Teste no LHC Revela Núcleos de Matéria e Antimatéria “Iguais”
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (19/08) no site da “Agência
USP” destacando que teste no Large
Hadron Collider (LHC) com participação de pesquisadores brasileiros do
Instituto de Física da USP revela Núcleos de Matéria e Antimatéria “Iguais”.
Duda Falcão
CIÊNCIAS
Teste no LHC Revela Núcleos de
Matéria e Antimatéria
“Iguais”
Por Valéria Dias - valdias@usp.br
Publicado em 19/agosto/2015
Pesquisadores
do Instituto de Física (IF) da USP participam de um experimento realizado no
LHC (Large Hadron Collider), o maior acelerador de partículas do mundo, que
constatou que os núcleos leves feitos de matéria e de antimatéria são “iguais”.
Um artigo sobre o tema foi publicado na última segunda-feira, 17 de agosto, na
Revista Científica Nature Physics. O experimento faz parte do
projeto ALICE, do LHC, e contou com a participação de vários pesquisadores da
USP, entre eles o professor Alexandre Suaide, do Departamento de Física Nuclear
do IF. Antimatéria é um tipo de partícula que, ao encontrar com a sua partícula
de matéria correspondente, uma aniquila a outra e se transformam em energia.
Foto: Wikimedia Commons
Um dos objetivos é entender como se
formam os núcleos
atômicos.
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O
experimento envolveu os elementos químicos deutério (D) e hélio-3 (He-3). O
objetivo do trabalho publicado era descobrir se o núcleo do deutério (um núcleo
formado por um próton e um nêutron) e o de hélio-3 (um núcleo formado por dois
prótons e um nêutron), feitos de matéria, eram “iguais” em termos de massa, aos
núcleos de deutério e de hélio-3, feitos de antimatéria (antideutério e
anti-hélio-3, respectivamente, formados de antiprótons e antinêutrons). “Os
resultados mostraram que as massas desses núcleos são realmente “iguais”,
dentro da precisão que o experimento do LHC consegue medir atualmente”, conta o
professor.
Ele
explica que, dentro da Física Nuclear, um dos objetivos é entender como o
núcleo atômico é feito, ou seja, como são formadas as coisas que observamos na
Natureza. Um dos focos da pesquisa é exatamente entender como se formam esses
núcleos atômicos e quais as propriedades deles. “Os resultados obtidos no
experimento do LHC são muito importantes para sabermos como são as forças que
fazem esses núcleos existirem, além de terem uma consequência importante para o
entendimento de como os elementos da tabela periódica são construídos. Essa
descoberta contribui para entender como as coisas são feitas.”
O
professor completa dizendo que, por trás dessa descoberta, há ainda uma questão
fundamental na Natureza, que é simetria CPT, onde C é a carga, P a paridade
(espelhamento) e o T é o tempo. “A Natureza precisa obedecer a esta simetria.
Na medição feita pelo ALICE, a comparação das razões entre massa e carga em
deutérios / antideutérios e em hélio-3 / anti-hélio-3, confirmou a simetria
fundamental CPT em núcleos leves com grande precisão.”
LHC
O
LHC foi construído entre a França e a Suíça e conta com um túnel de 27
quilômetros de de circunferência. Ele é administrado pelo CERN (Organização
Europeia Para a Pesquisa Nuclear), laboratório europeu criado após o final da
Segunda Guerra com o objetivo de realizar pesquisas na área da Física Nuclear.
O
LCH conta atualmente com 4 experimentos: o ALICE, o ATLAS, o LHCb e o CMS. Eles
contam com a participação de centenas de pesquisadores de várias partes do
mundo, sendo que, em todos, há cientistas de diversos centros de pesquisa
brasileiros. A USP mantêm, especificamente, equipes no ALICE e no ATLAS.
GRIPER-IFUSP
O
professor explica que vários centros do mundo recebem os dados obtidos nos
experimentos do LHC para realizar o processamento de dados. Por meio de
softwares específicos, qualquer pesquisador envolvido com os projetos do LHC
pode acessar essas informações e produzir análises.
“O
Grupo de Íons Pesados Relativísticos [GRIPER], do Instituto de Física, tem sido
responsável por 75% do processamento de dados de toda a América Latina
produzidos pelo LHC nos últimos meses”, conta. “Isso somente é possível pois
contamos com uma boa infraestrutura de rede, capacidade técnica e de recursos
humanos, como pesquisadores e analistas de sistemas qualificados, bem como
financiamento, na maioria, obtido por meio da Fapesp [Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]“, completa.
O
GRIPER também é responsável pelo upgrade de alguns equipamentos do LHC. Um
deles, conta Suaide, é o chip SAMPA, que está sendo
desenvolvido para o processamento de dados do ALICE e que vem sendo produzido
em colaboração com pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da USP.
Mais informações: email suaide@if.usp.br, com o professor Alexandre
Suaide
Fonte: Site da Agência USP
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