Edital Atende Demandas do INPE
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na edição de nº 44
de janeiro de 2016 do “Jornal do SindCT”, destacando que o Edital
recentemente lançado pela FINEP/FAPESP atende demandas do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e está destinado apenas a empresas com sede no estado
de São Paulo.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Edital Atende Demandas do INPE
Novas Fontes de Financiamento
Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Janeiro de 2016
FINEP e FAPESP
destinam, conjuntamente, R$ 25 milhões a sete projetos do instituto, a começar
pelo EQUARS. Apenas empresas de SP poderão inscrever-se, embora FINEP e INPE
sejam federais Até o dia 4 de abril de 2016, empresas paulistas de micro,
pequeno e médio portes poderão inscrever- se na seleção pública que visa
subsidiar pesquisas para inovação tecnológica na área espacial, mediante
repasse de recursos financeiros.
O valor a ser
repassado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e
pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) é de R$ 25 milhões no total.
Os projetos
serão escolhidos levando em consideração as seguintes demandas do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE): 1) instrumentos embarcados da missão
Equatorial Atmosphere Research Satellite (EQUARS); 2) eletrônica e óptica
espacial; 3) propulsão; 4) transponder digital e antena; 5) suprimento de
energia; 6) integração de sistemas; 7) controle de atitude e órbita. De acordo
com o edital da Fapesp, o apoio terá duração de até 24 meses, “visando
desenvolver processos e serviços inovadores” para inserção dos produtos no
mercado. “Nesta fase a empresa realiza o desenvolvimento industrial e comercial
dos produtos, e os recursos do programa deverão ser destinados ao
desenvolvimento, e não poderão financiar propriamente a sua produção ou a sua
comercialização.
Poderão
participar desta chamada empresas que tenham ou não participado de fases
anteriores do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE)”.
Entende-se por
desenvolvimento da pesquisa para inovação tecnológica, conforme o edital, o
esforço realizado, não exclusivo, mas principalmente nas atividades que: a) são
voltadas para a criação de novas tecnologias e novos conhecimentos com
aplicações e objetivos práticos; b) contribuam para formar recursos humanos
qualificados na área do projeto; c) assegurem ao produto viabilidade técnica
para produção em escala; d) melhorem a qualidade do produto; e) garantam
adequação do produto a normas, certificações técnicas e comprovações de desempenho.
Subterfúgio?
Este convênio
parece ser um subterfúgio para fazer avançar as pesquisas tecnológicas e de
produtos do INPE, já que a força de trabalho da instituição, por motivos que
lhe são alheios, está cada vez menor e os recursos financeiros mais escassos.
O item 1,
referente ao satélite EQUARS, entra na lista para buscar a qualificação dos
seus cinco instrumentos embarcados. É o mesmo caso do item 7, controle de
atitude e órbita, que também entra para ser qualificado, pois é um dos
subsistemas mais críticos e importantes. Quanto ao item 5, suprimento de
energia, vincula-se ao famoso gargalo da Mectron- Odebrecht no desenvolvimento
da PMM para o satélite Amazônia-1, que patinou por limitações técnicas (por
fim, a empresa acabou jogando a toalha). A parte óptica, item 2, diz respeito a
uma tecnologia que tem por meta desenvolver, grosso modo, um dispositivo de
espelhos que pode alterar o foco da câmera sem ter que movimentá- la e nem ao
satélite.
Quanto ao item
3, propulsão, Heitor Patire, servidor do INPE que atua na área, esclarece: “Vai
contemplar três módulos de propulsão de 400 newtons, que darão uma maior
potência para o satélite chegar a uma órbita geoestacionária. O INPE está se
preparando para o SGDC-2 [Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação]”.
Espera-se que
apareçam para disputar o edital “as mesmas empresas de sempre”, porque existem
poucas no setor. Porém, talvez apareçam igualmente boas surpresas. Como já
abordado na edição 42 do Jornal do SindCT, investir em apenas algumas empresas
pode “matar” outras interessadas que possuam porte menor, criando um fosso
entre elas.
Por outro lado,
é estranho que apenas “empresas paulistas” possam disputar os recursos. A
Fapesp é sim estadual, mas a FINEP é uma agência federal, assim como o próprio
INPE. O processo de seleção está detalhado no edital (http://www.fapesp. br/9961),
sob a responsabilidade da FAPESP.
AEB ignora pré-requisito do edital e escolhe duas empresas estrangeiras
no projeto SGDC
Na 42a edição do
Jornal do SindCT tratou-se detalhadamente do Edital de Seleção Pública
MCTI/AEB/FINEP/ FNDCT, denominado “Subvenção Econômica à Inovação -
Transferência de Tecnologia do SGDC”, de número 1/2015 e que desde o início foi
emblemático. Porém, agora surge mais uma dúvida, que pode colocar em xeque essa
concorrência.
Por que empresas
de capital estrangeiro foram autorizadas a participar? Já foram realizados
diversos questionamentos à Agência Espacial Brasileira (AEB) a respeito deste
edital. A AEB respondeu prontamente a cada um deles, mas deixou de convencer em
vários pontos: as lacunas continuam abertas, como, por exemplo, no tocante à
ausência de critérios na escolha dos temas, já que há diversas áreas mais
urgentes, mais importantes, mais críticas e que poderiam trazer mais
benefícios. Se um dos pré-requisitos do edital foi à participação exclusiva de
empresas brasileiras, como se explica que a AEL e Equatorial tenham sido
aceitas na concorrência?
A AEL Sistemas
se apresenta como empresa brasileira, com sede em Porto Alegre, mas em 2001 ela
se tornou uma subsidiária da Elbit Systems Ltd., que é a maior empresa privada
fabricante de produtos de defesa de Israel. Portanto, deixou de ser uma empresa
nacional. A Equatorial Sistemas, com sede em São José dos Campos, é subsidiária
da Astrium, divisão espacial da gigante europeia EADS. Assim, não é empresa
nacional e não poderia ter participado da concorrência. As demais empresas
vencedoras são FIBRAFORTE, Orbital e CENIC, que são de fato brasileiras.
O resultado do
edital, que elenca as cinco empresas vencedoras, foi publicado no Diário
Oficial da União em 8/1/2016, na seção 3, página 9. Elas receberão da
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) verbas que totalizam R$ 22,5
milhões. Importante: a área de Óptica, que tinha um previsão de R$ 30 milhões,
não foi preenchida.
Confira o teor
do edital em http://migre.me/sKBe1
Fonte: Jornal do SindCT -
Edição 44ª - janeiro de 2016
Comentário: Pois é leitor,
parabenizo a jornalista Shirley Marciano por esta matéria, especialmente pela
abordagem sobre a participação da AEL Sistemas e da Equatorial em editais do
PEB que só deveria ter a participação de empresas genuinamente brasileiras.
Isto não é só imoral, é também uma falta de respeito à Sociedade Brasileira, bem como
um genuíno CRIME contra o Erário e patrimônio tecnológico do país. Esses vermes
deveriam entender que o Setor Espacial é estratégico e de segurança nacional e principalmente
que os recursos disponibilizados pelo povo brasileiro não é CAPIM para ser distribuído
em benefício de Sociedades estrangeiras. Já não basta o exemplo dado pela debiloide
no caso do porto em Cuba? Fica a pergunta, o que motiva essa gente a este tipo
de comportamento? Rsrsrsrs, pois é. O Blog BRAZILIAN SPACE há tempos vem
batendo nesta tecla e quero deixar claro de que não somos contra a participação
de empresas estrangeiras no mercado brasileiro, desde que sejam estabelecidas
regras claras, seguras e favoráveis ao desenvolvimento de nossas empresas. Se
estas regras não agradarem a estas empresas com sede em outros países, paciência,
a porta é a serventia da casa. Quanto aos responsáveis pelo que está
acontecendo e não é de agora (a própria desnacionalização da AEL Sistemas, da
Equatorial e de outras como a Optovac, empresas de segurança nacional que cresceram
e desenvolveram tecnologia graças ao financiamento público, constituiu um CRME)
todos eles deveriam estar na cadeia vendo o sol nascer quadrado, sejam eles
empresários, servidores, militares, políticos (os chamados otoridades) de baixo
e alto escalão, independente das pseudas legendas partidárias que estejam
ligados. Porém infelizmente isto só seria possível num país serio e não num
Território comandado por Piratas e gente sem a menor moral e respeito ao país
onde nasceram.
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