INPE e Universidades Gaúchas Realizam Medidas Inéditas do Balanço de CO2 em Ambiente Costeiro

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (17/02) no site do “Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)” destacando que o instituto e Universidades Gaúchas realizam medidas inéditas do Balanço de CO2 em Ambiente Costeiro.

Duda Falcão

INPE e Universidades Gaúchas Realizam
Medidas Inéditas do Balanço de CO2 em
Ambiente Costeiro

Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2016

Os ambientes costeiros concentram a maioria da população mundial e abrigam grande parte da biodiversidade do planeta. Estas áreas de transição entre o oceano e os continentes têm características próprias determinadas pelas suas interações entre o mar, a terra, as águas continentais e a atmosfera, além da influência humana, que já causa alterações no clima e representa riscos para os sistemas naturais e humanos.

No mundo todo, as áreas costeiras vegetadas têm vital importância na dinâmica do sequestro de carbono, pois ecossistemas como mangues, pradarias marinhas submersas, lagunas costeiras e marismas (também conhecidos como pântanos salgados) utilizam o carbono atmosférico e aquático para a sua manutenção, agindo em geral como regiões sumidouras de carbono do planeta.

Novas e inéditas medidas do fluxo de CO2 entre a vegetação e a atmosfera estão sendo realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através de seu Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais (CRS), em parceira com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do Centro Estadual de Pesquisa em Sensoriamento Remoto e Meteorologia (CEPSRM) e o Centro Polar e Climático (CPC).

Processos ligados às mudanças globais, como o esperado aumento do nível do mar, podem, no futuro, ocasionar inundações permanentes sobre esses locais e consequentemente causar enorme perda de biodiversidade e também grandes impactos para a ocupação humana.

Os pesquisadores do INPE e das universidades gaúchas estão realizando as medidas sobre o ecossistema de marisma na cidade de Rio Grande (RS).  O estudo deve ajudar a esclarecer o papel dos ecossistemas costeiros no balanço de carbono entre a vegetação e a atmosfera ou ainda entre a vegetação e o ambiente aquático. Os resultados são especialmente importantes porque ainda são incipientes os estudos sobre o tema no Brasil.

Os pesquisadores envolvidos nessa parceria são liderados por Ronald Buss de Souza (CRS/INPE), Margareth Copertino (FURG), Débora Roberti (UFSM), Rita de Cássia Marques (CEPSRM-UFRGS) e Jefferson Simões (CPC-UFRGS).

Como ecossistemas singulares do Brasil localizados no estado do Rio Grande do Sul, os marismas são sistemas de produção do ambiente intramareal, constituídos de vegetação herbácea, que subsidiam estuários e águas costeiras com a alta capacidade de fixar carbono de suas espécies vegetais constituintes e através do espalhamento de parte significativa de sua matéria orgânica, em forma de detritos, para as águas adjacentes pelas marés e correntes costeiras.

A FURG mantém na cidade de Rio Grande uma área de preservação de marismas na Ilha da Pólvora, gerida pelo Museu Oceanográfico. Nesta ilha foi instalada em janeiro de 2016 uma torre micrometeorológica do INPE com diversos sensores que, dentre muitas variáveis atmosféricas, tem capacidade para medir os fluxos de CO2 entre a vegetação e a atmosfera.

O projeto representa a primeira tentativa no Brasil para realizar medidas de fluxos de CO2 sobre ecossistemas costeiros e é parte do esforço do INPE em contribuir para o Projeto SiMCosta - Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira, coordenado por Carlos Garcia (FURG/UFSC) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a sub-rede Zonas Costeiras da Rede Clima.

A iniciativa também contribui para a proposta da criação da Rede Brasileira de Monitoramento de Gases de Efeito Estufa, liderada pela pesquisadora Luciana Gatti, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do INPE.

Torre micrometeorológica do INPE em área de preservação de marismas.
Imagem Google Earth® mostrando a cidade de Rio Grande
no estuário da Lagoa dos Patos com a localização da torre
micrometeorológica na Ilha da Pólvora.
Paisagem de marisma. Ao fundo, cidade de Rio Grande.


Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - http://www.inpe.br/

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