Israel Interessado em Alcântara?

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante nota postada hoje (09/05) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski, destacando que entre as alternativas consideradas pelo governo de Israel para o lançamento de seu próximo satélite "espião", o Ofeq-10, estaria o uso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Duda Falcão

Israel Interessado em Alcântara?

André Mileski
09/05/2011

A edição desta semana da revista "Space News" traz uma interessante reportagem, intitulada "Israel Eyes Overseas Launch of Next Ofeq Spy Satellite", sobre as alternativas consideradas pelo governo israelense para o lançamento de seu próximo satélite "espião", o Ofeq-10.

Para evitar sobrevoar territórios de países considerados inimigos, os lançamentos espaciais feitos pelo país hebreu são executados no sentido oeste, sobre o Mediterrâneo, não se aproveitando, portanto, da rotação terrestre (de oeste para leste). Estima-se que esta trajetória implicaria perda de até 40% da capacidade de satelitização do foguete usado nas operações, o Shavit.

Curiosamente, dentre as alternativas analisadas, o texto cita o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e dá a entender que a idéia seria operar o pequeno lançador Shavit, fabricado pela estatal IAI, a partir do Brasil.

De acordo com a reportagem, citando oficiais do Ministério da Defesa israelense, o interesse de Tel Aviv reuniria uma necessidade do governo (a de ter o satélite em órbita) com uma estratégia comercial, uma vez que o mercado aeroespacial e de defesa sul-americano tem se tornado bastante atraente. "É um mercado alvo com enorme potencial, não apenas no país, mas no restante da região", afirmou a fonte. O uso do centro de Alcântara poderia estimular e ampliar os laços comerciais entre os dois países, levando a uma possível compra pelo Brasil de satélites ou serviços de satélites de firmas israelenses.

Histórias sobre a eventual operação do Shavit em Alcântara, no entanto, não são uma novidade. Em meados de 2003, foram publicadas na imprensa internacional algumas notícias dando conta sobre um possível acordo entre o Brasil e Israel para a operação do foguete a partir do CLA. Apesar de discussões na época, o acordo, que envolveria outros tópicos de cooperação no campo espacial não avançou.

Há, contudo, grande interesse do lado israelense em ampliar seus laços com o Brasil nos setores aeroespacial e de defesa, motivado principalmente por questões comerciais. Empresas de Israel, como as estatais IAI, Rafael e IMI, e a Elbit Systems já têm negócios com as Forças Armadas brasileiras e, algumas delas, inclusive, presença industrial local e intensas atividades de prospecção. Em abril, durante a LAAD 2011, a IAI promoveu ativamente a sua linha de satélites de observação terrestre (óticos e radar), tendo em vista os programas do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), ambos do Ministério da Defesa.


Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski

Comentário: Essa notícia que o companheiro Meliski nos trás é muito interessante e seria muito bom para o Brasil se essa possibilidade acontecer, desde que seja bem negociada e que traga reais benefícios tecnológicos para o país e não seja simplesmente um acordo comercial de uso da base de Alcântara. O Brasil está muito atrasado, precisamos ganhar tempo e essa poderia ser uma boa oportunidade para buscar as tecnologias sensíveis que precisamos para nossos veículos lançadores e que Israel já domina. É aquela coisa, toma lá, dá cá. Entretanto, fica a pergunta: Será que a TMI do VLS poderá lançar o "Shavit" israelense ou nesse caso teríamos de construir outra plataforma de lançamento (a novela que foi criada para construção da nova TMI ainda não saiu da minha memória)? Fica essa pergunta para os nossos leitores da área que se prontificarem a respondê-la.

Comentários

  1. Acho que a TMI com adaptação pode ser compatível com Shavit ,ele tem 1.25m de diâmetro e 19.51m de altura , o VlS-1 tem +-1m de diâmetro sem os 4 motores booster , com eles acho que seria +- 3.10 m ,levando em consideração que a TMI já foi projetada pensando no VLS-Alfa que segundo alguns dados divulgados por conta do motor de combustível liquido ele terá um diâmetro maior no 2º estagio,creio que com algumas adaptações seria sim possível lançar o Shavit a partir da TMI .

    Mas depois de escrever isto , eu vi o vídeo de lançamento ,me parece que o sistema de montagem e lançamento do Shavit é mais simples que do VLS-1 , deu a entender que ele é montado na horizontal depois é levantado por um "braço" mecânico do mesmo modo que os lançadores russos.

    O video http://www.youtube.com/watch?v=_unqEbJScgM&feature=related

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  2. Olá André!

    Olhamdo o video me parece que o sistema de lançamento do Shavit é simples e poderia ser móvel, o que facilitaria as coisas. Entretanto, vamos esperar que outros leitores mais bem informados possam colaborar com esse debate.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Israel e´um exemplo de superação. E seu programa espacial mais ainda. Foi o primeiro país do Oriente Médio a colocar um satélite em orbita. Apesar de trabalhar com lançadores menores, eles tem tido bom resultados nisto. Seria bastante interessante um acordo espacial com Israel, mas desde que o Brasil ganhe na parte tecnológica, como acesso a tecnologia de foguetes israelense. Uma mão ajuda a outra. Shalon !!!

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  4. Exatamente Ricardo, é por ai, uma mão lava a outra. É assim que devemos ir construindo nossas relações internacionais.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  5. Nós estamos precisando de algo que desperte o interesse da sociedade para com a área espacial brasileira,seria muito bom se conseguíssemos um êxito,botar um satélite em órbita,coisa assim,de preferência com esforço próprio,tudo ficaria mais fácil.
    Abraço!

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  6. Duvido muito que algum país nos passe tecnologias assim de graça,só se for algo completamente obsoleto,moro numa região do Brasil onde as atividades agrícolas é a base da economia,e tudo foi conquistado com muito esforço,na área espacial imagino que não seja diferente,é preciso se esforçar,criar meios para atingir os objetivos.

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  7. Não resta dúvida disso Leo e esse é o objetivo do IAE. Entretanto, para atingir esse objetivo ainda dependemos de algumas tecnologias sensíveis que levariam anos para serem desenvolvidas, mesmo com o apoio incondicional do governo. Por isso que a solução é a transferência de tecnologia que são possíveis através de acordos internacionais. Não temos mais tempo para peder.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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