Gerador Solar do Amazonia 1
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (11/03) no site do “Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)” tendo como destaque o Gerador Solar do
Satélite Amazônia-1 que foi desenvolvido pela indústria nacional.
Brazilian Space
NOTÍCIAS
Gerador Solar do Amazonia 1
Por INPE
Publicado: Mar 11, 2021
São José dos Campos-SP, 11 de março de 2021
Na madrugada do dia 28 de fevereiro de 2021, precisamente
à 01h54, a indústria espacial brasileira seria colocada à prova novamente, com
o lançamento do satélite Amazonia 1. Nos instantes que se seguiram à sua
separação do último estágio do foguete indiano PSLV, o que se viu foi a
expectativa de um dos eventos mais importantes da missão: a abertura dos painéis
solares. Tamanha preocupação se justificaria pelo fato de que uma falha nesse
processo representaria o fim da missão, apenas alguns minutos após a decolagem.
Mas a imagem do Amazonia 1, feita por câmeras instaladas no foguete PSLV,
demonstraram o sucesso e a capacidade de nosso programa espacial.
Para o desenvolvimento dos geradores solares, destacam-se
as 3 principais empresas contratadas pelo INPE/MCTI: Orbital, Cenic e
Fibraforte. As duas primeiras já possuem um histórico de voo nas missões CBERS.
O grande avanço desta vez está, entretanto, na nacionalização do mecanismo de
abertura, a cargo da empresa Fibraforte.
Os Mecanismos que sustentam e promovem a abertura dos
painéis solares do Amazonia 1 têm as seguintes funções:
* Sustentar os painéis na posição fechada (painéis junto
ao corpo do satélite de forma a caber dentro da coifa do foguete lançador) de
maneira a suportar as elevadas cargas de aceleração impostas durante o lançamento.
Essa função é exercida por pinos e outros componentes de liga de titânio de
elevada resistência mecânica;
* Liberar os painéis da condição de retenção, quando o
satélite já está separado do lançador. Essa liberação é promovida por
guilhotinas pirotécnicas, instaladas nas bases dos dispositivos de sustentação
dos painéis, que cortam os pinos de titânio;
* Abrir coordenadamente os painéis até seu travamento na
condição plenamente estendida. É um sistema semelhante a um pantógrafo com
molas que exercem a força necessária para garantir a abertura e travamento dos
painéis quando todos estão estendidos.
O desenvolvimento dos mecanismos de abertura passou por
um longo e detalhado processo de projeto, construção de protótipos e testes.
Esse processo é dividido em fases, tipicamente definidas por normas para
sistemas espaciais:
* Na fase de Projeto Preliminar foram construídos modelos
de desenvolvimento dos componentes críticos do dispositivo de sustentação e das
dobradiças. Foram identificadas as soluções de projeto, materiais e processos
apropriados;
* Na fase de Projeto Detalhado foi construído um modelo
contendo todos os componentes mecânicos do Gerador Solar para verificações
funcionais da abertura;
* Durante a fase de qualificação foi construído um modelo
completo com a solução definitiva de projeto dos mecanismos, integrados à
estrutura dos painéis, passou por uma série exaustiva de testes funcionais, de
vibração e extremos de temperatura em vácuo. Ao final dessa fase, o projeto dos
mecanismos do Painel Solar do Amazonia 1 atingiu o nível de maturidade 8,
chamado TRL (Technology Readiness Level).
* Na última fase foram produzidos, integrados e testados
os mecanismos para os dois Geradores Solares do satélite Amazonia 1.
Para se entender o real significado dessa conquista, a
tabela abaixo mostra o significado de cada nível TRL
TRL |
Significado |
9 |
Sistema real comprovado em voo |
8 |
Sistema real aceito e concluído para voo |
7 |
Modelo demonstrando desempenho |
6 |
Modelo demonstrando funções críticas |
5 |
Verificação de funções críticas |
4 |
Verificação funcional |
3 |
Prova de conceitos analítica |
2 |
Conceito formulado |
1 |
Princípios básicos |
Com o recente lançamento do Amazonia 1 e a operação bem
sucedida da abertura dos painéis solares, os mecanismos de abertura
desenvolvidos pela Fibraforte concluíram com sucesso sua função na missão.
Assim, passa a ter o nível de maturidade 9 (TRL 9) que é o nível máximo de
prontidão tecnológica da escala utilizada pela NASA e ESA (agências espaciais
americana e europeia).
Fonte: Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) -
http://www.inpe.br
Comentário: Bom leitor, na realidade
há outras questões que deveriam ser levantadas sobre a participação dessas empresas
citadas neste projeto, mas confesso que depois do que ouvir naquela palhaçada (bate-papo)
protagonizada pelo Ministro Marcos Pontes e seus amiguinhos, tou sem saco para
abordá-las. Quem sabe em outro momento.
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