[BS Urgente] Amazônia-1 apresenta comportamento não nominal

Olá, leitor!

Desde ontem, por volta das 18:00h, o Brazilian Space tomou conhecimento que o satélite Amazônia-1, lançado no último dia 28/02, está apresentando um comportamento não nominal. Segundo a conhecida entidade rastreadora de satélites USA Satcom, a análise da recepção dos sinais do satélite em banda S e X indicam que o Amazônia-1 estaria girando em torno de, pelo menos, 1 dos seus eixos, o que pode indicar algum problema no controle de atitude do satélite.

Como o Brazilian Space prefere perder o furo da reportagem a passar informações incorretas e imprecisas, decidimos aguardar mais detalhes para apresentar os fatos. Portanto, ainda sem um posicionamento oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e/ou da Agência Espacial Brasileira (AEB), vamos divulgar o que apuramos até agora.

Origem da informação

A origem da informação foi uma postagem no Tweeter a USA Satcom (@usa_satcom), por volta da 11:55h, que identificou que o sinal do Amazônia-1 em banda S tinha sido detectado, mas em banda X parecia não muito bom, como se estivesse girando.

Imagem postagem da Satcom.


Amazonia-1 pass on S-Band. Looks to be tumbling... maybe not so good for X-band :) pic.twitter.com/FFLhvXeEAZ
Essa informação inicial foi mais detalhada mais tarde (por volta das 18:00h) na postagem do grupo rádio amador e de rastreio Supertrack (@supertrack_it) que confirmou a postagem da USA Satcom de que o Amazônia-1 estaria girando.

Fatos e consequências

Com essa confirmação é possível inferir que existe algum problema no controle de atitude do satélite ou uma outra falha, até mesmo de comunicação, que está impedindo que comandos de correção sejam recebidos pelo satélite.

Postagens no Tweeter sobre a taxa de giro e outras informações do satélite.

A depender da velocidade do giro e se o mesmo for em mais de um eixo, isso pode fazer com que os painéis solares não consigam captar energia suficiente para alimentar as baterias do satélite e, por consequência, causar a falência temporária ou total dos sistemas por falta de energia.

Sem o controle de atitude, ainda a depender da velocidade do giro ou dos eixos de giro, já com os painéis solares abertos, os mesmos poderiam sofrer algum dano estrutural, a depender das forças envolvidas nesses giros.

Em todos os caso, não havendo uma forma de recuperar o controle do satélite, essa situação pode ser muito impactante para a continuidade da missão.

Outras informações

Como dito anteriormente, não houve ainda um posicionamento oficial do Inpe e da AEB sobre o ocorrido, mas, em algumas mensagens nas redes sociais pessoas muito próximas do projeto Amazônia afirmaram que o problema não é tão grave e que existe solução para o mesmo.

(a)

(b)
Postagens anonimizadas oriundas de grupos do WhatsApp que o BS participa.

Portanto, aguardaremos mais informações para trazer para o leitor do BS, sempre torcendo e reiterando o nosso apoio aos membros do projeto do Amazônia para que tudo se resolva.

Brazilian Space

Comentários

  1. Pois é amigos leitores do BS!

    Esta é mais uma notícia ruim no universo do nosso 'Patinho Feio, porém vamos aguardar os acontecimentos e torcer muito para que tudo se resolva e o Amazonia-1 não venha a se juntar a lista negra dos fracassos brasileiros no espaço. Avante Amazônia-1.

    Duda Falcão

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  2. Rui, o AMAZONIA-1 está em LEOP. Ele está fazendo uma série de testes. Vamos aguardar o posicionamento do INPE. Essa ideia de comportamento não nominal vem apenas de sinais de radioamadores não envolvidos na operação de solo e em conjecturas mal informadas.

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  3. Parece que o inpe se pronunciou

    https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2021/03/03/inpe-diz-que-satelite-amazonia-1-opera-normalmente-e-inicia-envio-de-imagens.ghtml

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    1. Segundo o INPE "O primeiro satélite completamente brasileiro"???? http://argentinaenelespacio.blogspot.com/2021/03/el-aporte-de-invap-en-la-mision.html

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  4. é " Sinistro " , que essa notícia só apareceu aqui em toda WEB

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    1. Apareceu em vários outros sites. Mas a atitude do Prof. Rui em esperar, correr atrás de mais informações, em vez de se preocupar com o furo, foi mais do que correta. Isto mostra que para o BS, o importante é informar corretamente seus leitores, e não conseguir acessos apenas com furos sem analise dos fatos. Importante: analise. Não apenas confirmação. Parabéns ao site.

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  5. Culpa do componente argentino!

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    1. Alem da propaganda, tem alguma coisa brasileira o trombolho esse? http://argentinaenelespacio.blogspot.com/2021/03/el-aporte-de-invap-en-la-mision.html

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  6. Caro PEB,

    Está na "IstoÉ Dinheiro" também: https://www.istoedinheiro.com.br/satelite-brasileiro-recem-lancado-pode-estar-sem-controle-no-espaco/

    Sds.

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  7. Para os interessados, há toda uma especialização no Coursera sobre controle de satélites e “espaçonaves”. Durante a especialização, algoritmos e programas são desenvolvidos para solucionar casos de satélites dando “cambalhotas” e se trata de uma solução um tanto simples, ainda mais quando se tem 1 roda de reação redundante. Com isso, seria necessário que ou o sensor solar estivesse com defeito, a fim de impedir que a nave se localizasse, ou duas das rodas de reação apresentassem falha, o que é bem pouco provável (apesar de pesquisas já relacionarem falhas em rodas de reação a fenômenos de descargas solares).
    Desconheço se o Amazônia-1 possui baterias para o caso de os painéis solares estarem temporariamente ociosos, mas imagino que sim. Teria que ser uma “tempestade perfeita”.

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