A Boeing Relatou Progresso no Controle dos Custos da Sua Espaçonave Starliner

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Crédito: NASA
A nave Starliner da Boeing desacopla da Estação Espacial Internacional ao final da missão de Teste de Voo Tripulado.

No dia de ontem (24/04), o portal SpaceNews noticiou que Executivos da Boeing disseram que a empresa está avançando no controle dos custos de sua espaçonave tripulada comercial CST-100 Starliner, mas ofereceram poucos detalhes sobre os trabalhos técnicos para preparar a espaçonave para seu próximo voo.
 
De acordo com a nota do portal, durante uma teleconferência de resultados em 23 de abril, para discutir os resultados financeiros do primeiro trimestre da empresa, Kelly Ortberg, presidente e CEO da Boeing, citou o Starliner como um dos programas com preço fixo em que a empresa melhorou a gestão de custos após grandes excessos.
 
A Boeing registrou um impacto de US$ 523 milhões nos lucros relacionados ao Starliner em 2024, devido a atrasos no lançamento da missão de Teste de Voo Tripulado (CFT) e a problemas ocorridos após o lançamento da espaçonave. Ao longo da vida do programa, a empresa já acumulou mais de US$ 2 bilhões em encargos relacionados ao Starliner.
 
Entretanto, a empresa não relatou perdas adicionais no programa Starliner no primeiro trimestre. “Continuamos trabalhando para obter a certificação da tripulação e resolver as anomalias do sistema de propulsão”, afirmou a empresa em um relatório 10-K à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). “Permanece o risco de que possamos registrar perdas adicionais em períodos futuros.”
 
Na teleconferência, Ortberg disse que a empresa fez “grandes progressos” em contratos com preço fixo como o do Starliner, bem como em algumas aeronaves militares.
 
“Acho que agora conseguimos conter bem todos esses programas”, disse ele, referindo-se ao custo necessário para finalizá-los, conhecido como estimativa para conclusão (ETC). “Mas não estou dizendo que já vencemos. Ainda temos muito trabalho a fazer nas ETCs de muitos desses programas. Mas acredito que nossa gestão disciplinada de risco de custo e o gerenciamento ativo com nossos clientes, buscando um resultado vantajoso para ambos, estão ajudando.”
 
Não houve outras discussões sobre o Starliner na chamada ou no relatório da SEC, incluindo os avanços para resolver problemas nos propulsores e vazamentos de hélio ocorridos na missão CFT.
 
O Painel Consultivo de Segurança Aeroespacial da NASA também foi cauteloso quanto ao progresso do Starliner durante uma reunião pública do comitê em 17 de abril. Paul Hill, membro do painel, disse que o grupo teve uma “discussão informativa” com o programa de tripulação comercial da NASA como parte da reunião trimestral, mas que “a maioria dos detalhes não pode ser divulgada publicamente.”
 
Ele afirmou que a NASA e a Boeing continuam estudando as anomalias do Starliner na missão CFT, com trabalhos previstos para continuar durante o verão (do hemisfério norte). Esse trabalho envolve várias equipes investigando por que esses problemas não foram detectados anteriormente no projeto e desenvolvimento da espaçonave ou nas análises dos dois voos não tripulados anteriores.
 
Uma questão levantada pelo painel foi que a NASA considera as empresas envolvidas em contratos de serviços comerciais, como o programa de tripulação comercial, mais como “parceiras” do que como “fornecedoras”, o que, segundo ele, “leva a uma forte tendência a ser condescendente” com a empresa. Isso pode ter impedido a detecção precoce de problemas “e poderia ter influenciado em um melhor desempenho contratual.”
 
Hill acrescentou que a NASA ainda não decidiu se o próximo voo do Starliner será tripulado. Em março, autoridades da NASA afirmaram esperar realizar outro voo de teste do Starliner antes de utilizá-lo para missões de rotação de tripulação na Estação Espacial Internacional, mas ainda estudavam se esse voo seria tripulado. Essa decisão, segundo Hill, “poderá ser influenciada pelo trabalho restante” previsto para o verão.
 
No ano passado, surgiram dúvidas sobre o futuro do Starliner, devido aos problemas ocorridos na missão CFT e ao anúncio de Ortberg, feito pouco depois de assumir como CEO, de uma revisão estratégica das áreas de negócios da empresa, o que poderia levar à venda de atividades fora do núcleo da aviação comercial e da defesa.
 
Em 22 de abril, a Boeing anunciou a venda de parte de seu negócio de soluções digitais de aviação para a empresa de investimentos Thoma Bravo por US$ 10,55 bilhões. Ortberg, na teleconferência do dia seguinte, indicou que não há outras vendas em escala semelhante planejadas.
 
“Temos mais algumas” que a empresa está considerando, disse ele, mas seriam menores do que a venda das soluções digitais de aviação. “Terminei a revisão, então já temos clareza sobre o que precisamos fazer aqui. Acho que mais algumas atividades menores devem acontecer, e teremos que ver como elas se desenrolam ao longo do tempo.”
 
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