Tecnologia Brasileira na Lua
Segue abaixo uma pequena nota postada dia 13/10/2009 no site do “Jornal Correio Braziliense” destacando que uma pesquisa da "Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)" que contribuirá para o desenvolvimento em conjunto com a "Missouri University of Science and Technology" dos EUA de um vidro especial para ser usado na criação de uma base lunar.
Duda Falcão
Tecnologia Brasileira na Lua
Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora
contribui para o desenvolvimento de vidro especial
que ajudará na criação de uma base do satélite natural da Terra
Ricardo Beghini
Publicação:
13/10/2009 - 09:28
As partículas suspensas nessas ocasiões podem causar problemas para as vestimentas dos astronautas e para as naves, já que o composto é altamente abrasivo. De acordo com a professora Zélia Ludwig, coordenadora do projeto na UFJF, o fenômeno ocorre devido à baixa gravidade da Lua, que é de 1,62m por segundo ao quadrado (muito inferior à da Terra, de 10m/s²). “A poeira não se dispersa”, ressalta.
Abra a imagem pelo link:
http://www.correiobraziliense.com.br/files/app/noticia182/2009/10/13/147940/20091013092834690758o.jpg
A parceria entre a UFJF e a Missouri University ocorreu porque a universidade norte-americana conta em seus quadros com o professor brasileiro Signo Reis, colega de Zélia no curso de pós-doutorado em novos materiais pela Universidade de São Paulo (USP).
As duas instituições têm papéis distintos no trabalho e trocam informações freqüentemente durante o desenvolvimento. Enquanto a de Missouri sintetiza os materiais idênticos aos encontrados em solo lunar, a mineira faz a caracterização ótica e térmica dos vidros por meio do espectroscópio Raman, equipamento que proporciona, em poucos segundos, informação química e estrutural de um número muito grande de material composto, orgânico ou inorgânico, permitindo sua identificação com certa facilidade.
“Vamos estudar, por exemplo, a capacidade do vidro como isolante térmico”, revela o professor Virgílio de Carvalho dos Anjos, que coordena o Laboratório de Espectroscopia de Materiais do Instituto de Ciências Exatas (ICE), que ficará responsável, especificamente, por descobrir as características do vidro lunar, composto por várias substâncias, entre elas fosfato, ferro, carbonato de cálcio e dióxido de silício.
A pesquisa pode ocorrer na UFJF porque os laboratórios da instituição ganharam investimentos recentemente. Desde novembro do ano passado, o Laboratório de Espectroscopia de Materiais conta com um espectroscópio. Já o Laboratório de Produção de Novos Materiais e Filmes Finos (Lapromav), por meio do projeto Estudo de Propriedades Óticas e Térmicas de Vidros Especiais — aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) —, recebeu R$ 70 mil. “A parceria com a Missouri University ocorreu no momento oportuno”, destaca Zélia.
Os investimentos permitiram a compra de quatro equipamentos: um forno para altas temperaturas (até 1.600ºC), usado para testes que requerem muito calor, sinterização e outras aplicações; um forno Mufla (até 1.200ºC), indicado para os mais variados processos de aquecimento realizados em laboratórios e indústrias; uma máquina para produzir filmes finos, semelhante ao pesquisado, e a capela de exaustão, que protege o operador do contato direto com produtos químicos em análise. “O vidro sintetizado na Missouri University of Science and Technology poderá ser refundido e ter sua composição alterada, pois dispomos de fornos que têm essa capacidade”, salienta a professora.
Além da pesquisa envolvendo o solo lunar, o maquinário, que será instalado até dezembro, poderá ser utilizado, futuramente, em estudos sobre fibra ótica. A expectativa é que a parceria entre a UFJF e a Missouri University seja transformada em convênio pelos reitores a partir do ano que vem, permitindo o intercâmbio de professores e alunos.
Corrida Espacial
Os pesquisadores salientam que o modo como a plataforma final, criada a partir do vidro lunar, será desenvolvida não está previsto na primeira etapa do projeto, que deve ser concluído em até cinco anos. “Essa é uma questão que ainda será avaliada pela Nasa, abrindo inúmeras possibilidades de novos estudos”, explica Zélia.
A necessidade de se buscar recursos energéticos em solo lunar é o que motiva a nova corrida espacial. A primeira, nas décadas de 1960 e 1970, que culminou com a chegada do homem à Lua, em 1969, foi motivada pela disputa geopolítica durante a Guerra Fria, entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética. A intenção futura, depois de seis aterrissagens bem sucedidas, é construir uma base permanente, capaz de desenvolver produtos que farão as operações lunares auto-sustentáveis.
Fonte: Site do Jornal do Correio Braziliense - 13-10-2009
Comentário: Achei essa matéria muito interessante leitor e resolvi postar aqui no blog, pois a mesma comprova a qualificação profissional de nossos pesquisadores a nível internacional. Se assim não fosse, a NASA jamais aceitaria a participação a UFJF nesse projeto. Para a infelicidade do Brasil, somente o governo brasileiro não acredita na potencialidade de nossos pesquisadores nessa área, pois se assim fosse o PEB não estaria nesta situação que se encontra. Entretanto, existe um problema para a execução desse projeto, já que dias atrás o presidente Obama cancelou o projeto “Constellation” e com isso os planos da NASA de voltar a Lua.
É um grande problema a poeira lunar, também conhecida como regolito. Lembro dos astronautas falarem que a poeira não queria sair de jeito nenhum dos trajes espaciais. Bacana esta contribuição brasileira, mas isto vai ficar mais para arquivamento, já que o Obama cancelou o programa Constellation e dificilmente voltaremos a lua antes de 2020. Mas, que fique as pesquisas e aparticipação brasileira. Mas creio que quando China e India entrarem na jogada da exploração lunar, os americanos voltem novamente ao satélite como foco. Então chuto...2030.
ResponderExcluirPois é Ricardo,
ResponderExcluirJustamente como eu disse em meu comentário, porém a NASA e os congressistas americanos demonstram não estarem muito satisfeitos com essa decisão do OBAMA e isso ainda poderá resultar em muita discussão sobre o assunto. Principalmente por conta dessa possibilidade dos chineses e indianos chegarem primeiro na Lua. Algo que é inaceitável pela sociedade americana.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)