AEB e INPE Divulgam Esclarecimentos Sobre Satélites CBERS
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (09/11) no site
oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o
instituto e a Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgaram esclarecimentos sobre Satélites CBERS.
Duda Falcão
NOTÍCIA
AEB e INPE Divulgam Esclarecimentos
Sobre Satélites CBERS
Por INPE
Publicado: Nov 09, 2018
São José dos Campos-SP, 09 de novembro de 2018
Em razão da nota publicada no Jornal da Força Aérea
Brasileira (NoTaer), Ano XLI, No. 10, Outubro de 2018, que contém o artigo
intitulado “Carponis-1 desperta interesse de órgãos públicos federais —
Primeiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto está previsto para entrar
em órbita em 2022”, que se refere comparativamente às características técnicas
do satélite CBERS-4, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) vêm a público esclarecer alguns aspectos dessa e
de outras missões de sensoriamento remoto conduzidas pelo Programa Espacial
Brasileiro.
O Programa CBERS nasceu de uma parceria inédita entre
Brasil e China no setor técnico- científico espacial firmada em 1988 e que
completou 30 anos em julho deste ano. Com ela, o Brasil ingressou no seleto
grupo de Países detentores da tecnologia de geração de dados primários de
sensoriamento remoto, tão importante em um país com as dimensões do nosso. Os
satélites com as características dos da família CBERS inseriram Brasil e China
na categoria dos países detentores dos satélites mais utilizados em todo o
mundo, como Estados Unidos (Programa Landsat — atualmente Landsat-8 — da
NASA/USGS, Índia (Resourcesat) e União Europeia (satélites SENTINEL 2A e 2B do
programa Europeu Copernicus). Suas especificações refletem o compromisso
técnico entre resolução espacial, espectral e ciclo de revisita que atende à
maioria das aplicações de satélites em todo o mundo.
Graças ao programa CBERS mais de 4.000.000 (quatro
milhões) de imagens foram baixadas gratuitamente pelos usuários, pela Internet,
junto ao Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do INPE em Cachoeira Paulista,
o que faz do Brasil um dos maiores distribuidores de imagens de satélite dessa
categoria em todo o mundo. Essas imagens são usadas em importantes campos, como
o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, O monitoramento de
recursos hídricos e de áreas agrícolas, o acompanhamento do crescimento urbano
e da ocupação do solo, em educação e em inúmeras outras aplicações. Em
particular são fundamentais para grandes projetos nacionais estratégicos, como
o PRODES, de avaliação do desflorestamento na Amazônia, o DETER, de avaliação
do desflorestamento em tempo real, e o monitoramento das áreas canavieiras (CANASAT),
entre outros.
No caso específico do satélite mais recente da família (o
CBERS-4 citado no artigo em referência), a partir de dados de distribuição de
imagens de julho de 2018, verifica-se que órgãos de governo solicitaram cerca
de 14.000 imagens (2,5% do total demandado), enquanto unidades de ensino cerca
de 31.000 imagens (5,6%). O dado mais interessante é que empresas dos setores
agrícola, florestal e de mineração, solicitaram mais de 490.000 imagens (mais
de 90% do total de aproximadamente 541.000 imagens baixadas). Essa forte
demanda do setor privado é uma inequívoca demonstração de como imagens de
satélite CBERS agregam valor a seus negócios, como fonte de informações
estratégicas.
Vale a pena recapitular um pouco da história até que
esses números fossem alcançados: o Programa CBERS contemplou num primeiro
momento apenas dois satélites de sensoriamento remoto, os CBERS-1 e 2. O
sucesso do lançamento pelo foguete chinês Longa Marcha 4B e o perfeito
funcionamento do CBERS-1 (lançado em outubro de 1999) e CBERS-2 (outubro de
2003) produziram efeitos imediatos. Brasil e China decidiram expandir o acordo
e incluir outros três satélites da mesma categoria, os satélites CBERS-2B
(setembro de 2007) e os CBERS-3 (dezembro de 2013, que não alcançou a órbita designada)
e CBERS-4 (dezembro de 2014).
O CBERS-4, atualmente em operação em órbita e citado no
artigo em referência, é um satélite de classe mundial, levando a bordo duas
câmeras brasileiras (MUX e WFI) e duas chinesas (PAN e IRS). A câmera MUX
possui resolução de 20 metros, revisita de 26 dias, quatro bandas no visível e
infravermelho próximo, produzindo imagens coloridas RGB de alta qualidade,
comparáveis às produzidas pelos melhores satélites de sua classe em todo o
mundo. A câmera WFI, de campo largo de 900km, possui resolução de 63m, imagens
também coloridas RGB e uma revisita de 5 dias, o que faz dela a mais utilizada
em aplicações como o monitoramento em tempo real de desmatamento. A câmera
chinesa PAN possui resolução em RGB de 10m e de 5m quando usada no modo
pancromático. Já a IRS possui bandas no infravermelho médio e termal, com suas
aplicações específicas.
Com o sucesso do CBERS-4, pela demanda das aplicações e
pela qualidade das imagens geradas, Brasil e China, representados pelas
respectivas agências espaciais, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a China
National Space Administration (CNSA), assinaram um novo protocolo complementar
para o desenvolvimento e fabricação de mais um satélite do Programa CBERS: o
CBERS-4A. Esse satélite está sendo integralmente montado no Laboratório de
Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
onde são realizadas todas as operações de integração mecânica e elétrica, os
testes funcionais, as verificações e os ensaios ambientais.
O CBERS-4A levará a bordo duas câmeras brasileiras
similares às do CBERS-4 (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM). A câmera MUX (com a
nova altitude do satélite) irá gerar imagens de 16m de resolução, e revisita de
31 dias. A câmera WFI terá resolução de 55m e uma revisita de 5 dias. A câmera
chinesa WPM terá resolução de 2m em modo pancromático e de 8m em RGB. Este
satélite seguirá para a China em maio de 2019, com lançamento previsto para
outubro de 2019. Com o início de suas operações previsto para os primeiros
meses de 2020, o CBERS-4A atenderá tanto a demanda por imagens de média
resolução — a da clientela tradicional do Programa, quanto a parcela relevante
da demanda nacional por alta resolução.
A despeito de sua enorme relevância, o Programa CBERS
sozinho não esgota todas as iniciativas nacionais. Enquanto os satélites dessa
série são desenvolvidos em parceria com outra nação (China), cabendo ao Brasil
a responsabilidade por 50% do artefato a partir do CBERS-3, o Programa Espacial
Brasileiro, coordenado pela Agência Espacial Brasileira, não descuidou da busca
por desenvolvimentos plenamente nacionais. Como resultado, diferentemente do
Projeto Carponis-1 da Força Aérea Brasileira que será adquirido no exterior,
está em integração no momento, também no LIT, o satélite Amazonia-1, de
sensoriamento remoto, um desenvolvimento nacional para imageamento de média
resolução voltado para a área ambiental, com lançamento previsto para maio de
2020. As soluções de engenharia desse satélite deverão servir de base para uma
série de outros desenvolvimentos na área de aplicações de sensoriamento remoto
(inclusive em alta resolução), e na área científica.
Também é fundamental observar que em todos os casos
citados, os satélites da série CBERS e o Amazonia-1, houve forte envolvimento
da indústria nacional, em parceria com a Agência Espacial Brasileira e o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Estes programas têm sido um
importante indutor da inovação no parque industrial brasileiro, que se
qualifica e moderniza para atender aos desafios do Programa Espacial
Brasileiro. Neste contexto, O desenvolvimento dos satélites CBERS-3 e CBERS-4
propiciou cerca de R$ 400 milhões em investimentos na indústria nacional. A
política industrial adotada pelo INPE e AEB tem permitido a qualificação de
fornecedores e a contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas
junto a empresas nacionais.
Finalmente, um aspecto relevante a ser pontuado na
cronologia aqui apresentada, é que, para todos os efeitos práticos, a primeira
missão de sensoriamento remoto que contou com desenvolvimento e controle
nacional, foi lançada há 19 anos. Tão importante quanto, seu sucesso deveu-se
também à longa experiência do INPE nessa disciplina do conhecimento, iniciada
com a recepção dos dados Landsat em 1973, portanto há 45 anos.
Com esses projetos a AEB, órgão central do Sistema
Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), juntamente com o
INPE, um de seus órgão executores, buscam atender tanto ao objetivo de oferecer
soluções para as demandas nacionais públicas e privadas por imagens, quanto
desenvolver a engenharia e a indústria nacionais, única forma de alcançar
soberania no setor e incentivar o seu crescimento econômico.
Quase meio século de experiência na área; centenas de
profissionais formados e atuando neste mercado; milhões de imagens
distribuídas; uma indústria que, embora relativamente pequena, subsiste e teima
em crescer; trinta anos de cooperação na área espacial com uma das nações mais
desenvolvidas na área espacial. Tudo isso alcançado, a despeito das
dificuldades e dos desafios para o desenvolvimento de ciência e tecnologia em
nosso País — esta sim é uma história da qual devemos nos orgulhar, e nela, as
futuras iniciativas do governo brasileiro na área espacial, especialmente nas
aplicações de sensoriamento remoto, devem buscar exemplos e inspiração.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Comentário: Pois é leitor veja ai a visão do INPE e da nossa Agencia Espacial de Brinquedo (AEB). Agradecemos a nossa leitora Mariana Amorim Fraga pelo envio desta notícia.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Comentário: Pois é leitor veja ai a visão do INPE e da nossa Agencia Espacial de Brinquedo (AEB). Agradecemos a nossa leitora Mariana Amorim Fraga pelo envio desta notícia.
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