Brasileiros Integram Consórcio Que Observou Ondas Gravitacionais e Buracos Negros
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado hoje (11/02) no site da “Agência
FAPESP” destacando cientistas brasileiros integraram Consórcio que observou Ondas Gravitacionais e Buracos Negros.
Duda Falcão
Notícias
Brasileiros
Integram Consórcio Que Observou Ondas Gravitacionais e Buracos Negros
Elton Alisson
Agência FAPESP
11 de fevereiro de 2016
(Imagem: LIGO)
Descobertas abrem novas perspectivas para o estudo do
Universo.
Projeto de colaboração internacional teve apoio da FAPESP.
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Após uma série
de rumores nos últimos meses, um consórcio internacional de cientistas,
integrado por pesquisadores do Brasil, confirmou ontem (11/02) ter feito a
primeira detecção direta de ondas gravitacionais – oscilações do espaço-tempo
previstas por Albert Einstein (1879 –1955) há um século – geradas pela colisão
e fusão de dois buracos negros.
O anúncio foi
feito por cientistas do projeto Ligo (sigla em inglês de Laser Interferometer
Gravitacional-wave Observatory) em uma coletiva de imprensa promovida pela
National Science Foundation (NSF) em Washington, nos Estados Unidos, e
publicado em um artigo na revista Physical Review Letters.
A colaboração
científica reúne mais de mil cientistas de mais de 90 universidades e
instituições de pesquisa de 15 países, além dos Estados Unidos.
Entre os
participantes do projeto estão Odylio Denys de Aguiar,
Marcio Constâncio Júnior, César Augusto Costa,
Allan Douglas dos Santos Silva,
Elvis Camilo Ferreira e Marcos André Okada, todos do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), e Riccardo Sturani,
pesquisador do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista
(IFT-UNESP).
Os
pesquisadores do Brasil participam da colaboração científica Ligo por meio de
projetos apoiados pela FAPESP.
“Senhoras e
senhores, nós detectamos ondas gravitacionais. Nós conseguimos”, anunciou David
Reitze, diretor executivo do projeto Ligo, durante o evento.
Usando
detectores gêmeos do projeto Ligo, situados um em Livingston, em Louisiana, e o
outro em Hanford, em Washington, nos Estados Unidos – a três mil quilômetros de
distância um do outro –, os pesquisadores afirmaram ter observado, pela primeira
vez, ondas gravitacionais a partir de um evento cataclísmico, denominado GW
150914, em uma galáxia distante mais de 1 bilhão de anos-luz da Terra.
As ondas
gravitacionais foram detectadas em 14 de setembro de 2015, às 6h51 no horário
de Brasília, pelos detectores do Ligo.
Os
pesquisadores afirmaram que as ondas gravitacionais foram produzidas durante os
momentos finais da fusão de dois buracos negros que giraram um em torno do
outro, como dois piões, irradiando energia como ondas gravitacionais.
Essas ondas
gravitacionais têm um som característico, chamado de sinal sonoro, que pode ser
usado para medir as massas de dois objetos.
Após girarem
em torno um do outro, os dois buracos negros se fundiram em um único e mais
massivo buraco negro em rotação.
Eles estimam
que a energia de pico liberada sob a forma de ondas gravitacionais durante os
momentos finais da fusão dos buracos negros foi dez vezes maior do que a
luminosidade combinada (a taxa na qual a energia é liberada como luz) de todas
as galáxias no Universo observável.
“Foi a
primeira vez que isso foi observado”, afirmou Reitze. “Os buracos negros têm
apenas 150 quilômetros de diâmetro, mas 30 vezes a massa do Sol. Quando se
fundem há uma grande explosão de ondas gravitacionais”, explicou.
Sistema de Detecção
Causadas por
alguns dos fenômenos mais violentos do Cosmos, como colisões e fusões de
estrelas massivas compactas, a existência das ondas gravitacionais foi prevista
por Einstein, em 1915, em sua Teoria da Relatividade Geral.
O cientista
postulou que objetos massivos acelerados distorciam o espaço-tempo, produzindo
mudanças no campo gravitacional – as ondas gravitacionais – que se deslocam
para fora da massa e viajam à velocidade da luz através do Universo, levando
informações sobre suas origens, além de pistas valiosas sobre a natureza da
própria gravidade.
Essas ondas
gravitacionais, contudo, têm amplitude um milhão de vezes menor do que o
diâmetro de um próton e chegam à Terra com uma amplitude muito pequena.
A fim de
tentar detectar e localizar fontes de ondas gravitacionais, os pesquisadores
usaram uma técnica conhecida como interferometria a laser, que utiliza
detectores distantes entre si para medir as diferenças das observações.
Dessa forma,
por meio dos detectores do Ligo – que foram desenvolvidos e são operados pelo
Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o California Institute of
Technology (Caltech), ambos dos Estados Unidos –, eles conseguiram observar as
ondas gravitacionais produzidas pela colisão e fusão de dois buracos negros há
cerca de 1,3 bilhão de anos-luz da Terra que foram convertidas em trechos de
som.
“Essa primeira
observação das ondas gravitacionais abre uma nova janela de observação do
Universo e marca o início de uma nova era na pesquisa em Astronomia e
Astrofísica”, avaliou César Augusto Costa, pesquisador do INPE.
O grupo de
pesquisadores do INPE, liderado por Aguiar, trabalha no aperfeiçoamento da
instrumentação de isolamento vibracional do Ligo, que irá operar com espelhos
resfriados, e na caracterização dos detectores, buscando determinar fontes de
ruído.
Já o grupo do
IFT-UNESP, dirigido por Sturani, trabalha na modelagem e análise dos dados de
sinais de sistemas estelares binários coascentes.
A modelagem é
particularmente importante porque as ondas gravitacionais têm interação muito
fraca com toda a matéria, tornando necessários, além de detectores de alto
desempenho, técnicas de análises eficazes e uma modelagem teórica precisa dos
sinais, explicou Sturani.
“Essa primeira
observação de ondas gravitacionais pelo Ligo é resultado de uma tomada de dados
que ocorreu entre agosto e setembro do ano passado. A última tomada de dados
terminou agora em janeiro e a análise completa deverá ser publicada em abril”,
disse.
Além do artigo
na revista Physical Review Letters, os pesquisadores devem
publicar nos próximos meses mais doze outros resultados da colaboração.
O artigo Observation
of Gravitational Waves from a Binary Black Hole Merger (doi:
http://dx.doi.org/10.1103/PhysRevLett.116.061102), da LIGO Scientific
Collaboration e Virgo Collaboration, pode ser lido em http://link.aps.org/doi/10.1103/PhysRevLett.116.061102.
(imagem: NASA Ames Research Center/PRL)
(Foto: NSF)
Vista aérea do detector LIGO em Hanford, Washington.
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Veja abaixo a reportagem da Agência AFP de 11/02:
A TV Publica Argentina Vision 7 também apresentou uma reportagem sobre esta descoberta em 12/02:
Veja abaixo as reportagens da TV Brasil de 11 e 12/02:
Veja abaixo as reportagens do Canal Euronews de 12/02 em Português:
A TV Publica Argentina Vision 7 também apresentou uma reportagem sobre esta descoberta em 12/02:
Fonte: Site da Agência FAPESP
Comentário: Simplesmente fantástico. Há anos que se tenta comprovar a existência dessas Ondas Gravitacionais previstas por Albert Einstein, inclusive aqui no Brasil, como se pode notar pela matéria acima. Aproveito para agradecer ao leitor Jahyr Jesus Brito pelo envio dos vídeos acima.
Comentário: Simplesmente fantástico. Há anos que se tenta comprovar a existência dessas Ondas Gravitacionais previstas por Albert Einstein, inclusive aqui no Brasil, como se pode notar pela matéria acima. Aproveito para agradecer ao leitor Jahyr Jesus Brito pelo envio dos vídeos acima.
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