O Sonda IV e Sua Plataforma de Integração e Lançamento

Olá leitor!

Recentemente fui procurado por um leitor que estava em dúvida sobre como era lançado do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) o SONDA IV, e como muitas pessoas desconhecem este fato, trago para vocês agora fotos da construção da Plataforma de Integração e Lançamento deste fantástico foguete de sondagem brasileiro. Desenvolvido que foi pela equipe de engenheiros do IAE - Instituto de Aeronáutica e Espaço (fruto de uma época onde resultados eram apresentados e não fantasias como as de hoje em dia, né verdade Sr. Braga Coelho?) e que dizem os entendidos, era o mais moderno do mundo de sua categoria em sua época e que até hoje seria um foguete extraordinário se tivesse sofrido continuidade.

Vale lembrar que essa plataforma foi exclusivamente construída para ser utilizada pelo SONDA IV, isto já visando o sistema plataforma/foguete que seria construído para o VLS-1, ou seja a primeira TMI, e que talvez (não tenho certeza disso) seja a única no gênero no mundo para foguetes de sondagem desta categoria ou superior.

Entretanto vale dizer que esta Plataforma continua nas instalações do CLBI sem qualquer previsão ou possibilidade de voltar a ser utilizada, e creio eu enferrujando (devido a alta salinidade da região), quando em nossa opinião deveria já está sendo preservada no Museu Aeroespacial Brasileiro (MAB), já que é um marco de uma época em que o PEB nos dava orgulho.

Informações Sobre o Sonda IV:

Altura: 11 m 
Diâmetro: 1,008 m (S40) e 0,555m (S30)
Massa: 7.270 kg
Estágios: 2 
Estado atual: Fora de serviço 
Locais de lançamento: Brasil 
Lançamentos totais: 4 
Voo inaugural: 21 de Novembro de 1984 
Primeiro estágio: Motor S40 
Propulsão: 203 kN 
Combustível: sólido
Segundo estágio: Motor S30
Propulsão: 120 kN 
Combustível: sólido

Duda Falcão

Fotos da construção da plataforma de integração e lançamento.
A plataforma já montada com o Foguete Sonda IV
sendo integrado dentro dela.
O foguete SONDA IV já montado em sua plataforma de lançamento,
tendo a esquerda a plataforma de integração arrastada após a
integração do foguete, mesmo sistema utilizado hoje na TMI/VLS-1.
O belo e saudoso foguete SONDA IV posicionado
em sua Plataforma de lançamento.


Fonte: Site do Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas da Barreira do Inferno (CCEIT)

Comentários

  1. Obrigado pela puxada de Dados, você foi no Baú da Aeronáutica , essas fotos não ficam em Livros ou em Mídias navegando livre por aí .

    Duda , essa turma que estão construindo a Plataforma de lançamento, eles são da FAB ou são operários comuns ?

    Eu já estive 2 vezes em Natal , passei pela porta do CLFBI , quando fui visitar o maior cajueiro do mundo (?) -- o Sol de Natal é super forte, pequei queimaduras no rosto e no ombro , eu fico imaginando se eles passaram protetor Solar na pele , ao construir essa Plataforma de lançamento, eles estão sem camisa e boné para proteção dos raios Ultra-Violetas, etc.

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    1. Olá Anônimo!

      Creio que sejam operários da empresa contratada na época para construir a plataforma, mas não tenho certeza disso e quanto ao Sol tomado por eles na construção, bom eu creio que seja gente da região acostumada com o clima local.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  2. Duda , você tem o Link da " Fonte: Site do Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas da Barreira do Inferno (CLBI) " ?

    pretendo Criar uma Nova Pagina no meu BLOG , essa será uma boa Matéria, é muita importante esse assunto, eu tenho muitas perguntas , sou muito curioso , ficando dezenas de perguntas se passando na minha Imaginação , e essa Matéria é um Prato Cheio de Curiosidade e assuntos a perguntar.

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    1. Sem problema anônimo!

      O Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas da Barreira do Inferno (CCEIT), que como o nome já diz é um centro de cultura espacial e de informações turísticas relacionados com o tema, fica localizado em frente da entrada principal do CLBI no município de Parnamirim-RN (próximo de Natal), e o link do site é: http://cceit.clbi.cta.br/cceit/, tá ok?

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  3. eu sou o Stone Vox , do Blog Cyclone4 , eu nasci em São Paulo , capital e meus pais mi levaram para morar em Salvador , onde morei na Federação por 25 anos, Campo Santo e tbm no parque São Brás , TV Itapoã , minha praia era a Ondina , principalmente. você é de Salvador tbm pelo que eu já vi em postagens ....

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    1. Olá Stone Vox!

      Exatamente, sou baiano de Salvador.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  4. esse Foguete , o " SONDA IV " , na década de 70 , ele poderia ficar mais Potente , montassem o 3° Estágio com o Motor-foguete --------> motor S20 ( 36 kN - Sólido ) do SONDA II

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    1. Olá Anônimo!

      Primeiramente o SONDA IV foi desenvolvido nos anos 80, tendo sido seu primeiro vôo em 21 de Novembro de 1984. E respondendo a sua pergunta, o SONDA IV foi concebido dessa forma para atender as necessidades tecnológicas do VLS-1, portanto não tinha este objetivo, e caso sim, exigiria uma nova série de estudos de engenharia para se poder fazer qualquer modificação na sua configuração de vôo.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  5. pela Pesquisa recente no Site que você mi passou , conta " Descrição
    O projeto preliminar do foguete biestágio SONDA IV teve início em 1974. Esse veículo possuía propulsores carregados com propelente sólido, especificados para permitir o domínio das tecnologias imprescindíveis para o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS). O Sonda IV foi utilizado para o transporte de cargas úteis científicas e tecnológicas de 300 a 500 kg para experimentos na faixa de 700 a 1.000 km de altitude. "

    então pelo informativo , o SONDA IV, foi na Década de 70 , o nosso 1° Foguete ORBITAL , e não o VLS como muitos jornalista informam em TV , o SONDA IV , poderia ser mais Potente do que ele foi , se implantasse o 3° Estágio do SONDA II , você concorda ou descorda dessa idéia ?

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    1. Caro Stone Vox!

      Você precisa aprender a ler as coisas com atenção. O PROJETO PRELIMINAR do foguete é década de 70 realmente, mas o PROJETO FINAL foi concebido nos anos 80, bem como também iniciado o desenvolvimento do foguete em si.

      Outra coisa, o SONDA IV é um foguete SUBORBITAL e para transforma-lo num foguete ORBITAL seria necessário uma série de estudos de engenharias. A ideia do SONDA IV era testar tecnologias que seriam utilizadas no VLS-1, o que ele fez como precisão. É claro que ele poderia ser utilizado para pesquisas em Ambiente de Microgravidade, mas não foi, ele fez somente quatro voos para qualificar as tecnologias do VLS-1 e ponto. Tá ok?

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  6. o Sonda IV tem o 2° Estágio do 1° Estágio do Sonda III e que o Sonda III tem seu 2° Estágio o Sonda II , então se o Sonda III funcionou com Sucesso e o Sonda IV também funcionou com Sucesso , por quê não poderia associar o Sonda III no Sonda IV , tornando o Sonda IV em um Super Foguete Potente , com alcance Superior a 1.000 Km , creio que não tem ERRO na idéia ! , seria uma Possibilidade acessível a tecnologia da Década de 80 no CLFBI ., lembre- se que assim como você , eu e muito está na Torcida do PEB

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    1. Caro Stone Vox!

      Se queres atuar da divulgação do Programa Espacial Brasileiro terás primeiro de conhecer coisas básicas e se informar melhor de como as coisas funcionam. Não se cria um foguete simplesmente empilhando motores e pronto. Para tanto é necessário se desenvolver uma série de estudos de engenharia e algumas tecnologias para que esses motores possam atuar conjuntamente com eficiência, e isto leva tempo, entende?

      Outra coisa, esta parecendo que você atribui a altitude a questão ORBITAL, o que não é bem assim. Foguetes SUBORBITAIS podem até chegar bem alto, como era o caso deste SONDA IV e o caso atual do VS40, mas não tem capacidade de satelitização devido não dispor da velocidade necessária para escapar da força gravitacional da Terra, sendo puxados para baixo. Por isso esses foguetes são utilizados para testar tecnologias e transportarem experimentos para serem testados em ambiente de microgravidade. Alguns deles chegam até permanecerem de 12 a 13 minutos em ambiente de microgravidade, como o é o caso do CASTOR-4B norte-americano utilizado no programa europeu MAXUS. Foguetes de sondagem atingem no máximo algo em torno de 12 a 14 mil km, enquanto foguetes ORBITAIS atigrem 28.000 km ou mais, velocidade esta necessária para escapar da força gravitacional e entrar em órbita (anular a força da gravidade) a partir dos 100 km de altura, quando começa o espaço propriamente dito.

      Para se manter em orbita, seja a 100 km, 200 km, 300 km, 400 km e assim sucessivamente, o satélite tem de manter uma velocidade de 28.000, daí a necessidade de veículos orbitais atingirem essa velocidade. Os satélites utilizam foguetes adicionais para manter a altitude através do aumento da velocidade quando essas começam ficar abaixo dos 28.000 Km, entende?

      Você pode observar esse fenômeno em feiras de ciências, onde eles mostram um experimento com um funil grande e uma bolinha. Tá ok? Espero agora que você tenha compreendido, pois preciso dar sequencia nas minhas atividades.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  7. " e que dizem os entendidos, era o mais moderno do mundo de sua categoria em sua época e que até hoje seria um foguete extraordinário se tivesse sofrido continuidade. " Eu Imagino que se essa tal Continuidade acontecesse , pode até ter chegado a ter fabricado o SONDA V , SONDA VI , SONDA VII , etc.

    o Motor S-50 remonta uma realidade mais concreta , com a parceria da Agência Alemã

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  8. meu Desejo é que o PEB aconteça o mais rápido possível , que o VLM funcione e tenha Sucesso , assim como o VSB-30 e o VS-30 e o VS-40 , e sendo um Desejo meu a muito tempo , é que o Brasil poderia por ser muito Importante ter um 3° Centro de Lançamento na Ilha Fluvial de Marajó, no Município de Soure, a cidade na linha do Equador, no Estado do Pará.

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  9. Amo esse blog! Obrigada por essa contribuição à história espacial do nosso país!

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