A Sonda Espacial Lucy, da NASA, Registrou as Primeiras Imagens em 'Close' do Asteroide Donaldjohanson, Revelando uma Geologia Surpreendentemente Complexa e Intrigante

Caros leitores e leitoras do BS!
 
No dia 22 de abril, o portal Space.com noticiou que a Sonda Lucy, da NASA, registrou as primeiras imagens em close do asteroide Donaldjohanson, revelando uma geologia surpreendentemente complexa. As imagens iniciais destacam mais uma vez as impressionantes capacidades da espaçonave Lucy como um verdadeiro motor de descobertas científicas.
 
Crédito da imagem: O asteroide Donaldjohanson visto pela Câmera de Reconhecimento de Longo Alcance de Lucy (L’LORRI).
Esta é uma das imagens mais detalhadas enviadas pela espaçonave Lucy da NASA durante sua passagem próxima.

De acordo com a nota do portal, a espaçonave Lucy da NASA, atualmente a caminho de Júpiter em uma missão de “salto” entre asteroides, capturou uma impressionante imagem de perto de seu segundo alvo: a rocha espacial 52246 Donaldjohanson.
 
Lançada em 2021, Lucy embarcou em uma jornada de 12 anos rumo à órbita de Júpiter para estudar um grupo inexplorado de asteroides conhecido como Troianos de Júpiter. Esses asteroides são remanescentes do início do nosso sistema solar e compartilham a órbita do planeta gigante ao redor do Sol. No caminho, a espaçonave também está realizando alguns ensaios para seus futuros encontros com os Troianos — e no domingo (20 de abril), ela passou a cerca de 960 quilômetros (600 milhas) do asteroide 52246 Donaldjohanson, batizado em homenagem ao paleoantropólogo americano Donald Johanson, que co-descobriu o fóssil hominídeo Lucy no norte da Etiópia, em 1974.
 
As imagens tiradas por Lucy à medida que se aproximava do asteroide, que tem cerca de 5 quilômetros de largura, mostraram grandes variações no brilho, sugerindo que se tratava de uma rocha de rotação lenta — que aparece mais brilhante quando seus lados mais longos estavam voltados para a espaçonave — ou de um objeto alongado. De fato, as imagens em close enviadas por Lucy no domingo confirmaram as duas hipóteses: o asteroide era anteriormente dois corpos menores que se fundiram, com um pescoço estreito distinto entre os dois lóbulos.
 

“O asteroide Donaldjohanson tem uma geologia surpreendentemente complexa,” disse Hal Levison, o principal investigador da missão Lucy no Southwest Research Institute, no Colorado. “Ao estudarmos essas estruturas complexas em detalhe, elas revelarão informações importantes sobre os blocos de construção e os processos de colisão que formaram os planetas em nosso sistema solar.”
 
As novas imagens mostram o asteroide parecendo girar. No entanto, esse movimento aparente não é devido à rotação do próprio asteroide — que é muito lenta, com um período de rotação de três anos e oito meses —, mas sim resultado da rápida passagem da espaçonave Lucy, que viajou a uma velocidade relativa de 13,4 km/s (8,3 milhas por segundo), segundo a NASA.
 
(Crédito da imagem: NASA/Goddard/SwRI/Johns Hopkins APL/NOIRLab)
A imagem foi capturada às 14h51 no horário de Brasília (17h51 UTC), em 20 de abril de 2025, perto da maior aproximação, a uma distância de aproximadamente 1.100 km (660 milhas). A distância mínima da sonda foi de 960 km (600 milhas), mas a imagem foi tirada cerca de 40 segundos antes disso. A imagem foi aprimorada e processada para realçar o contraste.

Análises preliminares dessas imagens sugerem que o asteroide, provavelmente um fragmento resultante de uma colisão há cerca de 150 milhões de anos, é maior do que os cientistas estimavam inicialmente — medindo cerca de 8 km de comprimento e 3,5 km de largura em seu ponto mais largo.
 
As imagens, para ser claro, não mostram o asteroide inteiro, já que ele é maior do que o campo de visão da câmera de Lucy. A equipe da missão espera levar até uma semana para baixar os dados restantes do encontro da espaçonave, o que fornecerá uma imagem mais completa da forma geral do asteroide.
 
“Essas imagens iniciais de Donaldjohanson estão mais uma vez mostrando as tremendas capacidades da espaçonave Lucy como um motor de descobertas,” disse Tom Statler, cientista do programa da missão Lucy no Quartel-General da NASA em Washington. “O potencial de realmente abrir uma nova janela para a história do nosso sistema solar, quando Lucy chegar aos asteroides Troianos, é imenso.”
 
Após esse encontro, Lucy passará o restante deste ano cruzando o cinturão de asteroides rumo aos Troianos de Júpiter. Seu primeiro sobrevoo de um Troiano — o asteroide Eurybates e seu satélite Queta — está programado para agosto de 2027.
 
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