Liceu de Barbalha: Um Exemplo do Ceará para o Brasil
Olá leitor!
O blog “BRAZILIAN SPACE” desde a sua criação em 30/04/2009 vem divulgando notícias sobre iniciativas através do país de escolas, colégios, universidades e professores da rede pública e privada na luta por uma educação de qualidade utilizando-se do conhecimento de ciências como a Astronomia e a Astronáutica.
Um desses exemplos é o grande trabalho que vem realizando o professor cearense Andrevaldo Glaidson Pereira Tavares (leia a entrevista com o professor abaixo) junto aos seus alunos da Escola de Ensino Profissional Otília Correia Saraiva (Liceu de Barbalha) da cidade de Barbalha (CE). Trabalho este iniciado em 2004, quando então com seus alunos da Escola de Ensino Fundamental Sebastião Santiago da Paz participaram pela primeira vez da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
A partir de 2009, já como professor no Liceu de Barbalha, incentivou neste mesmo ano a participação dos seus alunos na OBA, conquistando diversas medalhas a nível nacional e preparando o terreno para o sucesso que aconteceria no ano de 2010.
Equipe Apollo XI (Da esquerda para Direita)
Tonismar Gomes, André Cruz Macêdo Neto,
Alisson de Sousa Pereira, Samuel Teixeira da Silva,
e João José de Souza Neto
Este ano, após participarem com sucesso pela segunda vez da OBA e pela primeira vez da Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBFOG) uma a equipe da escola nomeada de “Apollo XI” (nome em homenagem a primeira missão tripulada do homem para LUA) formada pelos alunos: Tonismar Gomes (Tonim), André Cruz Macêdo Neto (André), Alisson de Sousa Pereira (Alisson), Samuel Teixeira da Silva (Samuel) e João José de Souza Neto (J.J.), todos do curso técnico em informática, foram convidados para representar o “Estado do Ceará” na II Jornada Brasileira de Foguetes (JBF) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), organizadora do evento (veja a nota Alunos da Rede Pública Representarão o Ceará na II JBF).
Os alunos André Macêdo e Samuel Teixeira
que representarão o Ceará na JBF com os
foguetes que serão usados na competição.
Sendo assim, de 01 a 03/12 a equipe “Apollo XI”, infelizmente formada unicamente pelos alunos André Cruz Macêdo Neto e Samuel Teixeira da Silva (a Secretaria de Educação do Estado do Ceará somente custeou a ida de dois dos cinco integrantes da equipe), estarão representando o estado neste evento que ocorrerá no município de Passa Quatro em Minas Gerais.
Os protótipos dos foguetes que
serão usados na JBF
Vale também lembrar leitor que devido a iniciativa do professor Andrevaldo em parceria com o Departamento de Física da Universidade Regional do Cariri (URCA) recentemente 30 alunos do Liceu de Barbalha foram contemplados com 30 bolsas de Pesquisa a Iniciação Científica Júnior (ICJ) na área de Física e Astronomia pelo FUNCAP/CNPq (veja a nota FUNCAP/CNPq Contempla Alunos Cearenses com Bolsas).
Abaixo segue uma entrevista exclusiva onde o professor Andrevaldo Tavares conta aos leitores do blog um pouco de sua trajetória.
Duda Falcão
BLOG BRAZILIAN SPACE: Professor nos fale um pouco sobre o senhor. Onde nasceu, idade e qual sua formação?
PROF. ANDREVALDO TAVARES: Sou Andrevaldo Glaidson Pereira Tavares, tenho 32 anos, natural de Barbalha, Estado do Ceará; residente no distrito Estrela do supracitado município; com formação acadêmica em Tecnologia de Alimentos pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC com Especialização em Biologia e Química pela Universidade Regional do Cariri – URCA.
BRAZILIAN SPACE: Professor, quando e como surgiu essa iniciativa com os estudantes do Liceu de Barbalha e de quem foi à idéia de participar desses eventos?
PROF. ANDREVALDO: Funcionário público municipal desde o ano de 1999; e em 2004, lotado na Escola de Ensino Fundamental Sebastião Santiago da Paz, onde por vez de promoções para reconhecimento do nome da escola deparei-me com o site da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – OBA, e logo me cadastrei como representante da mesma no município; em meados de 2006, após duas edições da OBA na escola instiguei o município à promover o evento em todas as escolas, fato esse que se repete até o presente ano; em 2007, levei a proposta às escolas privadas onde fora conseguido pelo Instituto José Bernardino a primeira medalha de ouro nacional. Em agosto de 2008, fui selecionado para compor a primeira formação de educadores da Escola de Ensino Profissional Otília Correia Saraiva – Liceu de Barbalha, na disciplina de química teórica e laboratorial, onde pude provar da ascensão de uma entidade que objetivava inicialmente ter reconhecimento municipal, estadual e nacional. Em 2009 a escola realiza sua primeira participação na OBA onde obtivemos cinco medalhas de prata e seis de bronze; com o resultado da OBA 2009 houve uma empolgação e ao mesmo tempo medo durante os preparatórios para a OBA 2010.
BRAZILIAN SPACE: Qual é o objetivo do Liceu de Barbalha quando propicia a participação de seus alunos nesses eventos?
PROF. ANDREVALDO: O objetivo inicial da Escola de Ensino Profissional Otília Correia Saraiva – Liceu de Barbalha era conseguir o reconhecimento municipal, estadual e nacional. A meta estadual veio ao fim de 2008, quando fomos intitulados como melhor escola na disciplina de matemática e segunda melhor em língua portuguesa pelo Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Estado do Ceará – SPAECE 2008. Em 2009 veio a meta municipal quando participamos da campanha para eleição da ave (fauna) e da árvore (flora) símbolo do município; aqui estávamos dentre os finalistas quando o concurso fora “freado” pelos gestores municipais, pois denegria a história econômica do município baseada na extração da cana-de-açúcar e seus derivados; no mesmo ano a escola realiza sua primeira participação na OBA onde obtivemos cinco medalhas de prata e seis de bronze, todas, a nível nacional; neste ano a escola atinge seu primeiro reconhecimento nacional quando contemplada pelo Instituto Faça Parte do Ministério da Educação e Cultura – MEC com o título de Escola Solidária por praticar ações voltadas à garantia da qualidade de vida dos moradores do bairro sede de nossa entidade.
BRAZILIAN SPACE: Como tem sido a recepção dos alunos em relação a essa iniciativa do Liceu de Barbalha?
PROF. ANDREVALDO: Com o resultado da OBA 2009 houve uma empolgação e ao mesmo tempo medo durante os preparatórios para a OBA 2010, uma vez que por ter inicialmente já obtido onze medalhas a escola deveria manter ou aumentar seu perfil junto a Olimpíada, aqui revemos nossa principal meta que preza pela oferta qualitativa e excelência no ensino médio integrado ao profissional; a partir daí montou-se na escola um grupo de trinta alunos que se auto intitularam “clube de astronomia e astronáutica” composto por alunos da primeira e segunda série do ensino médio de todas as turmas do curso técnico; juntamente a OBA 2010 veio à proposta inovadora, o convite para a participação da Olimpíada Brasileira de Foguetes – OBFOG, atividade vinculada à OBA, o que por vez motivou o ensino de ciências em nossa escola; nossa proposta baseou-se na organização dos alunos em equipes de cinco membros, as quais deveriam montar “foguetes” não poluentes e ecologicamente corretos, a matéria prima seria basicamente material reciclável, daí surgiram em destaque cinco equipes que confeccionaram seus foguetes com garrafas tipo PET, onde variavam o volume entre quinhentos mililitros e dois litros e meio, as bases de lançamento variaram em materiais que iam desde a madeira ao cano PVC o que levou os alunos ao estudo do movimento e lançamento em plano inclinado, para o empuxo e propulsão fora utilizada reação de neutralização ácida por bicarbonato de sódio, dentre os reagentes utilizados fora testados o suco e o sumo de frutas cítricas, refrigerantes e fermentados de frutas tropicais, em destaque o ácido acético.
BRAZILIAN SPACE: Professor, há quanto tempo o Liceu de Barbalha participa da Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBFOG) e da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA)?
PROF. ANDREVALDO: Da Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBFOG) fora nossa primeira participação, no entanto, da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) a segunda.
BRAZILIAN SPACE: E quanto a essa “II Jornada Brasileira de Foguetes”, como o Liceu de Barbalha e outras escolas cearenses tiveram acesso, foi através de convite?
PROF. ANDREVALDO: Ao fim da modalidade escolar destacou-se a equipe “Apollo 11”; composta pelos alunos João José de Sousa Neto – 1º ano – Tonismar Gomes da Silva, Alisson de Sousa Pereira, Samuel Teixeira da Silva e André Cruz Macêdo Neto – 3º ano – todos do curso técnico em informática; o nome do grupo homenageia a primeira missão espacial tripulada para Lua, durante o lançamento fora alcançado oitenta e dois metros e vinte e cinco centímetros em paralelo ao horizonte o que literalmente “arremessou” a equipe a ser convidada para representar o estado na II Jornada Brasileira de Foguetes, que realizar-se-irá aos dias um, dois e três de dezembro, no município de Passa Quatro em Minas Gerais, promovida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob a coordenação do professor doutor João Batista Canelle.
BRAZILIAN SPACE: Existe a possibilidade do Liceu de Barbalha de participar da Olimpíada Latino Americana de Astronomia – OLAA?
PROF. ANDREVALDO: Em ranking a equipe destacou-se por ser a segunda melhor do Brasil e a primeira do estado; a expectativa agora foca-se em um melhor perfil durante o lançamento, pois no evento os alunos deverão repetir e/ou superar a proeza realizada em frente à escola, atigindo esse objetivo a equipe será convidada a participar da Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica – OLAA.
BRAZILIAN SPACE: E quanto aos estudantes que representarão o Liceu de Barbalha professor, como os mesmos foram escolhidos?
PROF. ANDREVALDO: Como já fora respondido na pergunta anterior: “Ao fim da modalidade escolar destacou-se a equipe “Apollo 11”; composta pelos alunos João José de Sousa Neto – 1º ano – Tonismar Gomes da Silva, Alisson de Sousa Pereira, Samuel Teixeira da Silva e André Cruz Macêdo Neto – 3º ano – todos do curso técnico em informática; o nome do grupo homenageia a primeira missão espacial, durante o lançamento fora alcançado oitenta e dois metros e vinte e cinco centímetros em paralelo ao horizonte o que literalmente “arremessou” a equipe a ser convidada para representar o estado na II Jornada Brasileira de Foguetes”.
BRAZILIAN SPACE: Vocês já participaram da Jornada Espacial da AEB?
PROF. ANDREVALDO: Não, a OBA e a OBFOG foram nossas primeiras atividades do eixo de estudo físico-astronômico; no entanto buscarei e informar sobre essa Jornada e quais as possibilidades de nossa participação para a próxima edição.
BRAZILIAN SPACE: Professor, o Blog BRAZILIAN SPACE vem defendendo há algum tempo a idéia da implantação no país pela Agência Espacial Brasileira (AEB) de eventos conhecidos como “Spacecamps”, direcionados não só para universitários como também para estudantes de todas as idades. Criando assim a oportunidade para que nossos estudantes possam criar e coordenar projetos não só na área de foguetes, como também nas áreas de ciências espaciais, robótica espacial, nanosatélites e diversas outras áreas como ocorre há anos em outros países. Como educador qual é a sua visão sobre esse assunto?
PROF. ANDREVALDO: Nosso país ainda está muito atrás em desenvolvimento tecnológico, eventos como este estimulam momentaneamente o estudo do céu, porém o universo é infinito e o Brasil deve fazer juízo à postura que quer ter. Como educador, fiquei muito triste quando no início de 2009, por evento de uma semana pedagógica, li uma frase: “O Brasil só vai sair da posição de terceiro mundo quando deixar de apenas alfabetizar seus filhos e começar a investir em tecnologia; somente assim poderemos dar passos em direção a grandes nações como Japão e China”, analisando bem a frase percebe-se que após quinhentos anos de história, e após ter atravessado uma revolução industrial, nossa nação ainda arrasta-se em educação, o foco numerativo de aprovações é inversamente proporcional ao foco qualitativo de ensino, bem diz a frase “se a boa educação é a que reprova, o bom hospital é o que mata” essa é a mais pura verdade, porém o que falta na educação brasileira são profissionais comprometidos com a causa e não apenas com o bolso, é comum se ver um médico praticando o magistério porém é extremamente proibido um educador praticar a medicina, um contraste absurdo no entanto vivenciado em nossa nação, isso só comprova que estamos longe de uma NASA brasileira, “sonho” esse que pode tornar-se verdade no dia que como está na frase a nação deixar de apenas alfabetizar seus filhos e por intermédio de entidades como a Agência Espacial Brasileira – AEB e outras mais, que “no escuro do conhecimento populacional” existem, possa-se promover eventos que estimulem a evolução científica e tecnológica nas escolas, não focando apenas o ensino médio mais o berço do ensino básico, desde o ensino fundamental; condições existem o que falta aqui é avançarmos de projetos em papéis à ações rotineiras e verdadeiras dentro de nossas escolas.
eu posso dizer que esses garotos acima citados lutaram muito para chegar ate a olimpiada,pelo fato de namorar com o samuel,um dos integrantes da equipe,posso dizer que presenciei o esforço deles,e eles merecem o 1ºlugar.estão de parabens meninos.bjssss meninos
ResponderExcluirquerido adorei sua materia.parabens.e parabens ao professor Andrevaldo pelo empenho e a dedicação.parabens aos meninos tambem.
ResponderExcluirOlá Sarah!
ResponderExcluirQuem trabalha, Deus ajuda. É como as coisas funcionam e não seria diferente com o Samuel e o André. Parabéns a eles.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá Sara!
ResponderExcluirObrigado pelo reconhecimento ao meu trabalho. Porém querida os méritos são do professor Andrevaldo e de seus alunos.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)