Brasileiros Integram Experimento Que Confirma Simetria Fundamental na Natureza
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo publicado hoje (21/08)
no site da Agência FAPESP, destacando que Brasileiros
integram experimento que confirma Simetria Fundamental na Natureza.
Duda Falcão
Notícias
Brasileiros Integram Experimento Que
Confirma Simetria
Fundamental na Natureza
Diego Freire
Agencia FAPESP
21 de agosto de 2015
(Foto: CERN)
As medições são baseadas na capacidade do Alice de
rastrear e
identificar partículas produzidas em colisões de alta energia
entre
íons pesados no LHC.
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O A Large Ion
Collider Experiment (Alice), um dos experimentos do Grande Colisor de Hádrons
(LHC, na sigla em inglês) e que conta com a participação de pesquisadores da
Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), realizou medições precisas de massa e carga elétrica de partículas
que confirmaram a existência de uma simetria fundamental da natureza.
Os resultados,
publicados no dia 17 de agosto, na Nature Physics, levaram os
pesquisadores a verificar uma simetria fundamental CPT – de carga, paridade e
tempo – entre os núcleos das partículas e de suas antipartículas.
As medições
são baseadas na capacidade do Alice de rastrear e identificar partículas
produzidas em colisões de alta energia entre íons pesados no LHC, da Organização
Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em inglês), investigando a
possibilidade da existência de diferenças sutis entre a maneira como prótons e
nêutrons se unem em núcleos e a forma como as suas antipartículas
correspondentes formam antinúcleos.
“Após o Big
Bang, para cada partícula de matéria foi criada uma antipartícula. Na física de
partículas, uma questão de extrema importância é saber se todas as leis da
física exibem um tipo específico de simetria, a CPT, e as medições sugerem que
há, sim, uma simetria fundamental entre os núcleos e antinúcleos”, disse
Marcelo Gameiro Munhoz, professor do Instituto de Física (IF) da USP e
integrante da equipe brasileira no Alice.
Munhoz
coordena a pesquisa Física nuclear de altas energias
no RHIC e LHC, realizada com o apoio da FAPESP, colaborando com
atividades experimentais relacionadas ao estudo de colisões entre íons pesados
relativísticos no Alice e no Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC), do
Brookhaven National Laboratory, nos Estados Unidos.
Entre os
trabalhos do grupo brasileiro envolvido com o Alice está a produção de quarks
pesados, chamados de charm e bottom, a partir da medida de elétrons com um
calorímetro eletromagnético e, mais recentemente, o desenvolvimento do
microchip Sampa, que será utilizado no LHC em estudos de fenômenos mais raros a
partir de partículas produzidas em colisões de íons pesados (leia mais em agencia.fapesp.br/21373).
O Experimento
De acordo com
Munhoz, as medições de massa e carga elétrica realizadas no experimento sobre
simetria, combinadas com outros estudos, ajudarão os físicos a determinar quais
das muitas teorias sobre as leis fundamentais do Universo são mais prováveis.
“Essas leis
descrevem a natureza de todas as interações entre a matéria, por isso é
importante saber que as interações físicas não se alteram ao se inverter a
carga das partículas, mudar sua paridade, invertendo suas coordenadas no
espaço, e reverter o tempo. As leias da física permaneceriam as mesmas nessas
condições.”
Foram medidas
especificamente as diferenças entre razões de massa e carga de dêuterons,
formados por um próton e um nêutron, e antidêuterons e núcleos de hélio-3,
formados por dois prótons e um nêutron, e anti-hélio-3. Medições recentes no
Cern compararam as mesmas propriedades entre prótons e antiprótons com alta
precisão.
O Alice
registra colisões de alta energia entre íons de chumbo no LHC, o que permite o
estudo da matéria em condições extremas de densidade e temperatura.
As colisões
entre íons de chumbo fornecem uma fonte abundante de partículas e
antipartículas, e os núcleos e antinúcleos correspondentes são produzidos a
taxas aproximadamente iguais, possibilitando que se façam comparações
detalhadas das propriedades daqueles produzidos em maior abundância.
O experimento
realiza medições precisas da curvatura das trajetórias dessas partículas no
campo magnético do detector e também do seu tempo de voo, utilizando as
informações para determinar as relações entre massa e carga em núcleos e
antinúcleos.
A alta
precisão do detector de tempo de voo, que determina o tempo de chegada de
partículas e antipartículas com uma resolução de 80 picossegundos, associada à
medição de perda de energia fornecida na câmara de projeção de tempo, permite
medir um sinal claro para dêuterons, antidêuterons, hélio-3 e anti-hélio-3 – as
partículas estudadas no experimento sobre similaridade.
Os resultados
do experimento foram publicados no artigo Precision measurement of the mass
difference between light nuclei and anti-nuclei (DOI: 10.1038/nphys3432),
que pode ser lido na Nature Physics em www.nature.com/nphys/journal/vaop/ncurrent/full/nphys3432.html.
Fonte: Site da Agência FAPESP
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