Brasileiros Vencem Desafios Para Instalar Torres de Estudos Sobre o Clima
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (28/08) no site do
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) destacando que Brasileiros venceram
desafios para instalar Torres de Estudos Sobre o Clima em plena Floresta
Amazônica.
Duda Falcão
Brasileiros Vencem Desafios Para
Instalar Torres de
Estudos Sobre o Clima
Três torres de pesquisa, sendo duas de 80 metros e uma
de 325 metros, foram instaladas na Floresta Amazônica.
Por Ascom do MCTI
Publicação: 28/08/2015 - 09:10
Última modificação: 28/08/2015 - 11:31
Fotos Crédito: Ascom/MCTI
A Estação
Científica do Uatumã, uma área de 250 hectares no coração da Reserva de
Desenvolvimento do Uatumã, é base da cooperação científica entre Brasil e
Alemanha. No local, estão instaladas três torres de pesquisa com equipamentos
para estudar a interação entre a Floresta Amazônica e a atmosfera, sendo duas
de 80 metros (m) e uma de 325 m.
As
estruturas fazem parte do Experimento de Grande Escala de Biosfera-Atmosfera na
Amazônia (LBA), fruto de uma cooperação entre Brasil e Alemanha. As condições
climáticas e a logística foram os principais desafios enfrentados por quem
ajudou a transferir o projeto científico do papel para o coração da maior
floresta tropical contínua do mundo.
A primeira
equipe chegou na Reserva em setembro 2009. Liderados por Hermes Xavier,
servidor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI), 22 homens,
entre funcionários do Instituto e comunitários da reserva, abriram 15
quilômetros de estrada. Eles aproveitaram uma trilha criada por exploradores
ilegais de Pau-Rosa para abrir o caminho. "O Pau-Rosa é uma árvore que tem
um óleo muito usado na fabricação de perfumes. O ramal [trilha] estava
desativado há 30 anos e a natureza já estava se regenerando nesse espaço",
explica Xavier. "Abrimos uma trilha de 3 metros de largura na mata fechada
para permitir a passagem de quadriciclos e caminhonetes."
Em 13
dias, a estrada já ligava a beira do Rio Uatumã ao local onde foi instalada a
primeira torre de 80 m. "A cada tempestade, a estrada ficava cada vez mais
enlameada. A água tomava conta do ramal", conta o servidor do INPA.
"Primeiro usávamos um quadriciclo para nos locomover e transportar as
peças da torre, um trajeto que durava cerca de três horas; depois, passamos a
usar um trator para trazer as estruturas metálicas. Em um determinado trecho
[de ladeira], nenhum dos veículos conseguia transitar, e o material precisou
ser carregado nas costas."
Dez meses
depois, foi montada a segunda estrutura de 80 m. "Por quase dois anos, a
equipe passou as noites em acampamentos improvisados com madeira de árvores,
que já haviam caído e lonas. Deixávamos a reserva somente nos feriados ou nos
dias de folga", relembra Xavier. No local é proibido caçar e derrubar
árvores, mesmo que já estejam condenadas. "Toda a semana vinham barcos com
água e alimentos."
Infraestrutura
e Nova Fase
Os
acampamentos foram substituídos somente em 2012. Eles deram lugar a um
alojamento para 35 pessoas e outro, para 20 pessoas, foi construído em 2014.
Banheiros, cozinha e uma área para lavar roupas foram erguidos. A estrada
também foi recuperada. A Universidade Estadual do Amazonas (UEA) cedeu R$ 2
milhões na terceira fase do projeto LBA, quando foi iniciada a construção do
Observatório de Torre Alta da Amazônia (ATTO, na sigla em inglês), que foi inaugurado no último sábado (22). "Poucas
pessoas acreditavam que seria possível construir uma torre de 325 metros na
Floresta Amazônica. Nossa equipe nunca duvidou", garante Hermes Xavier.
A água é
bombeada de um igarapé a alguns quilômetros da Estação. A energia elétrica no
local é oriunda de geradores. Por mês, são cerca de 5 mil litros de diesel para
alimentar os geradores e abastecer as caminhonetes e quadriciclos.
No total,
108 servidores do INPA, entre pesquisadores e técnicos, e quatro funcionários
da Fundação Eliseu Alves participam do LBA. Um deles é Amauri Rodrigues
Pereira. "Nossas vidas giram em torno das nossas famílias e desse projeto.
Às vezes, passamos datas comemorativas aqui. Já comemorei dois aniversários na
Estação", conta o paranaense de 51 anos, radicado na Amazônia desde 1992.
"Tenho orgulho em saber que fazemos parte de um projeto científico que tem
como objetivo estudar para preservar a Amazônia. Não sou cientista, mas faço
parte da ciência brasileira."
Pereira
perdeu as contas de quantas vezes precisou caminhar na estrada cheia de lama
para buscar peças para os veículos. "Quando falta material para os
veículos, a solução é improvisar, ou ir até Manaus, que são pelo menos cinco
horas de viagem. Deitar na lama para arrumar um dos carros é melhor do que
fazer todo o caminho de volta", detalha.
Na Estação
Científica há sempre, no mínimo, dois funcionários. As equipes que fazem
manutenção do alojamento e dos equipamentos se revezam numa escala onde 20 dias
de trabalho equivalem a dez dias de folga.
Adir
Vasconcelos Brandão faz parte do grupo que se reveza para manter a Estação
Científica pronta para receber os pesquisadores. Com 61 anos, ele relata que os
últimos quatro anos estão sendo especiais. "Os alemães nos ensinam a falar
um pouco de inglês e a gente ensina o português", detalha Adir, que é
conhecido como Careca. O dia inesquecível para ele foi há dois meses, quando o
cachorro Fritz, cuidado por brasileiros e alemães, foi atacado por uma das
onças que vivem na reserva. "Conseguimos afastar a onça fazendo barulho na
mata. O Fritz ficou bastante machucado, mas agora, depois de ficar dois dias
internado numa clínica [veterinária] de Manaus, ele aprendeu que com onça não
se brinca."
Em 15 de
setembro, começa uma nova fase para a Estação Científica do Uatumã. Cerca de 50
cientistas brasileiros e alemães chegam ao local para a primeira Campanha
Científica de Cooperação entre Brasil e Alemanha. Até o fim de outubro, pesquisadores
e estudantes dos dois países vão instalar equipamentos nas torres e fazer
medições. Para melhor recepcionar os visitantes e poupar energia, um poço
artesiano está sendo perfurado. Além disso, os geradores serão trocados por
equipamentos mais potentes e econômicos.
Veja
abaixo mais fotos da Estação Científica do Uatumã.
Fonte: Site do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
Comentário: Compromisso, seriedade e perseverança quando
elas estão presentes leitor, por maior que sejam os desafios, o ser humano é
capaz de vencê-los, seja para fazer o bem, seja para fazer o mal, a inventividade
humana, seu dinamismo e perseverança, sua capacidade de encontrar soluções para
as mais diversas adversidades tem marcado a história do planeta, e bem ou mal
(dependendo do ponto de vista) a sobrevivência e a supremacia da espécie humana
sobre as outras espécies que habitam o nosso Planeta Mar, que curiosamente é
chamado de Planeta Terra. As sociedades que compreendem isto são hoje as que
mais se destacam no planeta, e as que terão maiores chances de sobreviver e de
terem voto nas questões planetárias, já às sociedades como a nossa, estúpidas,
corruptas, omissas e ignorantes, apesar de vez ou outra apresentarem exemplos pontuais
como este acima, estarão condenadas as adversidades resultantes de sua própria
estupidez.
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