Fabricantes Demitem e País Perde Especialistas
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo publicado hoje (31/08) no site do Jornal Valor Econômico e postado no mesmo dia no site da Força Aérea Brasileira (FAB), destacando que Fabricantes do
Setor Aeroespacial estão demitindo e o País perde especialistas.
Duda Falcão
Fabricantes Demitem e País Perde Especialistas
Virgínia Silveira
De São José Dos Campos
Valor Econômico
31/08/2015
Depois
de investir em mão de obra, inclusive com treinamentos e especialização no
exterior, o setor aeroespacial e de defesa no Brasil está demitindo para fazer
frente ao corte de investimentos do governo. Além do custo da demissão, essas
pessoas levam boa parte do conhecimento das empresas. Segundo dados da AIAB
(Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil), o setor aeroespacial e
defesa emprega hoje 24 mil pessoas, sendo que a maior parte, cerca de 19 mil
pessoas, trabalha na Embraer. Mas a área espacial é a mais atingida.
A
falta de novos projetos e contratos, além da restrição orçamentária, ameaça a
sobrevivência dessas empresas e de suas equipes. A produção da área espacial da
Mectron, empresa controlada pela Odebrecht Defesa e Tecnologia e responsável
pelo desenvolvimento de mísseis, torpedos, radares e sistemas espaciais, foi
fechada no primeiro semestre e 32 pessoas foram demitidas. Os cinco
funcionários que ficaram, de nível gerencial, estão tocando alguns projetos
ainda em andamento, segundo o presidente da Odebrecht Defesa, André Amaro. No
total, a Mectron tinha 500 funcionários no começo do ano e agora tem 360.
Formado
em engenharia eletrônica pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Arnaldo Wowk, com quase 40 anos de experiência no setor de defesa e espaço, foi
um dos profissionais demitidos da Mectron. Com passagem pela Embraer e
especialização na Agência Espacial Francesa (CNES), Wowk disse que está desiludido e teme
pelo futuro dos projetos qu eainda estão em andamento na área espacial.
"Perdemos
a capacitação técnica que permitia dar continuidade a projetos como o do
foguete VLS. O contrato das redes elétricas do foguete, que teve 70% do seu
desenvolvimento feito pela Mectron, será transferido para o Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE). Ele, no entanto, não tem corpo técnico para
terminar os trabalhos", afirmou.
A
Opto Eletrônica, de São Carlos, atualmente em processo de recuperação judicial,
também dispensou suas equipes técnicas ao reduzir de 85 para apenas 18 o núcleo
de engenheiros e técnicos que atuavam na área de optrônica (único núcleo no
Brasil).
Foi
com este grupo que a empresa desenvolveu a câmera de alta resolução do satélite
Brasil-China (considerado um marco para o programa espacial brasileiro) e o
projeto do míssil A-Darter, feito com a África do Sul. Segundo o diretor de
pesquisa e desenvolvimento da Opto, Mário Stefani, 40% dos profissionais que
saíram da empresa foram trabalhar em universidades e 20% estão sendo absorvidos
por empresas e universidades estrangeiras.
Para
formar um doutor em óptica, segundo Stefani, o tempo médio pode chegar a 17
anos. A Opto Eletrônica investiu inclusive na formação complementar de vários
dos seus profissionais em universidades fora do Brasil.
"Pessoas
com nível de qualificação sênior se movem pelo desafio. Quando não vêm
perspectiva ficam desmotivadas", afirma. Por serem muito qualificados,
explica o executivo, esses profissionais dificilmente ficam desempregados, mas
os projetos estratégicos do país acabam não tendo continuidade porque as
equipes se dispersam.
Uma
das principais cientistas à frente do desenvolvimento da câmera espacial da
Opto, a física Érica Gabriela de Carvalho, de 38 anos, atualmente é professora
de física no ensino médio de uma escola privada de São Paulo e dá aula cálculo
e física na Universidade de São Paulo (USP).
Com
mestrado em óptica e especialização na International Society for Optics and
Photonics (Spie) e um curso de formação complementar em software de desenho
óptico na Zemax, dos Estados Unidos, Érica conta que decidiu deixar a área
espacial e de defesa, após ser demitida, porque não via nenhuma perspectiva de
poder aplicar seu conhecimento em outra empresa ou instituição.
"O
Brasil fez um investimento muito alto para o desenvolvimento da tecnologia das
câmeras de alta resolução no país. A primeira opção era comprar isso fora, como
aconteceu nos dois primeiros satélites feitos com a China", diz. Para a
cientista, o país perdeu a oportunidade de continuar evoluindo na aplicação
desse conhecimento para o desenvolvimento de outros tipos de câmeras e
equipamentos ópticos avançados.
A
Orbital, especializada no desenvolvimento de painéis solares para satélites,
reduziu em 50% o número de funcionários, dos quais 80% altamente qualificados,
e hoje tem 21 funcionários. Parte dessa redução ocorreu por demissão e parte
por falta de motivação. "A maior parte das pessoas saiu porque perdeu a
motivação e por isso decidiu trabalhar em outro setor menos demandante de
tecnologia", afirmou o presidente da empresa, Célio Vaz.
Na
Helibras a saída para manter os profissionais foi exportar serviços de
engenharia para o grupo Airbus Helicopters. Considerado o quarto pilar de
engenharia da matriz, junto com a França, Alemanha e Espanha, a Helibras no
Brasil estava sendo capacitada para projetar um helicóptero totalmente nacional
num prazo de cinco anos, mas com a crise o projeto foi adiado.
O
centro de engenharia da empresa em Itajubá conta hoje com 73 especialistas. A
empresa começou com sete pessoas em 2009. "Alguns aderiram ao plano de
demissões voluntárias, mas as competências técnicas mais importantes e
estratégicas para o grupo nós estamos conseguindo manter", afirma Walter
Filho, diretor do centro de engenharia da Helibras.
A
estratégia para segurar essa mão de obra, segundo Filho, envolve além da venda
de serviços internacionais para as filiais da Airbus Helicopters no mundo, o
desenvolvimento de soluções diferenciadas que melhorem a competitividade dos
produtos da marca no mercado brasileiro e também na América Latina. "Um
exemplo recente é o interior vip do helicópopters no mundo, o desenvolvimento
de soluções diferenciadas que melhorem a competitividade dos produtos da marca
no mercado brasileiro e também na América Latina. "Um exemplo recente é o
interior vip do helicóptero H130, que foi inteiramente feito pela Helibras no
Brasil. O produto tem potencial para ser exportado para outros países da
região", disse.
Fonte: Valor Econômico via Site da Força Aérea
Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
Comentário: O engaçado aqui é que esta matéria da
jornalista Virgínia Silveira vem como um contraponto ao artigo sobre a MECTRON da
Revista Pesquisa FAPESP postado na manhã de hoje no BLOG. Leitor, não adianta
tapar o sol com a peneira. Cadê o Pinóquio da AEB? Ops, esqueci, estava
passeando na China na semana passada. O País é um caos sob o pseudo comando de uma
debiloide irresponsável e que (acredito eu) crê mesmo em suas ações, uma grande
tragicomédia sendo conduzida na realidade nos bastidores por uma corja de
aproveitadores e corruptos, gente que não vale um tostão furado e que deveriam
estar todos mortos, afinal colocar na cadeia tem um custo e mandá-los para o
inferno ficaria mais barato. Infelizmente
estamos pagando pelos nossos próprios erros, e a única saída é amadurecer como Sociedade, ou continuar nesta ciranda e nesta fantasia de décadas propagada pelo
slogan “BRASIL PAÍS DO FUTURO”. Ora, faça-me uma garapa.
Gostaria de saber se de todos esses projetos que foram falados que a Mectron tem parceria com a FAB, alguns a anos, quais foram entregues?
ResponderExcluirE eu gostaria de saber a quem eu devo responder????? Afinal meu nome é público e todos conhecem. Alias a partir deste momento não aceitarei mais comentários anônimos, isto não ajuda em nada, só complica ainda mais as coisas que já é um tremendo caos.
ExcluirDuda Falcão
(Blog Brazilian Space)