valor atinge a modalidade em que profissionais atuam em funções que vão do
lançamento de satélites, passando pela previsão do tempo e até monitoramento de
desastres naturais.
Segundo o INPE, seriam necessários R$ 4 milhões para as
bolsas. A instituição disse que articula com o Ministério da Ciência e
Tecnologia (MCTI) para manter os profissionais.
A suspensão foi publicada em nota no site do INPE em que
relata o problema com a verba para as bolsas PCI. Entre os afetados estão
pesquisadores do time do Amazônia 1, primeiro satélite totalmente brasileiro
que deve ser lançado na Índia no fim do mês. O diretor do INPE disse que
articula com o MCTIC para que o valor seja enviado e os projetos mantidos (leia
mais abaixo).
A modalidade faz parte do programa de capacitação do
instituto, em que especialistas são contratados para atuar em funções dentro de
projetos. Os valores variam de acordo com projeto e grau de especialidade e
para concorrer é preciso dedicação exclusiva, ou seja, não manter qualquer
outro vínculo de emprego.
As bolsas têm duração de cinco anos, sendo renovadas ano
a ano em fevereiro de forma automática. Este ano, os profissionais contam que
foram surpreendidos com a nota da direção pedindo que suspendessem as
atividades no dia 1° de fevereiro porque não havia previsão de renovação e
pagamento.
Na nota divulgada, a direção diz que articula com o MCTIC
para que o valor seja mantido e que “sugere fortemente que os bolsistas não
tenham seus trabalhos desmobilizados, de forma a não prejudicar o andamento dos
projetos em curso”.
Impacto
O G1 conversou com integrantes da equipe de
lançamento de satélites, que se preparavam para o lançamento do Amazônia 1,
primeiro satélite totalmente brasileiro, que
deve ser lançado no dia 28 de fevereiro.
A equipe de controle de vôo é composta por sete bolsistas
PCI, que trabalhavam exclusivamente com o lançamento e que, pela falta de
servidores, não conseguiriam ser substituídos para o lançamento. Um deles
inclusive está na Índia, onde o satélite vai ser lançado, e agora com futuro
incerto.
“Essa é uma bolsa de trabalho e por isso a situação é
mais grave. Nós perdemos o vínculo com a instituição. O risco é que se a gente
não puder voltar, não tem como lançar. São muitos softwares que só nós sabemos
operar”, comentou um pesquisador que não quis ser identificado.
Uma especialista conta que está em seu último ano como
bolsista. Ela explica que a bolsa é para pesquisa e trabalho na instituição e
que sem o vínculo, não teria quem ocupasse sua função. “Sou bolsista PCI há
quatro anos. Estou no último ano do projeto, em que sou a única responsável”.
O Sindct, que representa servidores da área de ciência e
tecnologia, explica que a medida pode atingir as operações do INPE. De acordo
com o presidente, Fernando Morais, o instituto funciona com defasagem de servidores,
que vem sendo suprida com os bolsistas.
“Não temos concursos para o INPE há anos e trabalhamos
com pouco menos de 500 servidores, com o apoio desses 200 bolsistas. Essa perda
representa uma queda grande na capacidade operacional, que atinge várias áreas.
Estamos acionando o ministério, a ALESP e tentando reverter essa situação”,
comenta.
Orçamento Deficitário
Ao G1, o diretor do INPE, Clézio
Nardin, explicou que o orçamento previsto para 2021 estaria deficitário e
que a previsão é de que até fevereiro o saldo negativo seja de R$ 3,2 milhões,
o que impediu novos pagamentos.
“Eu fechei janeiro deficitário R$ 200 mil e a previsão é
de menos R$ 3 milhões em fevereiro. Não tenho dinheiro nem para honrar os
pagamentos atuais então não tenho como emitir nada”, disse.
Clézio disse ainda que articula com o MCTIC para que o
valor seja enviado e os projetos mantidos. Segundo o diretor, a liberação seria
por uma questão ainda em aberto com a Lei Orçamentária da União.
Apesar do pedido, em visita ao Inpe em novembro o
ministro, Marcos
Pontes, havia alertado sobre a possibilidade de um corte de orçamento de 15%
para a instituição. Reflexo de um desfalque no orçamento da pasta.
Sobre a defasagem na mão de obra, o diretor informou que
há outras modalidades de bolsistas que podem atuar enquanto a questão com os
PCI seguem em aberto.
O MCTI foi procurado pelo G1, que aguardava
retorno até a publicação da reportagem.
Fonte: Site G1 do Globo.com - http://g1.globo.com
Normal, esse governo esta se lixando para a ciência.
ResponderExcluirO fato fala por si. Metade do orçamento está comprometida com a farra do cassino financeiro. No mais falta dinheiro para tudo. Se entregássemos 40% do orçamento, o que jé seria um crime contra a sociedade, poderíamos mudar a cara do país com 10% em investimentos.Lembrando que entre nós quem mais paga impostos são os pobres e a classe média estamos fazendo concentração de renda. Ao contrário de herói do cinema, tiramos dos mais pobres para entregar a quem está no topo da pirâmide social. Situação que só se agrava à cada nova pseudo-reforma salvadora que nos é imposta.
ExcluirPosso dizer que 95% da atividades de pesquisa do INPE são realizadas por bolsista, os servidores concentram muita atividade burocrática.
ResponderExcluir4 milhões é dinheiro de cafezinho. Mas o governo só tem verba para lagosta e caviar.
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